Que a busca por armas de destruição em massa ter sido o motivo para os Estados Unidos invadirem o Iraque é mentira, todo mundo sabe. Mas poucos ousaram bater isso na cara dos próprios americanos até agora, e enviesaram-se apenas pela questão do fracasso americano, da frustração típica do pós-Vietnã ou mesmo pela simbologia ou pelo vício da guerra (como mostrou o recente Guerra ao Terror). Entretanto, Zona Verde adota uma visão mais fria dos fatos e mostra aquilo que todo mundo já sabia, como se fosse uma novidade. Talvez novidade para os americanos mais conservadores. Mas de toda forma, é um excelente filme, especialmente se levarmos em conta que é a nova parceria da dupla vencedora Paul Greengrass/Matt Damon, dos dois últimos Bourne. No papel do soldado que desvela a farsa americana, Damon está muito bem. A direção de Greengrass aposta de novo na ação realista, que praticamente joga o espectador dentro da cena (e o diretor faz questão de dar o tom do filme desde o primeiro segundo de projeção). Como panfleto político, Zona Verde não conta nenhuma novidade. Mas é competente dentro de sua proposta. Se nos primeiros vinte minutos vemos os soldados americanos buscando as tais armas de destruição em massa propaladas pelo governo de George W. Bush, a última cena é por demais simbólica e mostra exatamente aquilo que os americanos foram procurar.
Críticas
8,5
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