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Críticas

Cineplayers

Apesar de ter suas qualidades, o filme é "inglês demais", e acaba tornando-se deveras enjoativo.

6,5

Um lindo casal vai fazer um piquenique no campo, nas proximidades de Oxford, na Inglaterra. Ele levou uma champanha e uma aliança, pois iria pedi-la em casamento. Na hora agá, um balão desgovernado cai no campo, com uma criança dentro. O apaixonado e mais alguns cidadãos tentam segurar o enorme balão vermelho. Acaba por arrastar um médico, que despenca de uma altura considerável e cai estatelado no chão, partindo-se ao meio.

Essa é a premissa de Amor para Sempre (Enduring Love), filme inglesérrimo com Samantha Morton e Daniel Craig (o fortão canastra de Tomb Raider, o novo James Bond, apesar de loiro), dirigido por Roger Michell, o responsável por Notting Hill e Quatro Casamentos e um Funeral, agora na chave mistério, não mais comédia romântica.

O maior atrativo, além de Morton, é o fato de ser baseado num romance do badalado Ian McEwan, de “Reparação”, considerado um dos melhores livros deste início de século. Traz o tema da obsessão em vários níveis. O cara, um professor e escritor, fica obcecado pelo fato de ter sido o primeiro a ter largado o balão e, assim, propiciado a morte do médico. Um outro cidadão, presente no episódio, apaixona-se pelo professor e passa a segui-lo, a fazer ameaças, até causar outra morte. A esposa do médico morto descobre um lenço de mulher no carro do marido e fica obcecada com a suposta traição do marido, louca para descobrir a dona do troço.

Ritmo marquetado, diálogos empolados, interpretações declamadas, chuva o tempo todo em Londres, frieza nas relações etc. É inglês como chá, ou melhor, como alguns ingleses acham que o cinema deles deve ser. Até para quem gosta, como eu, é enjoativo, apesar das belas cenas e do trabalho de enquadramentos bem criativo. Craig atrapalha com sua canastrice. Enfim, são os ingleses tentando fazer filme de época contemporâneo.

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