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Críticas

Cineplayers

Enrolado e desinteressante, mostra as limitações de Verbinski como contador de histórias. Johnny Depp, como sempre, é o melhor do pacote.

4,0

Quando o produtor Jerry Bruckheimer topou criar todo um longa-metragem baseado em um parque de diversões da Disney, ele provavelmente não sabia as enormes proporções que esse projeto ia ganhar. Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, o primeiro filme de uma posterior triologia, à despeito de sua qualidade discutível, fez grande sucesso e foi indicado a vários prêmios, além de catapultar o nome de Johnny Depp para o céu dos nomes quentes de Hollywood. O enorme faturamento desse filme logo levantou a idéia de novos filmes, rodados simultaneamente – e não pense que acabou, pois já há boatos sobre uma terceira seqüência.

Quando estreou Piratas do Caribe: O Baú da Morte, o segundo filme, o sucesso foi grandioso, e a arrecadação bem superior ao seu antecessor. Ágil, divertido, explorando ao máximo Depp e seu Capitão Jack Sparrow, a série finalmente apresentou elementos característicos de grandes sucessos, ausentes no primeiro filme. O que só fez aumentar a expectativa quanto à finalização da trilogia.

Porém sinto muito informar aos fãs da série que Piratas do Caribe: No Fim do Mundo é ainda mais fraco que o primeiro filme. Extremamente longo, arrastado, confuso e à sombra dos fatos do longa anterior, o espectador fica à deriva do desenrolar da ação a não ser que tenha o histórico da série fresco na memória. E o mais grave: cadê Johnny Depp e seu maravilhoso Jack Sparrow? O grande atrativo, um dos ícones pop do novo milênio, Sparrow só entra em cena por volta do final da primeira hora de projeção. E mesmo assim, para pouquíssimos momentos inspirados. O melhor momento é mesmo quando aparece pela primeira vez, em uma espécie de purgatório, defrontando-se com seus outros “eu”. Mas pára por aí.

O que se vê na seqüência é uma trama enrolada, que por mais que explore cenários grandiosos, efeitos sonoros e visuais incríveis e cenas de ação extremamente bem orquestradas pelo diretor Gore Verbinski, não consegue despertar maior interesse. Como se todas as idéias criativas tivessem se esgotado no filme anterior. E com um agravante: abusa da violência, que faz com que ele seja completamente inapropriado para crianças. 

Fica bem evidente aqui as limitações de Gore Verbinski como contador de histórias, por mais que domine a tecnologia para fazer um grande espetáculo. Sem controle narrativo algum, deixa seu filme às margens da pirotecnia. Que o filme vai arrastar multidões, disso não tenho dúvidas. Mas se todos sairão das sessões satisfeitos, isso é uma outra história. Que venha o quarto filme. De preferência, com mais Johnny Depp.

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