O filme de maior fracasso de bilheteria da história, é uma obra-prima inigualável, perfeito em todos os aspectos.
O que esperar de um filme que arrecadou apenas, 1 milhão de dólares na época do seu lançamento? Isso sem contar o quanto custou caro essa produção,44 milhões de dólares, que atualmente equivalem à 200 milhões de reais. Vamos voltar ao tempo para explicar o que ocasionou tamanho fracasso. O ano de 1980, ficou conhecido como o "ano perdido", no âmbito da economia, devido a alta da inflação e desaceleração do crescimento do PIB, agravando uma crise durante toda a década. Mas alguns acontecimentos acabaram salvando aqueles anos, se tornando não tão perdido assim. Como por exemplo o Cinema, só que tem uma exceção, O Portal do Paraíso, lançada em 1980 escrito e dirigido por Michael Cimino.
De fato a década teve vários sucessos de bilheterias no Cinema, De Volta Para O Futuro e Curtindo A Vida Adoidado, são os exemplos mais lembrados. Década dos jovens, que com a ascensão da cultura pop, e renascimento do rock, os filmes de aventura e ação acabavam lotando as salas de cinemas, enquanto os filmes históricos ou de época, passavam despercebidos. Foi o caso de O Portal do Paraíso, que podemos classificar como, o filme certo lançado na hora errada. Azar de Michael Cimino, que depois do estrondoso sucesso de críticas e públicos por O Franco Atirador, era o queridinho do que podemos chamar da Nova Hollywood, ganhando total autonomia no seu próximo projeto da United Artists.
Com total liberdade e confiança dos envolvidos em seu novo projeto, Cimino não economizou no perfeccionismo da ambientação dos cenários, sempre demitindo e contratando novos encarregados por tal tarefa. Assim acabou estourando o orçamento e consequentemente a United Artists veio a falência. Com isso acaba afastando boa parte do público de ver o filme, acham que vai ser uma experiência horrível, ficam colocando defeitos ao menos sem ter visto, é uma pena aos que pensam assim, pois são 219 minutos que vai demorar sair da minha memória. Podemos assim definir uma carreira de altos e baixos por parte do renomado diretor.
A história se passa no final da século XIX, em uma pequena cidade dos Estados Unidos, onde o Xerife James Averill(Kris Kristofferson), luta contra os ricos criadores de gado, que tentam tomar terras do fazendeiros imigrantes, e ao mesmo tempo luta pelo coração da jovem Ella Watson(Isabelle Huppert), com o pistoleiro Nathan(Christopher Walken). O telespectador que for ver com esperanças de um Western no estilo de Três Homens em Conflito ou Rio Bravo, pode ter certeza vai quebrar a cara. O clima tem ares de épico, a violência e ganância por dinheiro e terras retratados pelos personagens, dá uma cara de Western como propriamente dito, mas a diferença ta na sutileza, com uma disputa romântica pra lá de memorável entre Walken e Kristofferson, aumentando ainda mais a qualidade da obra.
Esse clima leve, o torna único e incomparável Western, nesse que é o exemplar mais romântico e porque não, apaixonante do gênero. O triângulo amoroso vivenciado pelos personagens, não tem aquela violência, diálogos ríspidos, como é esperado pelo público, os personagens interpretados por Kristofferson e Walken, se respeitam bastante, o que só faz crescer em uma avaliação final. Como o roteiro e a edição não são os pontos fortes do filme, se a versão 325 minutos fosse aceita pelos produtores, com certeza o resultado seria catastrófico, já que ficar 5 horas e 25 diante da tv, seria uma experiência desagradável, devido o roteiro e a edição não ser tão bons. Esse é o típico filme que não precisa de um roteiro incrível, para ser fantástico, tem vezes que o erro acaba dando certo como foi nesse caso.
Com tanto dinheiro gasto, lógico que a parte técnica é impecável, a Fotografia, Direção de Arte, Figurinos, Trilha Sonora e atuações são excelentes, considero a parte técnica do filme como uma das melhores de sempre. Os 219 minutos não passam tão depressa, como os 229 de Era uma vez na América, talvez por não ter um roteiro não-linear, mas a lentidão caiu como uma luva para a atmosfera criada durante toda a projeção. O Portal do Paraíso marcou a vida de Michael Cimino, foi do inferno ao céu em 3 anos, no sentido de dinheiro sim, mas em questão de qualidade não, e vem ganhando o devido respeito com o passar dos tempos, e tenho certeza que dentro de alguns anos vai se tornar um cult.
Não a duração desse filme um empecilho não. Um dos motivos que o torna tão especial é justamente esse, pois o tempo que passamos junto aos personagens e o vemos evoluir e desenvolver e de suma importância para o valor da carga dramática(principalmente no que tange a briga entre o Kristofferson e o Walken).
Empecilho que eu entendi eles falarem Caio, em relação a falta de tempo mesmo, devido a outros a fazeres.
That\'s the point, Darlan!
Não entendi nada Pedro rsrsrsrs.