Tá aí um filme que deu vontade de comentar. Talvez por ser fã dos Beatles, ou, pra provar que é muito mais do que uma simples desculpa para novas e contagiantes versões de várias das melhores músicas dos garotos de Liverpool. Sim, aqui se encontra uma das maiores OP de últimos tempos, um ode aos amantes dos interesses revolucionários da década de 60, e, principalmente, uma complexidade infame bastante rara nos roteiros de hoje em dia.
"Tomorrow I´ll miss you, remember, i´ll aways be Truth."
Julie Taymor, antes sucedida com Frida, mostra mais uma vez cores vibrantes, e o termo excêntrico único por sua parte em captar bem os acontecimentos da época de suas obras, os conflitos e fatos que contribuíram tanto para o bem, quanto para o seu antônimo. Com uma direção inovadora e imatura, consegue um fato sórdido, uma era, o começo de uma. Uma completa coletânea de tiros e críticas afiadas, tais como: She´s so Heavy. O Jim Sturgess brilha, com a desconfiança de qualquer inglês, de Liverpool, nos EUA. Evan Rachel Wood, linda como nunca vi antes, dá um show de sorrisos e fofura. Mas, claro, como todo bom fanfarrão, meu destaque vai para o sórdido e carismático Joe Anderson.
"Something in her style that shows me, i don´t want to live her now. You know i believe in how."
Pense num elenco lindo, junte vozes sublimes, e letras já dadas como as mais belas de todas. Claro, para que a obra saia perfeita, ou pouco menos, faça o telespectador realmente entrar na história, deve-se ter, no básico, personagens carismáticos. Concordo que as atuações não foram perfeitas, até por que, a grande sacada, foi ter músicas não originais, originais.
"With every mistake we must surely be learning.
Still my guitar gently weeps."
Ao começo, já percebemos que será um conto diferenciado, tanto pelo canto penetrante do Sturgess, quanto pela fotografia, que, para tal ideia, foi bastante criativa e moderna. Claro, com exceção, de algumas partes bem exacerbadas, tais como a do circo, ou até mesmo a do ônibus, mas, de fato essa é a diferença de um musical, se inova, e se tratando de um sobre drogas, década sessentista, e música. Fuck the police. Também, varia de uma complacência elogiável o humor do filme, tornando-se ora crítico, ora lírico e poético, feliz e reflexivamente triste em quase mesmas partes.
"Blackbird singing in the dead of night,
Take these sunken eyes and learn to see."
O pano de fundo, a grande e idiota Guerra do Vietnã, tem cenas geniais como instrutoras, as greves os ativistas, as mortes em batalha e mostrar de recrutamento, impecáveis. Conta também com duas participações muito especiais, tendo Bono Vox, do U2 como um alucinado doutor cantor, e um mendigo velho gordo e com tiques nas mãos que inicia a entrada do personagem Jojo, Joe Cocker. Sim, aquele que canta "You Are So Beautiful to me" em Carlito´s Way. A parte técnica, sim, retrata bem a década de 60, Bem com suas breguiçes e estilos Hippies infames. E como uma estrela, isso tudo junto, brilha.
"Happiness is a warm gun, mama."
Ah, as músicas, quão belas e sensíveis são. Talvez, as melhores do quarteto inglês mais famoso. Outro fato, digo fatos, é uma sociedade aonde os Bealtes não existem, ou pelo menos, não viriam a existir. E, como segundo, o nome dos protagonistas ajudar, e bastante, em várias melodias. Sim, "Hey Jude", "Dear Prudence"e "Lucy In The Sky of Diamonds" são alguns exemplos claros de conectividade.
"There's nothing you can make that can't be made. No one you can save that can't be saved. Nothing you can do, but you can learn how to be you in time. It's easy."
Há vários conhecidos, críticos de filmes e musica, que julgam várias músicas desse, melhores que as originais, tais como: "Something", ou "All My Loving", até mesmo a do título, que vale lembrar, momento mais lindo e poético do filme. Tendo como última apresentação musical, lembrando direto aquela tarde fria na qual os grandes Beatles fizeram seu definitivo show juntos, "All You Need is Love", toma a atenção, tanto pelo amor frustrado, e não nessa, mas também, ótimos números de dança.
"Take a sad song and make it better
Remember, to let her into your heart
Then you can start, to make it better."
Em suma, é de fato uma grande experiência. Mais musical do que cinematográfica, claro. Mas, é fácil, mesmo achando alguns momentos arrastados como partes do boliche, forçadas, mas claro, pus na cabeça que é um musical, colorido, e é Across The Universe, se não fosse por esses momentos viajados, não teria o mesmo impacto no final. Quem é fã dos Beatles, não perca, não pela história, mas pela trilha sonora, que não possui quase nenhuma parte instrumental, só canções, ou o barulho monótono da época de ouro da música mundial.
"Words are flowing out like endless rain into a paper cup, they slither while they pass they slip away across the universe. Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind, possessing and caressing me."
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário