Embora carregue muitas das características do mestre do Giallo, Inferno é um filme menor, com exacerbadas cenas de morte sem finalidade, situações improváveis como o açougue 24hs no parque e muitas pontas abertas no fim do filme.
O problema, penso eu, é que não dá para desconsiderar as falhas ao falar desse filme. Quem assistiu seus primeiros filmes “O Pássaro das Plumas de Cristal”, "Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza", sabe da criatividade e qualidade que Dario Argento é capaz de inserir em seus filmes tornando a experiência de assistir super proveitosa, mesmo quando já percebemos a precariedade de efeitos de maquiagem e etc. Digo isso porque tenho a convicção que ele poderia ser mais inventivo ao usar, por exemplo, uma roupa de esqueleto (tipo as usadas no Chapolin) para representar a morte tornando o final do filme super trash. Sujou a composição visual que foi excelente anteriormente, que me lembrou muito o que Peter Greenway fez em “O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante”, um dos meus filmes favoritos, em relação a cores e iluminação.
Consegui captar uma homenagem ao mestre do surrealismo Luis Buñuel (será, será? – quem assistiu sabe do que estou falando) e uma narrativa totalmente avacalhada, sem preocupação em desenvolvimento dos personagens nem com a progressão dos momentos de tensão. Sem falar do personagem principal que não tem carisma nem expressão, quase um coadjuvante da “Praça é Nossa”.
As músicas da excelente banda de rock progressivo Goblin foram encaixadas (como sempre são) em situações que não combinam... (apenas a última que é o tema que esteve de acordo com a tensão do momento) parece que tinham que cumprir uma cota.
Enfim, fui esperando uma obra mediana e fiquei decepcionado. Para o próximo filme da Triologia das Mães (A Mãe das Lágrimas) vou sem nenhuma expectativa.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário