Quando o cinema foi criado, com seu primeiro filme “A Chegada do Trem” ou basicamente descoberto (encontrado, digamos assim), não se precisava de nada, nada faltava e estava tudo nos conformes, imagens em movimento com trilhas melosas ao fundo, e com algumas escritas pra descrever a cena que se passava na tela grande, já que a sonoridade dos filmes não existia. Até o momento, sim, estava perfeito; até que criaram o filme falado, que gerou polêmica na indústria cinematografia, os céticos falavam que era um uso desnecessário para o cinema, que manchava o nome do cinema mundial, era considerado até ridículo, um ultraje para o cinema, para muitas classes elitistas era considerado vulgar. Isso se pendurou por anos, até o público aceitarem a técnica e verem que o filme falado era uma parte importante para o cinema a ser descoberta; era algo escondido em uma fenda profunda da criatividade humana que precisou ser descoberto. A indústria se rendeu a modismo, vendo que ninguém iria ver filmes mudos se poderiam ver filmes falados.
O cinema estava “perfeito” de novo, só que em preto e branco, ao qual ninguém se incomodava. Porém a criação, e da fenda de onde tiraram a criação do cinema mudo veio o cinema com cor. Que por sua vez teve sua criticas altas e que por sua vez foi considerado (como antes o filme falado) algo de criação desnecessário para o cinema. O que hoje em dia sabemos que não era verdade, era uma parte mais que importante para o cinema, deu à realidade as cenas, fazendo-as ficar mais vivas e mais próximas do público, por que convenhamos o Mundo não é em preto e branco, ou tão pouco mudo.
Depois de tempos mais uma barreira vencida, sons e imagens (coloridas) andando juntos depois de passarem por críticas severas; antes considerado modismos e meros acréscimos nas narrativas, se tirassem não mudaria o contesto do cinema, agora sabemos que são partes importantes e cruciais para o cinema.
Voltando ao nosso tempo, aparece o famoso formato 3D nos cinemas, “a volta de quem não foi”. Tendo sido criado há mais de 60 anos, James Cameron, famoso diretor, produtor e roteirista de cinema, criador de clássicos e obras grandiosas do cinema: O Exterminador do Futuro 1 e 2, Aliens: O Resgate, O Segredo do Abismo, Titanic e por fim Avatar.
Avatar foi idealizado a mais de dez anos, antes mesmo de Titanic ser lançado. Em 1995 havia terminado de escrever o texto que se tornaria no roteiro do filme. James Cameron vendo a tecnologia, a qual na época não empregava nada barato, desistiu de fazer o filme, e o engavetou Avatar.
Titanic passou, ganhou seus 11 Oscars e Avatar continuava na gaveta. Cameron ligava-se somente a pequenas produções de documentários e pequenos filmes, retirando algumas vezes o texto para escrever, excluir e reescrever algumas partes, sem muitas esperanças de que se tornasse realidade. Foi quando então que em 2002, ao ver Andy Serkis atuando como Gollum em “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres” viu que agora era possível. Foi então que tirou o etxto de Avatar da gaveta e o revisou e 2006 chegou ao seu termino, tornando um roteiro. Com a ajuda da um linguista da USC para criar o idioma dos extraterrestres. Mudando pouca coisa do original o roteiro atingiu pouco mais de 80 páginas.
Foram cinco anos de ardo trabalho de criação, cinco anos somente de pré-produção. Engajado em criar uma nova forma narrativa e uma forma nova de mostrar a magia do cinema. Foi então que Cameron e sua equipe tiram o seu mais árduo trabalho, a criação de câmeras 3D Estereoscópio para a capitação do filme, até o momento não se revela muito da tecnologia usada no filme, mas sabemos que criou um grande estardalhaço na indrústria.
Feito a câmera especial, a pré-produção pronta, estavam lá na produção. Com os atores Sam Worthington como Jake Sully, como principal da trama, Zoë Saldaña como Neytiri, Sigourney Weaver como Dra. Grace Augustine, Michelle Rodriguez como Trudy Chacon, Giovanni Ribisi como Parker Selfridge, Joel David Moore como Norm Spellman, Stephen Lang como o Coronel Miles Quaritch, CCH Pounder como Mo'at, Laz Alonso como Tsu'Tey, Wes Studi como Eytucan e Dileep Rao como Dr. Max Patel, entre outros estava lavrada a árdua direção de James Cameron.
Em 15 de agosto de 2009, uma sexta-feira, Cameron libera seus 16 minutos de filme grátis para os sortudos que se inscreveram no site, que criou uma promoção que daria ingressos para pessoas selecionadas em um sorteio para ver esses famosos 16 minutos que borbulharam na indústria. O dia passou, foi realmente o que muitos esperavam, faltavam palavras para expressarem quão inovadoras as cenas ficaram.
Passaram-se três meses e o primeiro trailer foi liberado, somente com duas frases. Especulações, e acusações de plágio vieram. Passaram-se algumas semanas outro trailer foi liberado. Com falas e uma trilha sonora ótima. Dia 15 de dezembro começaram a vender a trilha sonora tão esperada do filme, para alguns dias depois a estreia tão esperada, dia 18 de dezembro.
