Gigolô Europeu por Acidente, veio ao mundo com o mesmo objetivo que toda continuação faz: tentar ganhar mais alguns trocados com a fórmula antiga, mas infelizmente escorrega de cara e não digere bem.
Se o primeiro filme apelava para um humor negro, com mulheres para lá de estranhas, ainda mantinha um clima agradável e você torcia para o trapalhão conseguir se dar bem com seu par romântico. Posso estar enganado, mas o que levou muitas pessoas a assistirem ao filme original, foi o trailer que mostrava algumas sátiras com cenas do Matrix (que estava no auge e era moda mostrar os mesmos recursos). O bom disso é que as pessoas iam ao cinema unicamente esperando tais cenas (que não duram mais do que 5 minutos) e se deparavam com uma boa história. Um azarado limpador de aquários, Deuce Bigalow, após destruir a casa de seu patrão, é obrigado a aceitar um emprego de garoto de programa para pagar os estragos, antes que o dono da casa volte. Simples, com piadas sacanas, porém eficiente, uma vez que o filme possuía uma trilha sonora divertida e cenários 'praianos'.
Óbvio que para que o titulo dessa continuação fosse coerente, o protagonista deveria voltar a profissãozinha de gigolô de forma acidental, mas a história não convence. Natural que o jovem Bigalow estivesse solteiro para voltar a carreira pornográfica (afinal, um maridão apaixonado não voltaria, certo?), e por isso matam sua amada na seqüência, em um sinistro acidente com tubarões (?!)
A partir dai você já tem a idéia de que não terá o elenco original de volta, a não ser o próprio Dulce (Rob Schneider) e o menos provável, T. J. Hicks, o negro cafetão e porco do original. Com piadas pra lá de bizarras e um humor com bestialidades, tudo fica mais pesado e sem graça na trama.
O herói vai a Amsterdã tirar umas férias e se depara com um país decadente, comandado por uma polícia corrupta, prostitutos, drogados e turistas americanos depravados (e odiados pelos nativos). Seu amigo T.J. se mete em encrenca e é acusado de matar alguns rufiões do velho continente. Para salvar o dia, eis que surge a imbecil idéia de Bigalow competir com os gigolôs locais e achar o verdadeiro assassino.
Esteja preparado para cenas escrotas como alguém que come batatas fritas de uma privada, ou mulheres 'monstras' que possuem narizes de pênis, furos no pescoço com voz robotizada, corcundas e orelhudas. Como de praxe, o mocinho encontra um par romântico (de novo) que tem algum tipo de problema. Dessa vez a loirinha tem tiques nervosos mongolóides, do tipo coçar o nariz quando ouve o som de uma sanfona (numa das cenas mais antas que eu já vi no cinema).
Esse é o cardápio que compõem Gigolô 2, que mostra-se muito distante da graça do original, sem possuir também um repertório de musicas atrativas. Nem a ponta que o Adam Sandler costuma fazer em todos os seus filmes, ajudou em algo. A única cena que merece destaque é a da participação especial do seu ex-patrão em um restaurante. Podre Bigalow, esperava mais de você.
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