''So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time''
O gênero comédia romântica está desacreditado há algum tempo, isso é fato. Produtos de Hollywood que seguem a velha fórmula, já desgastada: homem-conhece-muher, rola um clima, acontece um contratempo e no final, uma lição sobre o amor e um final feliz. ‘’(500) Dias Com Ela’’ tenta inovar o gênero, com um estilo mais indie, talvez até um clima de cinema independente. Infelizmente desanda para o clichê à medida que se dá seu desenvolvimento, embora ainda haja bons momentos e uma atuação sinérgica interessante do casal protagonista.
Como personagem principal temos Tom Hansen ( Joseph Gordon-Levitt), um jovem frustrado, formado em arquitetura mas trabalha numa empresa que confecciona cartões comemorativos. Um dia, chega à empresa Summer Finn (Zooey Deschanel), contratada como secretária de seu chefe. Tom se apaixona por Summer e, à medida que a conhece, se envolve mais ainda. Summer, por sua vez, só quer se divertir, não acredita em amor ou alma gêmea, e aí começam os problemas.
A influência de Woody Allen é clara, já que o filme trata de um casal estranho em uma ordem não linear, misturando as recordações como se fosse um bordado (‘’Noivo Neurótico, Noiva Nervosa’’). Pode-se até citar o trançado feito na linha temporal de Kaufman e Gondry no ‘’Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças’’, feito de uma forma mais elaborada e experiente. No filme em questão, a contagem dos 500 dias se torna totalmente inútil, já que as atitudes das personagens já denotam a passagem de tempo.
Nota-se uma forte indecisão sobre o rumo que o diretor quer tomar com o filme: a primeira impressão é a de um filme que tenta fugir ao mainstream, criando uma atmosfera indie; em algumas horas se assemelha aos outros filmes de comédia romântica; e por fim tenta se sustentar com algumas piadas desnecessárias e que não se encaixam no contexto criado. A sequência musical é agradável, mas se estende demais, tornando-a exaustiva.
O casal principal goza de uma forte sinergia e a atuação dos dois atores é cativante. Joseph Gordon-Levitt consegue passar toma a paixão da sua personagem, um romântico que desesperançoso e solitário que acredita até demais no amor. Zooey Deschanel por sua vez interpreta uma personagem distante, talvez por não querer nada sério com a personagem ou por não corresponder ao sentimento de Tom.
O filme tem bons momentos, como a sequencia em que a tela se divide em ‘’expectativa’’ e ‘’realidade, extremamente criativa. A trilha sonora é boa, contando com ‘’The Smiths’’ e ‘’Simon & Garfunkel’’ e dá o tom dessa relação sem rótulos vivida durante quinhentos dias pelos dois jovens. O final é interessante, diferente dos desfechos usuais dos filmes do gênero e define bem o que acontece na maioria dos relacionamentos. Cuidado, o efeito catártico pode ser forte!
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