Em uma fração de segundos as salas de cinemas do mundo todo começaram a ficar lotadas. Minha primeira seção do filme foi em 2D, na pré-estreia, no dia 17 de dezembro. No mesmo dia já comprei pra sessão para o dia seguinte, quando finalmente iria conhecer o verdadeiro 3D, e o motivo de tanta turbulência. Assisti o filme em 2D e voltei no dia seguinte, por ironia do destino, o filme no seu ápice de ação, dá defeito por conta da forte chuva que ocorria. As luzes se apagaram. E tive que pegar um ingresso para voltar ao cinema pra ver o filme novamente. Não restava outra opção. Voltei em uma segunda-feira pra ver o filme, no dia 21. E finalmente consegui ver o filme na intriga, e que filme!
Finalmente descobrir o motivo de tanta turbulência, turbulência essa que me fez voltar ao cinema nove vezes para ver o filme, sete em 3D duas em 2D, uma delas dublado. Com um 3D perfeito, criando uma imagem tão limpa e nítida que era como estar dentro do filme, com um roteiro instigante, de tão simples que chega a impressionar. Belíssima história, efeitos-especiais tão impressionantes que saltavam aos olhos. Qualidade técnica impecável, som, imagem, toda estrutura perfeitamente colocada em seu devido lugar. Com uma direção de arte brilhante, com tantos detalhes que faz você rever o filme só pra rever detalhes nas cenas que não conseguiu ver.
Com uma ideia aprofundada, porém simples da Hipótese de Gaia, ou Hipótese Biogeoquímica. A hipótese é frequentemente descrita como a Terra como um único grande organismo vivo. Sendo nós humanos e outros seres vivos somente organismos, como bactérias em um grande corpo, às vezes benigna às vezes maligna. No filme essa teoria é representada como Eywa uma divindade fisicamente real dos Na’vis.
A base da história se passa por conta de Jake Sully, um veterano de guerra, ex-fuzileiro naval, que fora debilitado durante um de seus combates, causando sua paralisia da cintura para baixo. Durante uma briga por dinheiro seu irmão, Tommy é morto, sendo ele cientista que se portava de uma cara e importante missão fora da Terra, naquela época sem recursos algum de ecologia. Então Jake é convocado a substitui-lo, já que continha o genoma idêntico ao seu irmão gêmeo.
Sem visão alguma de uma vida digna sobre a cadeira de roda, Jake entre nessa missão cegamente. Passando em estado de criogenia durante seis anos de viajem, partindo da Terra à lua habitada pelos na’vis, que chamam de Pandora. Lá ele encontra por que lutar, porém surge uma grande dúvida, como lutar e por quem?
A trilha sonora, no começo, na primeira vez que ouvi ela limpa, no CD que comprei em seguida de assistir o filme, admito, não achei muito inovador quanto falavam que iria ser. Mas em 16 de junho de 2011, por indicação de um amigo, eu descubro um combo de 5 CDs com a trilha do filme. Minha reação com essas cinco trilhas foi de verdadeiro espanto de tão magnifica que era, acabou com o que eu achava logo na primeira música tocada. As músicas Na’vis são de tocar o coração, os sons tribais orquestrados dando a entender que são eles tocando é surpreendente. Dando ênfase em Na’vi Hometree Chants, Leonopteryx, Bonding With Leonoptryx (Child), Funeral Chant (Sweetener), Graces Death.
A direção de James Cameron foi tortuosa, entrou em uma empreitada de 10 anos de imaginação pra só um filme, e cinco anos pra criar câmeras especiais para seu filme. Conseguiu criar um clima carismático, com minuciosos detalhes preenchendo a tela, inovador e ao mesmo tempo coisa de “outro mundo”. Com cenas de ação impressionantes e chocantes, mais do que se podia esperar. Uma realidade fora do comum, era o 3D Estereoscópio de Avatar.
Com seus mais de 60% do filme tudo criado por computador era ainda mais impressionante de ver as cenas. Um filme de tal excelência, que recriou a arte, um novo modo de fazer arte cinematográfica pelo visual como um todo. Ver e entrar na arte, aproximar as pessoas da história, fazê-las sentir os sentimentos transbordar da tela. Tal tecnologia de captura de performance é tão absurda; a cada movimento, por mais sutil e imperceptível que seja era capturado e transparecia na tela um realismo fora do comum, completamente realista. Depois de 5 minutos ao lado dos Na’vis até se acredita que eles realmente existiam.
Avatar recriou uma nova forma de ver filme, de entrar em um mundo fora do nosso e se perder na história. Sua excelência veio a calhar, seus 10 anos de esperas foram merecidos, para chegar e arrebentar totalmente com tudo que se achava que já foi feito. Se Avatar com sua tecnologia 3D, revolucionou como o primeiro filme falado e o primeiro filme colorido, ainda é cedo pra responder, mas tudo indica que faz parte de uma grande mudança, mudança de uma visão de como se fazer cinema nos tempos de hoje.
Postado originalmente em 'Novo Intelecto' [http://novointelecto.blogspot.com]
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