Simples, prazeroso, uma comédia mais que gostosa
A culinária sempre rendeu bons filmes para o cinema. Quem não se lembra da divertida animação Ratatouille ou da deliciosa comédia independente A garçonete. Nesse sentido caminha esse Julie e Julia.
Julia Child é uma americana que passou a morar em Paris por causa do trabalho do marido, Paul (Stanley Tucci). Em busca de algo para matar o tempo, ela se interessou por culinária e se tornou tempos mais tardes numa das grandes cucas nessa área chegando a apresentar um programa de culinária para a TV. Cinquenta mais tarde Julie Powell está prestes a completar 30 anos e entra numa verdadeira crise, frustrada com a vida que está levando. Em busca de um objetivo, ela resolve fazer e testar as 524 receitas do livro de Julia num prazo de um ano. Ao longo dessa jornada ela irá escrever um blog sobre as receitas e dificuldades que está tendo.
Com duas histórias reais, a diretora constrói um filme simples, porém muito engraçado e radiante. Com atuações magníficas, o longa se concentra nas duas atrizes para conseguir a sua maior graça. Meryl Streep está radiante como Julia Child, uma americana que se aventura na culinária francesa e tem como sonho e objetivo de vida lançar um livro com as mais altas receitas da culinária gastronômica francesa para a língua norte-americana. Por mais que todos lhe falem que isso é simplesmente impossível, ela sorri e com um estilo contagiante e segue em frente. Sua atuação é soberana, ela simplesmente rouba todo filme para si. Amy Adams como Julie Powell está incrível, uma norte-americana que está passando por um momento de crise e que vê nas receitas de Julia e no desafio de fazê-las em um ano uma forma de confrontar a situação de sua vida, não vencê-la, mas apenas confrontar. Sua atuação é graciosa, singela, divertida e verdadeira.
As duas têm uma jornada a seguir. Seus caminhos não se cruzam, mas a forma como a diretora guia a história é muito boa. Nora Ephron é uma diretora com filmes regulares. Suas duas comédias românticas Mensagem para você e Feiticeira foram boas, entretanto faltava algo a elas, um ingrediente que as deixa-se não apenas boas, mas também interessantes. E é esse algo que a diretora consegue colocar nesse novo longa. Uma simplicidade guia o filme, ele não possui grandes ambições. Há cenas cômicas, mas também há momentos em que se percebe um pequeno quê social e existencial. A maneira como a história de Julie é desenvolvida, o trabalho da atriz consegue nos passar as dúvidas desta personagem e a pressão que ela mesmo cobra dela para ter algo na vida que seja de valor. A insistência de Julia em continuar a gastronomia francesa não a impedem de apoiar o marido num momento pelo qual ele está passando que é um dos mais momentos mais delicados. Todas essas questões e inquietudes são transmitidas de forma competente pelas mãos da diretora e graças ao trabalho competente dessas duas grandes atrizes.
Enfim, assim é Julie e Julia, um filme que literalmente dá água na boca.
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