Mick Haller é o típico advogado do diabo. Sempre defendendo pessoas que se envolveram com agressões ou assassinatos. Louis Roulet é acusado de agressão por uma garota de programa e vai atrás de Haller para ser seu cliente. Porém, Haller acaba descobrindo que um simples caso adquire uma dimensão que pode colocar aqueles que ele mais ama em perigo.
Aparentemente, o roteiro se discorre em um clichê para iniciar uma traminha básica de filme cheio de reviravoltas e ação genérica. Mas tudo isso é um tanto desmentido porque os dilemas profissionais e impactos morais acabam tendo um peso muito focado por parte do desenvolvimento e tais conflitos enriquecem o texto deixando-o com um grau a mais de profundidade.
A densidade textual é bem frágil ainda assim. Mesmo apresentando conceitos que são muito esquecidos em filmes com os mesmos temas, o andamento se sustenta muito mais pela diversão básica. Digo tal coisa porque as reviravoltas (que são muitas) até chegam a nos convencer, mas a excessividade dá noção de que o filme começa a achar que surpresas são sempre bem vindas. Tanto que quando o filme dá sua cartada final (leia-se sua grande virada), apesar de não ser absurda ou besta, é muito mais um remendo conveniente da trama para se fechar do que propriamente algo preparada e bem fundamentado.
Por outro lado, se há algo louvável é a atuação de Matthew McCounaghey. Além de tal filme marcar o início da fase de bons filmes do ator, ele mostra que possui talento para papéis dramáticos. Seu Mick Haller consegue transmitir toda sua malandragem e simpatia fazendo-o como alguém agradável, mas com um caráter ainda muito duvidoso.
Finalizando a parte dos personagens, aí encontra-se um outro defeito. Alguns deles são facilmente descartáveis ou, pelo menos, possuem uma gordura no texto de cada um que é muito desnecessária. O grande exemplo seria a personagem da ex-esposa do protagonista. Poderia ter sido muito mais bem aproveitada já que, seu ex-marido sendo um advogada e ela uma promotora de justiça, daria um contraste muito bem elaborada. Porém, ela fica praticamente boiando e sendo muito fisiológica, sem muita voz própria.
Mesmo com todos os seus problemas de excesso e momentos mal utilizados, O Poder e a Lei é um entretenimento que não subestima a inteligência do espectador e são duas horas bem gastas. Além de servir também como a prova de que a carreira de um ator pode renascer.
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