Com altos e baixos, P.S. I Love You é uma boa opção de romance!
A pedidos de amigas eu tomei o desafio de assistir a esse romance, que segundo elas caracteriza-se como “lindo”. Eu sei, talvez concordemos que mulheres se impressionam e sentimentalizam mais do que os homens esses tipos de filmes, mas não pude deixar de assisti-lo e dar a minha humilde opinião a respeito.
Confesso que a minha primeira impressão foi surpreendentemente positiva sobre como o roteiro é muito bem guiado logo no início do filme. Uma estória bastante original, adaptada do romance Cecelia Ahern, possui o seu diferencial em qualquer gênero ou subgênero cinematográfico. Contudo o filme apresenta vários pontos negativos que acabaram com a minha impressão precipitada.
O roteiro conta a estória de Holly, casada com Gerry, um irlandês bastante irreverente, que acaba falecendo devido a um tumor do cérebro e transformando a sua vida em uma incógnita. Acontece que Gerry deixa programada uma série de cartas sobre passos a serem dados pela sua esposa. Aqui mesmo é que surge a originalidade da estória, mais precisamente do romance, não tão bem captado e intensificado pelo roteiro.
Contudo, é bastante interessante como o roteiro, entre seus altos e baixos, consegue transmitir uma tristeza bastante intensa e ao mesmo tempo uma falsa alegria aos olhos de quem assiste, levando a princípios de lágrimas e risos. Muito bem trabalhado, especialmente na primeira metade do filme, essa característica foi bastante marcante para que possuísse um conteúdo bem distinto das comédias românticas que perambulam o cinema atual.
A direção, por sua vez, assinada pelo roteirista e diretor Richard LaGravenese, é conduzida de maneira bastante conservadora, de maneira que não comprometa em nada o trabalho final. Ou seja, nada vem a acrescentar em novidade, apesar de ser efetuada com bastante maestria para que como se um livro estivéssemos lendo, o que representa um ponto a favor da produção.
Hilary Swank, talvez uma das grandes estrelas femininas do cinema dos últimos anos, rechaça a opinião de críticos sobre o seu limitado potencial para papéis de beleza, uma vez que acreditam que a sua “falta” de beleza e seu porto físico um pouco masculino a comprometa para tais trabalhos. O que vemos nesta película é exatamente o contrário, ou seja, uma Hilary Swank bastante bonita e interpretando de maneira brilhante o papel de Holly, o que já é bastante praxe em sua carreira. Gerard Butler também incrementa o filme no papel de Gerry, demonstrando uma naturalidade bastante positiva no resultado final da estória. Ademais, Lisa Kudrow, a Phoebe de Friends, e Kathy Bates, umas das grandes atrizes do cinema contemporâneo, encabeçam esse elenco bastante qualificado.
Um ponto desfavorável, a meu ver, foi a escolha da trilha sonora. Músicas “batidas” tiram o tom artístico de um trabalho cinematográfico, essencialmente em romances. Uma procura por sons alternativos colocaria outro ponto não comercial e diferenciado a esta obra, o que infelizmente não ocorreu em grande maioria das músicas.
De uma maneira geral, P.S: Eu te amo é um trabalho muito interessante, mas a originalidade presumida não se confirma e ao final acaba escorregando nos mesmos defeitos dos demais romances inócuos atuais. Ainda assim, apesar de estar longe de ser uma grande obra, é bastante prazeroso assistir a esse filme que possui inúmeras qualidades, entre elas a maneira carismática de nos emocionar com a estória, talvez não só pela própria estória, mas pela reflexão que nos apresenta sobre a vida, o amor e demais dificuldades pelas quais passamos ou passaremos algum dia.
Com um conteúdo interessante, talvez P.S. Eu Te Amo ainda seja apenas um filme “lindo”!
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