Ao sair da sala de cinema e ouvir comentários a respeito dos Cohen, de que foi feito um filme acima da média, porém sem o habitual estilo que sempre os acompanha, discordei. Meus argumentos foram que os irmãos acabaram fazendo um filme na medida certa, muito bonito de se ver; ouvir. Que eles amadureceram na forma de contar suas histórias.
A trama se inicia com a obstinada Mattie Ross buscando vingança pela morte de seu pai na suposta bravura de Rooster Cogburn. A pequena adolescente é muito bem interpretada por Steinfeld, que tem um belo futuro pela frente. Já Jeff Bridges, justifica todos os elogios feitos, entregando uma atuação realista e convincente, no papel de Rooster, um federal beberrão e desleixado, mas que teve suas frustrações e é um homem falho.
Matt damon, na pele de LaBoeuf, demonstra personalidade e de longe se parece aquele Jason Bourne ligado no piloto-automático. A mudança de sentimentos e os conflitos mentais do Texas Ranger é um ponto forte e a favor de Damon na trama. Sinal de que uma direção de mãos firmes podem arrancar atuações verdadeiras até mesmo de atores que não as fazem com tanta freqüência.
No entanto, a parte realmente importante do filme, e digna de louvores, só pode ser a final, pela simbologia típica dos Cohen e pela forma bela com que foi demonstrada. O título do filme se justificou no ato de coragem de Rooster, salvando Mattie da morte certa, cena mais marcante da película, sem dúvida nenhuma. O sacrifício do animal, em um ato de esforço máximo, também faz uma síntese do sacrifício que o velho protagonista foi capaz de fazer e a forma corajosa com que o fez.
Desde Fargo, a evolução e a consistência de suas obras foi uma constante na carreira da dupla e, ao meu ver, este bom faroeste dessa vez elevou esse padrão ao grau máximo. Indicação ao Oscar merecida e aplausos à criatividade.
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