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Críticas

Cineplayers

Muito mais que um filme para vender brinquedos.

8,0

Logo no começo de Uma Aventura LEGO (The LEGO, 2014), algumas dúvidas pairam no ar... O aparente unidimensional protagonista Emmet é o suficiente para sustentar 100 minutos de filme? E, no meio de tantas animações primorosas (se não em roteiro, em computação), o estilo mais picotado que stop motion conseguiria segurar a atenção do público? Seria o filme uma única longa piada, com bonecos e visuais a se repetirem eternamente?

A boa notícia é que Uma Aventura LEGO está longe disso. Difícil é sair da sessão e não cantarolar Everything is awesome o resto do dia (este crítico viu o filme em inglês, não podendo opinar sobre a dublagem), lembrando dos personagens carismáticos e piadas inspiradíssimas, que nunca deixam o filme cair de qualidade. E pra quem está preocupado, não são apenas os pequenos que ficarão entretidos. Muito pelo contrário, LEGO é diversão para toda família, e ouso dizer que o público alvo, o que mais vai se divertir, são os adultos saudosistas, que já brincaram com os blocos montáveis na infância.

O roteiro do filme é extremamente simples e funcional. E quando parece que isso vai ser algo negativo, entendemos que a lógica e a experiência de assistir Uma Aventura LEGO é parecida com a de uma brincadeira de criança. Não há pretensão ou sofisticação, além da pura vontade de criar, de entreter, de se divertir. E uma vez que embarcamos, o filme nos mostra que pode ir muito além. Que a despretensão de brincar com blocos de plástico pode ser muito mais intensa do que parece superficialmente. E que um filme sobre uma marca de brinquedos pode não ser um institucional para vender mais brinquedos.

Emmet, um operário padrão que vive de acordo com as regras, vive em um mundo de LEGO dividido entre a ordem, onde todos fazem exatamente o que são exigidos e são aparentemente felizes seguindo o manual, e um mundo rebelde, onde os Mestres Construtores acreditam que cada pessoa/boneco deveria poder construir o que quisesse. Atire a primeira pedra quem nunca ganhou uma caixa de LEGO e se irritou com as instruções e quis construir o que bem intendesse. Paralelamente, Presidente Business pretende liberar uma arma poderosa chamada Kragle, que vai congelar todos os habitantes, impedindo que eles se misturem, acabando com a desordem e o caos. A única pessoa capaz de impedi-lo, segundo uma mística profecia, é O Escolhido, uma pessoa que achará a peça de resistência. E por acidente, ou não, essa pessoa é Emmet, a pessoa cuja mente é absolutamente vazia e sem um único pensamento original além de um sofá de dois andares.

Durante boa parte da tal aventura do título brasileiro (que acredita que jogar essa palavra faz do filme um sucesso instantâneo, vide Frozen – Uma Aventura Congelante [Frozen, 2013]), o público vira criança, acompanha as perseguições, ri bastante, se diverte com as inúmeras participações especiais (Batman, Super Homem, Lanterna Verde, jogadores de basquete famosos, Gandalf, o pessoal do Star Wars), e embora possa ser um truque para vender muitos brinquedos, tudo é muito bem justificado dentro da história. E a reviravolta dos últimos 20 minutos é sensacional, e uma das melhores já feitas em um filme de animação. É nesse ponto em que ele deixa de ser apenas mais um Detona Ralph (Wreck-It Ralph, 2012) pra entrar no patamar de Toy Story 3 (idem, 2010) e outros filmes da Pixar.

Comentários (8)

Adriano Augusto dos Santos | sábado, 15 de Fevereiro de 2014 - 11:15

Os games de LEGO são divertidos demais.
Se for naquela pegada será muito legal.
E parece ser pelas imagens.

Rubens Lima | sábado, 15 de Fevereiro de 2014 - 18:35

Everything is special, everything is cool when you have a dream.
O melhor filme animação do ano, com certeza.

Raphael da Silveira Leite Miguel | terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014 - 13:28

Também era muito fã de Lego na minha infância, já tive daqueles baldes com inúmeras peças para montar e, como disse na crítica, não me prendia ao que estava programado para ser montado, e sim, fazia as minhas construções à minha maneira.

O final da crítica foi muito foda ao compará-lo com Detona Ralph (melhor de 2012), Toy Story 3 (melhor da década) e outros filmes da Pixar (tops). Aí a expectativa subiu nas nuvens... Pelo visto, é a animação a ser batida em 2014.

Arthur Brandão | domingo, 23 de Novembro de 2014 - 23:58

Como diz o filme ''Pra ser especial, basta acreditar''. Na minha opinião é a melhor animação de 2014, o filme lembra um pouco Toy Story 3 e, principalmente aqueles que tiveram uma infância cercada de LEGOS sabe que o filme é como se fosse um filme de sua própria vida, da vida de cada um que está assistindo o filme e de certa forma já vivenciou aquilo, um filme de fã para fã, essa foi a mensagem que eu entendi, queira ou não, você nunca perde totalmente o seu lado criança, o lado infantil, acho que isso é o que o filme tenta passar para quem está assistindo e, francamente alguém que vai assistir uma animação pensando em coisas do tipo ''Será que teremos personagens visionários, batalhas épicas, atuações dignas de Oscar'', francamente essas pessoas devem ter algum problema...o final do filme é o seu melhor, sem dúvida alguma. LEGO é incrível... tudo que é incrível 😏

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