O filme A Origem não é exatamente complexo como se diz. Ele exige muita atenção do espectador, mas é facilmente entendível, já que nessa viagem pelo mundo onírico proposta por Christopher Nolan, acaba-se entrando em um sonho dentro de um sonho, dentro outro sonho, que está dentro de outro sonho. A ideia é fabulosa, inquietante e sedutora. Nolan, com um orçamento gigante e atores maravilhosos, faz o que quer nessa obra de ficção científica que já está entre os grandes exemplares do gênero, pela competência na execução do roteiro e na construção de um universo tão rico e detalhado. A semelhança com Matrix é evidente, mas aqui a mensagem é muito mais clara e todo o contexto da obra é acessível.
O maior êxito de A Origem está na montagem, um assombro de perfeição, que constrói um clímax de nada menos que 40 minutos, onde o tempo é apenas um juguete nas mãos de Nolan, que desce cada vez mais o nível no universo onírico até chegar onde quer. Os efeitos especiais são outro êxito, pois usam pouco CGI e aproveitam mais cenas reais - um exemplo claro é a sequência sem gravidade no corredor do hotel. Hans Zimmer deixa sua marca com mais uma trilha sonora genial e perfeita.
Nolan amarra bem as pontas do roteiro e com espantosa habilidade, não se perde em nenhum momento. Sua maturidade como diretor é cada vez maior e os caminhos para o Oscar vão ficando cada vez mais abertos.
Os atores são outro primor: Leonardo DiCaprio reafirma-se como um dos melhores da atualidade; Joseph Gordon-Levitt e Cillian Murphy são outras ótimas presenças. Ellen Page, na figura de Ariadne, representa de certo modo o espectador, questionador daquele mundo e ao mesmo tempo, fascinado.
A Origem é entretenimento de altíssima qualidade e também uma boa surpresa no mercado: é um blockbuster de 200 milhões de dólares com história original. E fica a pergunta: Christopher Nolan é capaz de errar? Ao que parece na sua sólida carreira, não.
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