Desde que vi o elenco e o enredo de Nine no ano passado, o filme acabou sendo o de minha maior expectativa para as estreias do início deste ano. Não me decepcionou.
O filme, que fala sobre o bloqueio criativo do seu personagem principal - interpretado magistralmente por Daniel Day-Lewis - não chega a ser uma obra de arte, contudo, não merece nem 1% de toda a crítica e péssima recepção que vem recebendo.
Nine tem um elenco de fazer inveja em qualquer diretor super badalado e, Rob Marshall fez com que todo o elenco trabalhasse de forma espetacular para fazer deste um grande e bom filme. Judi Dench (para variar) está impecável, Daniel Day-Lewis está super a vontade e com flashes em que suas expressões são contagiantes, Fergie participou de uma das melhores cenas (talvez uma das mais bonitas) e melhores músicas da película, Kate Hudson participa da melhor música e melhor número musical, Penélope Cruz rouba a parte sexy somente pra ela com mais uma atuação de ficar boquiaberto e, por fim, Marion Cotillard: o pequeno grande tesouro de Hollywood brinda com uma atuação doce, sutil, por ora vulgar e bonita de se ver - literalmente -. Sobre a participação de Sophia Loren que vem sendo tão criticada, eu apenas acho que foi sem sal, mas não motivo de descarte.
São poucas as músicas de Nine que são, de certo modo, chatas. Todas as outras são contagiantes e com uma grande energia (vide Guido's Song, Cinema Italiano e Be Italian) mas talvez tenha sido esse o maior pecado de Rob Marshall: Um musical não pode ter músicas monótonas e sem força. A vantagem é que isto pode ser revertido nos outros bons números musicais e na fotografia absolutamente linda.
Lendo as críticas, achei que faltou vontade e bondade das pessoas para com o filme. Fiquei com a impressão de que muita gente já foi com um pé atrás e querendo sair já para julgar mal e criticar o filme e, com isso perderam o essencial: Imaginar e interpretar a obra.
Na minha visão, a história que Guido Contini queria fazer e "não conseguiu", ou seja, o filme que ele não fez foi contado o filme inteiro. Acho que foi esta a grande sacada do diretor.
Ironicamente, a última fala deste filme é "ação", que é o que talvez faltou em Nine. Ação e coragem.
E se acharem que eu esqueci de falar sobre Nicole Kidman, enganaram. É que a participação dela é tão descartável quanto uma crítica sobre a mesma aqui. Uma pena, um desperdício.
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