Em termos cinematográficos, considero a Guerra do Vietnã a mais interessante. O pior campo de batalha, os piores motivos e a pior derrota dos Estados Unidos em todos os sentidos. Os melhores filmes de guerra. Nascido para Matar, Pecados de Guerra, Fomos Herois, Nascido em 4 de Julho, Patton e Apocalypse Now são obrigatórios. Não são apenas alegorias fanáticas que querem lucrar em cima dos acontecimentos históricos, mas obras que tecem críticas pontuais, muito importantes para a reflexão levando sempre a uma mesma conclusão: Quem movimenta as engrenagens da guerra são os políticos e os empresários. Nas palavras do Black Sabbath “Políticos se escondem. Eles apenas começaram a guerra. Por que deveriam sair para lutar? Essa parte eles deixam com os pobres.”
1969. Billy Covington (Robert Downey Jr.) trabalhava como repórter e piloto para uma estação de rádio da Califórnia mas teve sua licença suspensa após sobrevoar de helicóptero, abaixo do limite permitido, um acidente de trânsito enquanto cobria um engarrafamento. Por conta de sua ousadia, um representante da empresa particular Air America o oferece trabalho em Laos, para pilotar aviões transportadores de suprimentos para abastecerem os povoados e exército local que combate os comunistas. Logo percebe que será difícil sobreviver ou manter a sanidade.
Em resumo, o filme é bom. Air America não é um filme convencional de guerra. Em uma linguagem as vezes quase tão cômica quanto produções como Top Gang, retrata uma parte da história da famosa guerra. A Air America era uma empresa utilizada pela CIA para transportar mantimentos e armas para os exércitos locais aliados dos americanos. Dessa forma o exército americano não seria envolvido publicamente no conflito. Em troca, os dirigentes da empresa e o oficial vietnamita utilizavam os vôos para transportar heroína. Oras, como disse Thompson, em uma sociedade de ladrões, o maior crime é ser pego. Acaba que todo mundo usava o que podia para se beneficiar do acordo, até que a visita de um senador americano põe tudo em jogo, inclusive a seriedade, uma vez que o personagem parece uma cópia de Leslie Nielsen em Corra que A Polícia Vem aí e outros. Quer dizer, o filme não aposta na seriedade desde sempre. Logo no início, temos a confirmação do tom de humor de Air America, quando um simples camponês atira calmamente e abate um avião da companhia em uma cena hilária. Gene Ryack (Mel Gibson) é o piloto experiente e cínico que também se aproveita do vôos para traficar armas. Um budista cínico traficante. “Se você não puder rir da guerra, pra que lutar?”. Pode soar estranho, nas Air America é tremendamente divertido. Além de repleto de situações tão ruins que só resta rir, os diálogos são um show a parte.
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