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Críticas

Cineplayers

Uma nova versão de cinderela, bem mais pop, que deve ser visto apenas ao acaso, sem pretensão.

4,0

Gatas borralheiras nos tempos modernos costumam aparecer com freqüência em filmes norte-americanos. Com A Nova Cinderela não foi diferente: o filme transporta a manjada história da filha injustiçada para os dias da Internet e do consumismo supérfluo, resultando num enredo bastante previsível.

Sam Martin (Hilary Duff) era uma garota normal, que vivia com o pai viúvo numa bela casa em San Francisco. Entretanto, após um terremoto que acaba por matar seu pai, Sam é obrigada a viver com a madrasta, Fiona (Jennifer Coolidge), uma mulher repugnante, fútil e desagradável, que faz questão de transformar a vida da menina num inferno: Sam deve obedecer a todas as ordens a ela dirigidas e é obrigada a trabalhar na lanchonete de Fiona (que outrora era de seu pai). Como se já não bastasse, Sam deve aturar suas "irmãs", filhas de Fiona, que são, a todo momento,  paparicadas e mimadas, além de terem tudo que a gata borralheira não possui.

Felizmente, tudo parece mudar quando Sam conhece, pela Internet, um admirador secreto com o pseudônimo de "Nômade". Os dois se correspondem por algum tempo e prometem se encontrar no baile de Dia das Bruxas, que ocorrerá em breve na escola. O romance secreto é levado adiante com a ajuda dos amigos de Sam, como a garçonete Rhonda (Regina King) e o estudante Carter (Dan Bryd).

No dia do baile, Sam (fantasiada de Cinderela mascarada) e o Nômade se conhecem. Ela percebe, então, que ele é Austin (Chad Murray), um atleta do time de futebol americano da escola e provável futuro presidente do grêmio estudantil. Após um encontro meloso, de cenas certamente dispensáveis, Sam vai embora, esquecendo acidentalmente seu celular. A partir daí, então, começará a desesperada busca de Austin pela verdadeira identidade da Cinderela mascarada.

Com uma trama previsível e desnecessária como esta, nem há muito que dirigir. O diretor Mark Rosman certamente não teve nenhum trabalho com este filme. A estrutura da película já estava planejada antes mesmo de terem escolhido o elenco, uma vez que o roteiro é o mesmo visto há décadas. Adicionam-se a isto alguns clichês de filmes adolescentes e o filme está pronto, tão reciclável quanto se poderia imaginar, facilmente executável por qualquer diretor.

Igualmente, boas atuações são tampouco necessárias. Um nome que se destaca no elenco talvez seja o de Regina King, certamente a atriz mais madura ali. Quanto aos homens, existem apenas dois nomes: Chad Murray e Dan Bryd, ambos apagados e desinteressantes, aparentando pouca capacidade interpretativa. Talvez em outros filmes todos os atores tenham sucesso, mas, neste, não há espaço para evoluir. Padrões extremamente clichês devem ser seguidos para a composição das personagens, não oferecendo desafios para os atores. Além disso, são papéis leves e sem conteúdo, vistos a todo momento neste tipo de filme.

A produção técnica dispensa comentários. Mais uma vez aparecem regras que devem ser seguidas, para que se obtenham os mesmos padrões de sempre. Fotografia sem graça, figurinos que realçam a futilidade da sociedade norte-americana, músicas alegrinhas do gênero pop-rock, cujas letras são tão sem conteúdo quanto o filme. Algum ou outro efeito de câmera interessante, mas nada além disso.

Enfim, A Nova Cinderela é um filme para ser visto ao acaso, quando se pode desperdiçar dinheiro, ou seja, nunca. Alugar a película e assistir a ela em casa vale mais a pena, porque nessa ocasião pode-se reunir amigos e familiares para uma tarde de diversões. Talvez as garotas gostem mais desse filme que os meninos, uma vez que ele parece ser realmente feito para esse público. Mesmo assim, a mensagem tantas vezes repetida de "seja quem você de fato é" pode servir e agradar a todos, bem como o final estilo "e eles viveram felizes para sempre". Certamente, pode-se viver feliz para sempre sem ter que se assistir a um filme como este.

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