"Você já conhece seu NOME e seus MÉTODOS.
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Sua primeira aparição no cinema foi em 1986 em "Caçador de Assassinos", na pele de Brian Cox. Porém, a fama do psiquiatra-canibal Dr. Hannibal Lecter surgiu, realmente e merecidamente, em "O Silêncio dos Inocentes" (1991), interpretado impecavelmente por Anthony Hopkins. Sua crueldade, olhar fixo e penetrante, diálogos geniais e seu cérebro nos convenceu que aquele homem era vilão e tanto. Com um intervalo de dez anos, em 2001, é lançado outro filme com o canibal, dessa vez com o simples título de "Hannibal". Anthony Hopkins mais uma vez foi a escolha perfeita para o personagem. E em 2002, é a vez de "Dragão Vermelho", uma "refilmagem" de "Caçador de Assassinos", baseado no livro "Dragão Vermelho" de Thomas Harris. À estas alturas, nós já estávamos mais do que convencidos de que o Dr. Hannibal Lecter era o maior vilão de todos os tempos.
Porém, ainda sobrava um espaço possível de se preencher na série Lecter, que seria o seu passado, explicando o seu comportamento. Até porque no filme e livro de "Hannibal", Lecter falava de Mischa, sua misteriosa irmã. E em 2007 este espaço é preenchido, com "Hannibal-A Origem do Mal".
A Origem do Mal nos conta a trajetória de Lecter desde sua triste infância na Lituânia, sua adolescência, e sua transformação no maior vilão de todos os tempos. O próprio título já nos diz. Desta vez, porém, o próprio criador e escritor Thomas Harris escreveu o roteiro do filme. Hannibal Lecter, porém, desta vez, não é mais Anthony Hopkins, é o francês Gaspard Ulliel.
Porém, "A Origem do Mal" comparado com seus antecessores é de longe o mais fraco da série. Lecter, no filme, sofre por causa da Segunda Guerra Mundial, e, mesmo indo se esconder com a família numa casa do mato, os alemães os encontram e invadem. Sobram os pequenos Hannibal e sua irmã Mischa. Mas Hannibal assiste sua irmã ser morta brutalmente pelos alemães, e este passa oito anos remoendo-se de culpa guardando ódio e trauma no peito, e agora está num orfanato soviético.
Ele foge para Paris tentando encontrar seu tio, mas encontra a viúva Sra. Murasaki (Gong Li) que o acolhe. Lecter se torna um estudante de medicina, principalmente anatomia, e ao mesmo tempo em que o sangue e a raiva tomam-lhe a cabeça, ele vai planejando um plano vingativo contra os alemães que assassinaram sua irmã Mischa.
Não sei se foi uma boa idéia. Hannibal era interessante pois era um vilão diferente. Era vilão, aparentemente, por uma "força da natureza". E, além disso, cultura, inteligência, crueldade e frieza era o que não lhe faltava.
Gaspard Ulliel, porém, se esforçou e fez um excelente trabalho na pele do jovem Hannibal, transparecendo seu trauma e seu desejo de vingança. Gong Li, a única personagem mulher na trama, fez seu papel sensível de uma forma aceitável.
Mesmo com a boa atuação do francês Ulliel, o filme A Origem do Mal não possui todo aquele gás e energia que Dragão, Silêncio e Hannibal possuíam. Um filme bem inferior aos outros da série, cheio de coisas manjadas, como o fato de ter se passado na Segunda Guerra Mundial. Além do mais, já estamos cheios de filmes sobre vinganças pessoais. E Origem do Mal é exatamente isso, a vingança de Lecter contra os alemães que mataram sua pobre irmã Mischa.
A Origem do Mal é o mais fraco da série Lecter, se analisarmos sua trama e desenvolvimento. O filme em si, apesar dos clichês, não é de todo o mal, mas consegue ser um bom suspense para se assistir quando você não estiver muito exigente consigo mesmo.
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