O Grande Gatsby. Esse é o nome certo para o filme. Definitivamente não é um remake, mas a verdade é que Baz Luhrmann conseguiu convencer-me, novamente, de que existem, sim, essas pessoas que conseguem construir sua realidade apoiados apenas em seus sonhos. E é um sonho o que colocam na nossa frente. E nos sonhos não podem haver limites. Beleza, ostentação, luxúria, letras e sons no ar, artifícios que encantam os olhos. Só isso? Não, apesar de que eu considere a melhor parte. Ao romance, então. Amor, olhares, movimentos suaves, Mulligan e DiCaprio contracenam em nível muito bom o típico envolvimento espirital e progressivamente carnal dos dois. Passemos ao drama. A obstinação de um e a maluquice que é a cabeça de uma mulher. Jay sabe bem o que fazer, Carey não. Construir uma casa, na verdade um castelo, na areia só tem um ensinamento e tal ensinamento é fatalista. Se a intenção foi um sonho que se torna pesadelo, Luhrmann não conseguiu isso. Caímos na narrativa passiva, voyeurista e, por fim, masoquista de Nick, interpretado em cores atenuadas demais por Tobey Maguire. Do que eu gostei mais foi Tom Buchanan, ele vinga, apesar de politicamente incorreto e moralmente hipócrita, a tolice da paixão desmiolada e irracional, que o romance até então tanto exaltava. De longe, Joel Edgerton, o melhor desempenho. Pra mim, o grande problema do filme é a indefinição. É um drama estético ou intimista ou reflexivo? Tem de tudo um pouco, que o torna confuso.
Críticas
7,5
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