Vinte diferentes visões de diretores consagrados a respeito do amor que tem como similaridade o palco onde tudo acontece, a cidade luz, Paris.
Um filme definitivamente diferente dos outros já que aqui não há uma narrativa linear com personagens fixos e um estória que você acompanha do começo ao fim. São vinte estórias diferentes dirigidas por diretores escolhidos para mostrar a simplicidade da vida de certas pessoas e de como o amor pode acontecer sem que ao menos esperemos e nesse caso, em situações até estranhas.
Somos apresentados logo de cara há um homem que dirigindo pelas ruas parisienses procura pelo amor de sua vida e de repente, em uma situação pouco feliz, ele acaba encontrando. É claro que muitas pessoas talvez não venham a gostar do conjunto de curtas, afinal estamos acostumados a nos apegar a uma estória e esperar até que ela se concretize e chegue ao fim. Porém aqui as estórias apenas começam, deixando no ar e ao espectador a maravilhosa tarefa de imaginar como aquelas estórias, não terminariam, mas sim começassem e fossem se derenrolando. Além do que a edição do filme faz com que a linearidade das estórias continuam, mesmo que ela não exista. Afinal ali temos personagens muito próximos, podendo ser ali cada um de nós, por este motivo há até certa forma de identificação, afinal o amor é algo que todos nós procuramos, independente de raça, credo, idade e opção sexual. Além disso o filme aborda outros tipos de amor como o maternal.
Outras pessoas talvez venham a se irritar por não concordar que a estória se passe em Paris ou que por esse motivo os verdadeiros amores não possam acontecer no resto do mundo. Mas não é isso de que o filme trata. Ele aborda as diversas possibilidades de uma verdadeira paixão se concretizar, independente do local onde aconteça. Eu apenas creio que escolheram Paris por ela ser uma cidade tão conhecida e bela para passeios e acontecimentos amorosos.
É dificil fazer uma crítica técnica a um filme que conta com vinte diretores e mais de trinta atores. Mas o que posso dizer é que nenhum desagrada, todos deixam sua marca nas diferentes estórias. Porém trago atenção a alguns que eu achei especial, como o de Gus Van Sant, o de Isabel Caixot, o dos irmãos Coen, o de Oliver Assayas, o de Vincenzo Parrinelo e o de Wes Craven. Esse último tão famoso por filmes de terror se rende ao amor e traz Oscar Wilde de volta a vida para fazer com o que um homem apaixonado reconquiste sua noiva, perfeito. O de Vincenzo cria um aspecto diferente trazendo pra nós uma vampira que se apaixona por um garoto, Elijah Wood, as cores e texturas lembram muito outro filme, Sin City. Já Gus Van Sant entrega um dos curtas diferentes dos outros por se tratar de um amor entre dois garotos, um francês e outro americano. Ponto a favor também para o curta de Tom Tykwer, que dirige Natalie Portmam em uma das melhores estórias do filme.
Vale ressaltar também a participação de Walter Salles nesse filme, porém seu curta foi fraco, trazendo uma estória boa mas pouco aproveitada.
A tentativa que fica é a de se desprender dos valores tão tecnicos hoje dados ao cinema e mostrar não so a simplicidade da sétima arte e a magia que ela nos traz e o poder de nos fazer emocionar. Uma ressalva de que a vida imita a arte e a arte imita a vida.
Não há como não se apaixonar por esse filme. Não há como não se deixar apaixonar após esse filme.
Perfeito.
Encantador.
Apaixonante.
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