Apoiando-se em seu ótimo elenco “Simplesmente Complicado” é agradável e simpático, porém o filme se foca mais no drama familiar do que propriamente em uma comédia.
A diretora Nancy Meyers chega ao cinema com mais uma nova comédia, no caso agora um drama melhor dizendo. Mesmo que não acrescente em nada de novo aos pelotões de “dramédias” que surgem a cada dia, “Simplesmente Complicado” consegue ser agradável e principalmente simpático, visto a tamanha interação que ocorre entre o telespectador e o filme.
A americana de 51 anos teve um êxito muito grande, inclusive acima do esperado, em seu primeiro trabalho “A Recruta Benjamin” do ano de 1980, que trazia a então revelação Goldie Hawn ao estrelato. Depois de um tempo afastada Nancy começa a produção de comédias, primeiramente com o roteiro do filme de 1991 “O Pai da Noiva” com Steve Martin e Diane Keaton; posteriormente em 98 ela produz o razoável “Operação Cupido”. Porém sua grande obra estava reservada para 2003, é neste ano que Nancy Meyers roteiriza e dirige o sucesso “Alguém tem que Ceder” juntando dois monstros do cinema: a já conhecida Diane Keaton e o veterano Jack Nicholson. Depois veio o péssimo “O Amor Não Tira Férias”, abalando um pouco sua reputação conquistada com méritos.
Apesar de muito altos e baixos em sua carreira os fãs mais devotos estavam à espera de uma obra mais madura, e agradável. A resposta veio com a mais nova comédia: “Simplesmente Complicado”.
Á de se ressaltar que não existe problema algum filmes não seguirem uma linearidade de seu tema, explicando melhor um filme pode transitar entre comédia, drama, romance, ação… Porém a cobrança será maior, a chance de errar se eleva podendo prejudicar toda a produção, entretanto quando bem dirigida e principalmente bem montada acaba de sobra se tornando uma referencia e sendo adorado pelo público, um grande exemplo dessa falta de preferência entra um gênero é o recente “Se Beber Não Case” que arriscou e obteve êxito em sua finalização.
Esse talvez tenha sido o grande pecado de “Simplesmente Complicado”, o manejo entra drama e comédia acabou sendo muito brusco, a diretora Nancy Meyers não soube tratar com a mesma leveza que Todd Philips (diretor de “Se Beber Não Case”), isso particularmente me intrigou. Isso não torna o filme ruim, mas também não o diferencia das inúmeras comédias/dramas…..
Meryl Streep vive Jane. Ela é mãe de três filhos já adultos, dona de um restaurante em Santa Bárbara e tem – depois de uma década de separação – uma relação muito amigável com seu ex-marido Jake (Alec Baldwin). Porém tudo muda, quando Jane e Jake vão a formatura do filho, as coisas começam a se complicar, algo totalmente impensável ocorre: Jane e Jake começam a ter um caso. Se não bastasse a estranheza do ocorrido, ainda pesa contra eles que Jake acabou de se casar e somente agora Jane vai conseguindo se adaptar a solidão depois da saída de seus filhos de casa. Em meio a toda essa confusão surge Adam (Steve Martin), um arquiteto contratado por Jane, que também tenta se reconstruir depois de um divórcio doloroso, porém Adam se apaixona por Jane, gerando assim um estranho e hilário triangulo amoroso.
O filme consegue um grande carisma principalmente por conta do trio principal de atores (Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin), que mesmo quando o filme parece não sair do lugar aparece algum deles resgatando a exibição e arrancando diversos sentimentos do espectador. A grande surpresa do longa é a participação de Alec Baldwin que porque não nos faz compará-lo a um bom vinho – conforme vai ficando mais velho, fica melhor – o quão importante foi a série “30 Rock” para Baldwin, o ator parece ter se reinventado e finalmente consegue um papel marcante. Maryl Streep como sempre dispensa comentários, a versatilidade de Streep é algo raríssimo de se ver. Basta observar os últimos trabalhos da atriz, completamente diferentes. A atriz tem uma capacidade de renovação tremenda, qual a semelhança de “A Dúvida” , “Julie & Julia” e “Simplesmente Complicado” ???? Nenhuma. Ou melhor dizendo, o talento desse fenômeno chamado Meryl Streep. Até mesmo Steve Martin fazendo um papel mais sério – uma exceção em sua carreira – consegue encerrar com coerência todas as passagens.
Outro ponto que merece ser considerado é a trilha sonora, composta pelo mestre Hans Zimmer. A trilha vai indicando qual sentido o filme toma, nos orienta nos momentos alegres, tristes, de reflexão….. A trilha em si já é uma ferramenta de persuasão do público, se tratando de Hans Zimmer a persuasão é redobrada, para quem não se lembra ele realizou um dos trabalhos mais completos e magníficos que foi a trilha sonora de “O Rei Leão” e concorreu ao último Oscar, por seu trabalho em “Sherlock Holmes”.
Equacionando os defeitos e acertos do filme, chegamos à conclusão que é uma boa atração, principalmente pela história envolvente e pelo atores carismáticos. Mesmo com algumas recaídas, Nancy Meyers ao final consegue agradar.
Nota: 7,0
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