Em cada esquina, uma história de amor para contar. Porém, nem muitas possuem finais felizes, um certo sentimento trágico de dor e amargura estão nelas. Entretanto, ainda são sensíveis, ternas e românticas e todas estão interligadas por ruas, avenidas, praças e uma cidade que é marcada historicamente por seus belos romances à sombra da cidade luz, também chamada de Paris. Essa é a ideia por traz desse filme.
Paris, te amo, é um longa que faz parte de um projeto desenvolvido pelo produtor xx, que tem como interesse juntar um números de renomados diretores para que eles possam expressar seus sentimentos, por meio das imagens e de suas histórias, a uma certa e especifica cidade. No caso, a ideia é trabalhar com as quatro maiores cidades do mundo: Paris, New Yorck, Rio de Janeiro e Tokio. Nessas histórias, sejam românticas ou não, o interesse é mostrar como esses diretores veem essas cidades e como elas são materializadas por eles. Nesse primeira empreitada temos Paris, a terra dos amores.
Com várias pequenas histórias, somos apresentados a diversos personagens que vivem por essa cidade. São pessoas comuns, interessantes, vagas, cheias de vida ou marcadas pela dor, porém que vivem seus sentimentos.
Na direção, nomes fortes como Isabel Coixet, os irmãos Coen, Gus Van Sant, Walter Salles, Alfonso Cuarón e outros. No elenco, mais nomes de peso como Natalie Portman, Juliette Binoche, Eliijah Wood, Maggie Gyllenhaal, dentre tantos outros nomes, conhecidos ou não. Nas histórias, as mais diversas.
Um longa que possui em sua estrutura pequenos curtas pode ser um faca de dois gumes, da mesma forma que ele pode conter belas histórias, também pode ter péssimos argumentos e é isso o que acontece a esse filme. Outro detalhe que trava o longa é que são muitas pequenas histórias e com pouco tempo de duração, isso faz com que algumas sejam trabalhadas adequadamente, outras nem tanto e outros ainda, graça a Deus por terem terminado, por serem insuportáveis. Mas no geral, um belo trabalho.
Não há como detalhar uma sinopse de fato. Há o homem que no seu carro percebe que é um pouco solitário e não entende por qual motivo, ainda é novo, tem um bom emprego e um bom carro. Olhando pela janela do carro, ele vê as pessoas passarem, sempre todas juntas, com seus amores e amigos, mas uma mulher que passa por ele tem um leve mal estar, ele a socorre, coloca em seu carro e conversa com ela.
Há outra em que três jovens estão tentando dar em cima das mais diversas garotas, um jovem observa um garota tropeçar e cair, ele a ajuda, ela segue a religião do islamismo. Os dois conversam e se despedem, ele fica intrigado por ela e vai atrás dela. E assim segue o filme.
Algumas são realmente muita belas, outras engraçadas, outras ainda são ternas, profundas e tocantes, mas o mais bacana é que em todas podemos perceber detalhes do diretor, é como se cada história carregasse junto de si a marca do diretor, por exemplo, em Walter há a questão social, em Gus van Sant a reladão de dois jovens beirando o homossexualismo, as do irmão Coen um certo tom violento e sinistro, de Isabel Coixot profunda e amarga.
As que merecem atenção é as da Gus Van Sant em que percebe uma dificuldade na comunicação, devido a questão da língua, a da Isabel por ser uma bela história sobre um homem que vai abandonar sua esposa, porém descobre que ela está com câncer em fase terminal, por esse motivo, passa os últimos dias com ela, a que abre o filme e por fim a que encerra o longa, em que conhecemos uma mulher por volta dos seus 40 anos e está visitando Paris. Ela é meio solitária, só tem a presença em sua vida dos seus dois cães, e por meio de uma descrição de sua viagem pela cidade, vamos conhecendo sua vida e seus anseios. Esse curta é o mais belo, tocante profundo e sem sombra de dúvidas, o que mais consegue exprimir o que é essa cidade.
Porém, nem tudo é beleza nesse filme, há alguns curtas que são realmente muito chatos, o mais absurdo é que envolve a alta madrugada de Paris e uma vampira que se apaixona perdidamente por um jovem. Não sei da onde tiraram essa história, mas tudo bem, valeu pelo clima gótico e sombrio de uma Paris durante a madrugada e o que envolve umas garotas orientais, sem comentários.
O segundo filme desse projeto consegue retirar os problemas destes, como obter uma maior junção entre as histórias, menos curtas, porém mais longos. Apesar dessas falhas, esse Paris consegue cumprir a missão, retratar de forma poética, sensível e terna essa cidade tão intrigante e isso das formas mais diversas possíveis, vários olhares sobre uma mesma paisagem.
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