Apesar de não fazer parte do melhor pacote de filmes de Rohmer, é diversão leve e sofisticada.
Duas amigas, uma tímida e solitária, e a outra despachada e objetiva, estão às voltas com seus amores em O Amigo de Minha Amiga, último filme da série “Comédias e Provérbios”, do cineasta francês Eric Rohmer. É o de sempre: classe média urbana francesa, não necessariamente parisiense, falando muito, tentando resolver as mesquinharias do dia-a-dia e dar algum sentido à existência, por menor que seja.
No caso, a tímida e solitária, Blanche, irá se apaixonar pelo cafajeste bonitão do local, como sói acontecer. A amiga despachada dá todo apoio para que o romance tenha sucesso, mas percebe que para Blanche o melhor mesmo seria seu próprio namorado, Fabien, com quem tem um relacionamento não muito esfuziante, digamos assim. Enquanto joga o namorado para cima da amiga, percebe duas coisas: não quer se desfazer dele, apesar de não darem muito certo, e que ela quer mesmo é o cafajeste.
Tudo é essencialmente cafona, os modos dos franceses não são lá muito apaixonantes, para dizer o mínimo; roupas, situações e frustações sucedem-se sem lirismo ou mesmo despertando sentimento de pena no espectador. Rohmer é seguir fiel do cinema rigoroso de Bresson e não permite sentimentalismo, música ou outros apetrechos de suporte para suas narrativas.
O Amigo de Minha Amiga não tem o charme dos quarentões de Conto de Outono nem a veia histórica crítica de A Inglesa e o Duque, nem mesmo ameaça os dois grandes grandes filmes de Rohmer, O Raio Verde e A Colecionadora. É uma diversão leve e sofisticada sobre dois casais no interior da França que se acertam, recheada pela banalidade vibrante de Eric Rohmer.
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