O monstro japonês volta às telas
A primeira vez que Godzilla estreou nos cinemas e o mundo tomou conhecimento de sua existência foi em 1957 com o filme ゴジラ que estreou no Japão naquele ano. Foi a partir daquele momento que o mundo conheceu o gigantesco lagarto que aterrorizava os japoneses em seus sonhos.
E agora ele retorna às telas pelas mãos de ninguém mais, ninguém menos que Roland Emmerich, o diretor-catástrofe mais famoso do mundo por ter dirigido grandes filmes como Independence Day (idem, 1996), O Dia Depois de Amanhã (Day After Tomorrow, 2004) e 2012 (idem, 2009). Do Japão para Nova York, Emmerich deu sua marca à Godzilla.
O gigantesco lagarto representa o medo pelas armas nucleares (memórias de Hiroshima e Nagasaki para os nipônicos). Em cima dessa temática, Roland desenvolve o roteiro ao seu modo: destruição do início ao fim.
A primeira aparição do monstro foi no Panamá e o exército americano já estava na área para saber o que havia acontecido. Assim, chamam o cientista Nick Tatópolus
(Matthew Broderick) para que "explique" o ocorrido. De um lado a América e do outro o Serviço Secreto Francês liderado pelo agente Philippe Roaché (Jean Reno). Inúmeras tentativas são feitas até a descoberta do ninho da criatura. A partir daí as coisas mais delicadas.
De certa forma, mesmo depois de 13 anos, Godzilla ainda apresenta uma temática bem atual (tirando é claro a destruição e coisa e tal), mas se tratando do o monstro representa para o mundo: o receio pelo que a Guerra Fria pode causar. Ainda assim, 13 anos é muito tempo e a Guerra Fria já é história, mas ainda assim os avisos se fazem necessários e ninguém melhor que o cinema para isso. Roland conseguiu dar a Godzilla o que um filme precisa: ação, aventura, humor e claro muitos efeitos especiais, mas infelizmente não é perfeito. Tudo acontece muito rápido e é preciso ter atenção para se entender tudo. Assim como em O Dia Depois de Amanhã, este filme nos ensina que o resultado de uma guerra desnecessária como foi a Guerra Fria pode causar. Transformar animais em verdadeiros monstros.
Não consigo engolir este filme. Emmerich entregou seu pior filme, disparado. Um Godzilla (que eles chamam só de Zilla) fracote que morre com dois misseis - sem falar na descaracterização física do monstro e no tom infantil e a trilha rap medonha. Não a toa, em filmes posteriores, os japoneses citam o fato de os americanos terem se enganado sobre a identidade do monstro. Detesto esse filme. É claro que nenhum se iguala ao clássico de 1954, mas nem O Filho de Godzilla é tão ruim. Admiro quem encontre alguma qualiade neste filme, pois eu nao duvido que tenha sido uma estratégia dos americanos pra arruinar a moral e a popularidade do lagartão.
Eu acho um filme até divertido, apesar das digressões e dos defeitos inquestionáveis. Os efeitos são bacanas, o elenco carismático (com algumas exceções é claro), a trilha é envolvente e as cenas de ação insanamente exageradas. Nota: 5,5.