Um filme comovente e emocionante. Central do Brasil é a prova de que o nosso país, além de novelas, sabe fazer excelentes filmes.
O filme nos conta a história de uma mulher que escreve cartas para analfabetos. Nesse meio tempo ela acaba conhecendo Josué e a contragosto termina por levá-lo para o interior do Nordeste, à procura do pai. Ao longo do filme esses dois personagens tão diferente vão se aproximando, tornando o filme a cada minuto mais agradável.
O diretor Walter Salles sabia o que realmente queria. Fugindo do tema violência ele criou um filme otimista - humanista. Conseguindo fazer um filme simples, mas bem feito, tornou Central do Brasil uma obra-prima do cinema nacional e um dos filmes mais aplaudidos internacionalmente. Mostrando-se um excelente diretor ele posiciona a câmera sempre de uma maneira estratégica, criando uma aproximação entre as personagens e o espectador.
Fernanda Montenegro na pele de Dora vestiu a camisa do filme, interpretando como nenhuma outra faria, garantindo assim a única indicação de uma atriz brasileira ao Oscar. O novato Vinicius de Oliveira mostra porque entre 1500 jovens ele foi o escolhido para o papel do menino Josué, sempre com uma interpretação de profissional ele acompanha o ritmo dos outros, e não faz feio em nenhum momento. Não poderia deixar de citar outra das nossas melhores atrizes: Marilia Pêra, que aqui faz apenas uma pequena participação, mas tão notável que não é esquecida. E no final o tão versátil Mateus Nachtergaele aparece só pra dar mais credibilidade ao filme.
A trilha sonora de Antônio Pinto e Jacques Morelenbaum é o que o filme pedia. Os instrumentos clássicos vão sendo pouco a pouco substituídos por instrumentos nordestinos. A fotografia de Walter Carvalho e a direção de arte Cássio Amarante e Carla Caffé também estão à nível. Ou seja, temos tradição, boas história, bons intérpretes e ainda uma boa técnica. Tudo isso garantiu uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, além da já citada indicação de melhor atriz (Fernanda Montenegro).
Se você é daqueles que “Não gosta de cinema brasileiro” é porque não assistiu Central do Brasil e agora tem bons motivos para ver esta obra-prima do cinema nacional, que não envelheceu com o tempo.
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