A violência audiovisual é um tema que sempre dá o que falar. Sabendo disso com propriedade de quem estudou justamente no local que serviu de principal cenário do filme (Faculdade de Ciências da Informação da Universidade Complutense de Madri) e mesmo não disfrutando de grandes orçamentos, apenas de boas idéias, de talento e um elenco competente, Alejandro Amenábar elegeu esse tema para primeiro longa.
Sem cair no clichê e moralismo, fez em parceria com Mateo Gil um roteiro equilibrado. Na direção, foi competente e manteve o suspense na medida certa, conseguindo prender o espectador ao longo de todos os 125 minutos da fita. No que diz respeito ao elenco, Fele Martínez que também era estreante fez por onde e, superando todas as expectativas, recebeu o prêmio Goya de melhor ator revelação do ano de 1996. Enquanto isso, Ana Torrent que já vinha com dez filmes na bagagem, usou essa experiência acumulada para lhe porporcionar maior tranquilidade na hora de entrar na pele de Angela, a universitária que se vê envolvida numa trama perigosa que gira em torno do universo de filmes 'snuff'.
Com tantos pontos positivos, uma nota dez não seria má idéia. No entanto, para evitar protestos, não o faço apenas por alguns incontestáveis detalhes "técnicos". Agora, de modo algum deixo de recomendá-lo tanto para quem gosta do trabalho de Aménabar ou do cinema espanhol quanto para quem apenas gosta de um bom filme inteligente. Então, assistam!
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