Muito mais do que uma simples continuação, O Poderoso Chefão: Parte II é a prova viva de que uma segunda parte de um grande sucesso de público e crítica pode sim ser tão bom e tão aclamado quanto. A maior prova disso é o Oscar de melhor filme para a primeira e essa segunda parte.
A segunda parte da trilogia já começa com um diferencial, que acrescenta e muito para o conhecimento da trama num todo, já que paralelamente a continuação da saga da família Corleone, é contada a história de um Jovem Vito Corleone, desde sua infância na Sicília até o começo da formação da família mafiosa nos E.U.A. Nesse parte do filme, temos momentos importantíssimos, que nos mostra como o até então calado Vito começa a conhecer como funciona o sistema da máfia, e quanto isso pode ser doloroso e sofrido, inclusive para ele próprio e sua família, começando a criar no jovem garoto o instinto de justiça e vingança, e claro, a cobiça pelo poder. Ficamos sabendo também como surgiu o sobrenome Corleone da Família assim que Vito pisa na América, descobrimos como surgiu sua amizade com seu fiel escudeiro Clemenza, interpretado por Bruno Kirby e como começou o seu império, tudo isso intercalado com a história principal, é simplesmente sensacional, você não sabe o que quer mais saber, se a continuação da história ou o passado dela.
Já na continuação da saga, agora temos um novo Dom, como já demonstrava o fim da primeira parte, e esse é Michael Corleone, que começa a mostrar facetas de personalidades muito diferentes do que aquele jovem Michael demostrava no início, sendo implacáveis com seus inimigos, e até mesmo com sua família, as cenas de desilusão de Michael com seu irmão Fredo e sua esposa Kay certamente estão entre as mais célebres cenas da história do cinema, e isso se deve muito a Al Pacino.
A interpretação de Pacino desse "novo Michael Corleone" é fantástica, entre as melhores atuações de todos os tempos e obviamente entre as melhores do ator, a já citada cena dele com sua esposa Kay, quando o mesmo descobre que ela abortou um filho, é de arrepiar de tão impressionante, o semblante dele quando recebe a notícia chega até a emocionar devido a qualidade de interpretação.
E se desta vez o elenco não contou com Marlon Brando, um jovem prodígio do cinema surgia, se no primeiro filme o mundo descobria Al Pacino, desta vez, o mundo descobria brilhantemente Robert de Niro, que interpretou o Jovem Vito, uma atuação maravilhosa, de Niro passa toda o filme falando em italiano e imitando perfeitamente o modo de falar de Vito criado por Brando, essa atuação lhe rendeu o oscar de melhor ator coadjuvante naquele ano, e olha que ele concorreu com outras boa atuações dentro do próprio filme ao oscar, Lee Strasberg viveu Hyman Roth, um falso amigo da família e Michael V. Gazzo que é Frankie Pentangeli, um típico italianão, muito melhor do que qualquer um das novelas das 8. Talia Shire e sua Connie também é destaque, concorrendo e perdendo o oscar de melhor atriz coadjuvante.
De interessante também a passagem da trama por Cuba, justamente no período em que estoura a Revolução de Fidel e finalmente Francis Ford Coppola recebe o oscar de melhor direção, já que esse não veio na primeira parte do filme. Um filme fantástico, apesar de preferir o primeiro, essa segunda parte também não perde em nada, é muita mais complexa em sua trama, o que nos deixa com vontade de rever e rever várias vezes, já que sempre algum detalhe acaba ficando pra trás. A cena final é de uma frieza de gelar a espinha.
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