Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
Piratas do Caribe 4 seria um recomeço. Disso, todos nós tínhamos certeza. Afinal, com a saída de Bloom e knightley do elenco e da pequena ponta solta que fica ao final do terceiro filme, não tinha como ser diferente.
O filme, em si, tinha tudo para ser tão bom quanto os outros. A grande questão é que ele tem alguns problemas.O primeiro deles é a excessiva previsibilidade, que nunca fez parte dos filmes da série. Aqui, a narrativa segue uma trajetória quase que linear, tirando a surpresa do improvável, que era peça chave nos filmes anteriores. Outra característica que falta ao filme são as tramas paralelas, que tanto fizeram sucesso nos três primeiros, uma vez que davam movimento ao filme, tornavam-no mais dinâmico e geralmente ligavam-se em algum momento à trama principal. Algumas sequências de ação soam mecânicas demais, e por vezes é como se o diretor estivesse seguindo uma receita de bolo, tamnha a previsibilidade. A história de Serena e Phillip é totalmente dispensável. Chata, sem muita ligação com a história, deveria ser esquecida, uma vez que entrou no roteiro só pra encher linguiça. Nesse quarto filme da série, Jack Sparrow assume explicitamente o papel de piadista, e muito provavelmente é graças a impressionante interpretação de Johnny Deep que o filme não será capaz de desmoralizar a série. Jack deixa de ser aquele fanfarrão e torna-se um pouco mais responsável, objetivista, quase que numa tentativa de deixá-lo um pouco menos anti-herói. O suposto amor de Jack e Angélica soa forçado demais pra ser levado a sério. È totalmente oposto à estranha relação que ele tinha com Elizabeth, e convenhamos que aquela funcionava bem melhor. Talvez o maior erro do filme tenha sido a substituição dos personagens. Penélope Cruz entra muito bem e dá imensa contribuição a série, mas não é capaz sozinha de cobrir o rombo deixado. Barba Negra foi um vilão insosso e quase inexistente, não chegando aos pés de Davy Jones. Faltou a tripulação estranha do Pérola, que rendia boas risadas e, sim, Bloom e Knightley fazem falta. Rob Marshall, que vem de um frustrado Nine, tem mostrado um trabalho um pouco precipitado, onde há uma boa ideia, mas a realização deixa a desejar.
Apesar dos erros, Piratas do Caribe 4 funciona, mostrando que a série não precisa acabar. Trilha sonora, figurinos, cenários e o clima são tão bons quanto antes. A sequência inicial é ótima, chegando até a dar a impressão de que teríamos um filme tão bom quanto os outros. Penélope Cruz entra maravilhosa (e tomara que continue na possível sequencia) e faz juz ao papel que lhe é dado. A cena das sereias é maravilhosa, e entrará com certeza para a galeria das melhores da série. O filme é extremamente divertido, aliás, Jack Sparrow é o melhor piadista do caribe. johnny Deep segue impecável, como de praxe.
Mais uma vez, fica a deixa ao final do filme. Se haverá sequencia ou não, acho que só as bilheterias irão responder. Mas para um recomeço de série, acho que o título não podia ser mais propício, Piratas do Caribe andou navegando em estranhas marés.
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