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Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy, A

(Nightmare On Elm Street Part 2: Freddy's Revenge, A, 1985)
5,3
Média
202 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

O filme perde sua essência ao mudar o modus operandi de Freddy Krueger.

4,5

Lançado apenas um ano depois do ótimo A Hora do Pesadelo, esta parte 2 tem méritos; entretanto, apresenta diversos problemas. Os elos estabelecidos na primeira metade da narrativa entre a história original e esta continuação são excelentes formas de resgatar a premissa do filme anterior, assim como esclarecer de vez que Freddy é o assassino da Rua Elm, e não apenas um vingador contra aqueles que puseram fim a sua vida.

Desta vez, Freddy Krueger ataca o jovem Jesse (Mark Patton), que se mudou há poucos dias para a casa de Nancy - a personagem principal do primeiro longa que abandonou a Rua Elm após os tormentos enfrentados. O principal mérito desta sequência é deixar o espectador rapidamente a par de todo o enredo e, por isso, o início é promissor. Mas, infelizmente, o roteiro se perde no decorrer da trama. A cena inicial já esclarece o mote central: pesadelos atormentarão o jovem Jesse, a nova vítima de Freddy. Na sequência, vem a informação de que ele é recém-chegado na Rua Elm, algo perceptível já que pelo seu quarto estão espalhadas diversas caixas de mudança. E, ao encontrar o diário de Nancy, sabe-se que ele é novo morador da casa preferida do assassino das navalhas.

Estabelecendo toda essa conexão e ambientando seus personagens com bastante eficiência, A Vingança de Freddy poderia ser uma continuação à altura do primeiro, porém, falha ao alterar o principal: a essência de Krueger. O vilão está menos sanguinário e aparece no começo como alguém que não busca a tortura, mas um aliado. E assim o roteiro falha feio ao quebrar a lógica estabelecida anteriormente com o prelúdio da série. Freddy não mata, busca apenas voltar do mundo dos mortos possuindo o corpo de Jesse.

Com isso, o jovem vira uma espécie de serial killer sonâmbulo, e não alguém que sofre na vida real as consequências dos pesadelos. E, quando o primeiro crime é cometido, o espectador fica perdido: Jesse é o assassino? Matou em sonho? Ele é sonâmbulo? Matou sem sair da cama? O problema é esse: no primeiro filme, Freddy agia nos sonhos de todas as suas vítimas e as matava dessa maneira. Então, como pode aqui ele matar outro personagem por meio do sonho de Jesse?

O principal problema não é apenas a mudança dos meios de Freddy, mas, também, a alteração no comando da produção. O competente Wes Craven cede lugar para Jack Sholder na direção e a mão pesada do novo diretor é sentida. Craven deixa de assinar também o roteiro e, talvez por isso, as barbaridades acima citadas foram cometidas, prejudicando a história de Freddy.

Se os efeitos melhoraram, muito em parte ao provável aumento de orçamento depois do sucesso do primeiro, a história, responsável por tornar um projeto simples um clássico do cinema de terror, piorou significativamente. Ao inverter a lógica do primeiro filme, a dupla Jack Sholder e o roteirista David Chaskin estragou o segundo. De novidade positiva, apenas as pitadas de humor sarcástico. E, de primoroso, só a sequência em que a mocinha da história, para salvar o amado Jesse, beija Freddy Krueger na boca. E não sei o porquê de a trilha sonora, ponto alto do primeiro filme, não ter sido mais bem utilizada aqui. Freddy Krueger perdeu o que era primordial: sua identidade.

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