Hal 9000 ataca novamente
A maior indústria cinematográfica do mundo vem exagerando na quantidade e tornando-se escassa em termos de qualidade, especialmente nos filmes do gênero ficção cientifica. Mas essa realidade não é exclusividade do sci-fi, assim esse, digamos, mal cinematográfico vem abrangendo qualquer tipo de filme sem discriminação, porém o gênero em questão é o mais vitimado, afundando-se, na maioria das vezes, em clichês e (poluídos) cenários 3D. Oblivion (Oblivion, 2013) é uma ficção ambiciosa, que tinha um potencial para ser um grande filme, mas por ser extremamente superficial e desaproveitador em temas que poderiam trazer eficientes resultados, o que ocorre é um desperdicío, demonstrando os “vicíos Hollywoodianos” em clichês e referências.
O filme é ambientedo em um futuro catastrófico, a Terra está inabitável após uma guerra nuclear, com sua superfície extremamente radiotativa, onde os únicos habitantes são extraterrestres imunes a esta radiotavidade, enquanto humanos evacuaram do planeta, e agora vivem na Lua de Júpiter. Na Terra ficaram apenas um casal, Jack Harper (Tom Cruise) e Victoria (Andrea Riseborough), responsáveis pela manutenção das máquinas. Quando Jack encontra uma mulher que vê frequentemente em visões e sonhos, Julia (Olga Kurylenko), a sua rotina muda radicalmente.
O filme se desenvolve bem nos seus primeiros quarenta minutos, indroduzindo sua complexidade e fugindo dos clichês. O primeiro ato, apesar de ser um pouco raso, torna-se a parte em que o diretor Joseph Kosinski consegue adentrar em seu conteúdo, cautelosamente vai se apoderando do desenvolvimento narrativo, dando espaço para que seus atores possam trabalhar seus personagens, especialmente para o dono do filme, Tom Cruise. Após esse primeiro ato, Kosinski dá a impressão de que perde o controle, demasiadas vezes acelera as cenas destruindo a possibilidade de torná-la virtuosa, realizando sequencias forçadas, culminando no que foi citado no ínicio desse texto: clichês e referências absolutamente desnecessárias.
O problemático roteiro, além das diversas situações dispensáveis, também cria vários personagens inócuos e inúteis, como Victória que pouca adiociona ao filme, e Riseborough interpretando-a sendo totalmente anti-climática em cena. Morgan Freeman é sem dúvidas a maior decepção do filme, mas levando em consideração que o personagem vai e volta ao filme sem nenhum utilitário, o espaço para que Freeman aparecesse era minímo. Cruise demonstra mais uma vez quão versátil ator é, com um personagem que é o único capaz de tornar as coisas interessantes nesse filme, tendo total colocação para trabalhar e desenvolver seu personagem.
Ainda há Sally como vilão, a criação de um robô ao estilo Hal 9000 de 2001: Uma Odisséia no Espaço, o que me fez acreditar que no final do filme iria surgir um bebê cósmico olhando para a Terra. Tais plágios são encarados por alguns como referências, mas encaro como algo desprovido de criatividade, propositalmente, assim renunciando a todo o aparato e ambição inicial. Mas o que melhor funciona no filme são os seus belos cenários futuristicos, que foge do exagero, sendo técnicamente mais aprimorado do que a maioria do que se vê por aí. Desse modo Kosinski explora esse belo aspecto do filme com planos amplos, abarcando todo o caprichado 3D.
Por fim, a previsibilidade típica desse tipo de filme toma conta, com algumas boas ideias poucas exploradas, sendo apenas introduzidas de forma muito rápida. Incostante em todo o seu decorrer, constituido apenas de uma premissa bem trabalhada e, de forma significativa, jogada fora gratuitamente. Apesar de ter alguns momentos interessantes, a insuficiência de originalidade o faz perder a oportunidade de ser mais do que um mero filme descartável, esquecível rapidamente. Segue como acima da média em relação com os recentes lançamentos do gênero, o que não o faz ser um grande filme, Oblivion é um filme que poderá funcionar com muitos que demorem para digerir o seu primeiro ato instigante.
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