Depois de uma séries de filmes violentos Martin Scorsese se viu obrigado a fazer um filme infantil, já que tinha uma filha de 12 anos. Depois de se aventurar em outros gêneros, suspense, comédia, máfia e drama ele não faz feio ao realizar uma obra infantil, com uma bela homenagem a Georges Mélies, diretor pioneiro em efeitos especiais, que depois que os filmes deixaram de ser mudo, foi esquecido no meio cinematográfico.
Hugo Cabret(AsaButterfield), é um órfão que vive na estação de trem em Paris, onde comete pequenos roubos e perseguido pelo inspetor da estação(Sacha Baron Cohen). Seu pai, que ao morrer deixou apenas um autômato e um caderno que tinha um mistério não revelado até então por Hugo. Depois de deixar a toa o caderno o velho da loja de brinquedos(Ben Kingsley), rouba, e sem saber o motivo Hugo junto com a sobrinha do velho Isabelle(CholëMoretz), seguem uma aventura cheia de idas e vindas na busca de desvendar o porque do seu tio ter o roubado.
A primeira parte do filme é lenta o roteiro é arrastado, Scorsese devia ter focado mais na relação do pai de Hugo com o filho, já que é mostrado pouquíssimos Flashbacks da relação de ambos. Mas tem aqueles filmes que não devemos considerar seus erros é o caso desse, até porque os erros são pequenos diante da grande homenagem ao cinema. Já que a homenagem é para o pioneiro dos efeitos especiais, aqui não faz feio,até então o melhor uso do 3D, a cena do autônomo caindo é de causar calafrios.
A segunda metade com a descoberta do mistério por parte de Hugo e Isabelle o filme engrena de vez, a cada descoberta mais o telespectador torce junto e se emociona a cada revisão feita. O começo com a chegada do trem a estação é uma homenagem ao primeiro filme que tinha 40 segundos de duração lançado em 1896 pelos irmãos Lumière com o título A chegada do trem a estação. Vale destacar o péssimo título em português que não tem nada ver, mas não é uma novidade aqui no Brasil as péssimas traduções de títulos.
O esquecimento de grandes artistas já foi vistos em outras obras em Crespusculo dos Deuses 1950 de Billy Wilder, a personagem real com a ficção coisa de gênio, já que a atriz Gloria Swanson(Norma Desmond), uma estrela dos filmes mudos, com o passar dos tempos não obteve sucesso e ficou completamente esquecida.
"Filmes tocam nossos corações e despertam nossa visão e mudam a forma como vemos as coisas. Levam-nos para outros lugares, eles portas abertas e mentes. Filmes são as memórias do nosso tempo de vida, precisamos mantê-los vivos". "Martin Scorsese".
É lindo ver uma pessoa que ama o cinema falar palavras doces, fazendo a gente se emocionar, e foi com seu olhar de cinéfilo que Scorsese nos entrega a sua homenagem ao cinema e principalmente a Georges Mélies mostrando que os verdadeiros gênios devem ser reconhecidos como tais mesmo que já tenha passado seu tempo.
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