Lupas (3066)
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Um protagonista atroz, homem de natureza destrutiva, condenado a solidão. Servo de um sistema impiedoso, fruto da alienação que cega a todos. Obra de imagens fortes, diálogos secos, atmosfera hipnótica, harmonia melancólica de sombras e luzes. Obra-prima do Cinema Nacional.
Zacha Andreas Lima | Em 25 de Abril de 2024. -
Psicologicamente perturbador e com elementos visuais dos mais interessantes, é uma das atmosferas mais sufocantes que Dario Argento já criou. O italiano se desdobrou para conceber uma verdadeira viagem ao inconsciente da loucura.
Zacha Andreas Lima | Em 25 de Abril de 2024. -
Fiquei entediado na maior parte do tempo. Depois de "O Massacre da Serra Elétrica" Tobe Hooper não se encontrou mais (talvez com a exceção de "Força Sinistra").
Zacha Andreas Lima | Em 24 de Abril de 2024. -
Carlos Reichenbach lançou seu olhar para o cotidiano da periferia (qual ele faria outras vezes). Em "Anjos do Arrabalde" a tragédia dos personagens não é mera dramaturgia, ela é a força do filme. E nela reside a ideia de torná-los, irrefutavelmente, humanos. Gente como a gente.
Zacha Andreas Lima | Em 23 de Abril de 2024. -
É sempre um prazer se deixar levar pela encenação de Mario Bava. Ser instigado pela câmera enquanto ela se movimenta pelo espaço. São filmes para se degustar.
Zacha Andreas Lima | Em 09 de Abril de 2024. -
Corpos que se encontram para tentar aplacar a solidão. O mal-estar moderno e sua inclinação a incomunicabilidade. Tsai Ming-Liang explora o insólito das relações humanas, o estímulo sensorial da imagem e a simbologia do ato sexual. O diretor sempre consegue um novo olhar na captação das insatisfações de um mundo em transformação.
Zacha Andreas Lima | Em 09 de Abril de 2024. -
Nas palavras de Orson Welles: "Não, o que nós, mentirosos profissionais, esperamos servir é a verdade. Temo que a palavra pomposa para isto seja arte. O próprio Picasso o disse. Arte, ele disse, é uma mentira. Uma mentira que nos faz perceber a verdade." A arte é uma maravilhosa farsa, uma ilusão, um desejo de eternizar. É a forma da natureza humana tentar buscar alguma verdade - ou qualquer coisa que se possa tomar como verdade. É beleza e fingimento; o mundo em constante trapaça de si mesmo.
Zacha Andreas Lima | Em 07 de Abril de 2024. -
Não é exagero escrever que o Cinema foi inventado para que filmes como "A General" pudessem ser realizados. Está tudo lá. Ação, aventura, drama, romance, comédia; as peripécias extravagantes do homem comum. E tudo feito com o melhor artesanato possível, com vigor e paixão, aquela vontade absurda que os pioneiros do Cinema demonstravam ao manejar uma câmera. É pura magia! Assombro de mise-en-scène. Não envelheceu nada em seus quase 100 anos de idade. Obra-prima que faz jus ao termo.
Zacha Andreas Lima | Em 07 de Abril de 2024. -
Um ensaio sobre a palavra como guia e força transformadora da imagem, sobre a vivência de um povo através da memória, sua terra áspera e lúgubre - plena de consciência natural e contradições da história. Os filmes de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub são complexos, exigem certo esforço dos sentidos, mas são uma experiência singular, abrem novas formas de interpretação tanto do Cinema quanto da vida em si. "Gente da Sicília" talvez seja a representação máxima das excelências do Cinema da dupla.
Zacha Andreas Lima | Em 07 de Abril de 2024. -
É um filme fantasmagórico, surreal, inebriante, hermético; um estranhamento de imagens que geram um estado de contemplação e arrebatamento. É a música, a pintura, a poesia, o deslocar da luz. Um colapso sensorial do mundo, um lamento da perdição dos tempos. Werner Herzog devia estar com a cabeça em outra dimensão quando realizou esse filme.
Zacha Andreas Lima | Em 06 de Abril de 2024. -
A podridão como arma capaz de subjugar a ordem vigente das coisas. Ordem criada para controlar, explorar e alienar, mas incapaz diante do caos puro e simples. O cheiro de decadência social sendo tão forte quanto o odor dos zumbis. O final é de uma ironia bem sagaz. Filme muito acima da média do gênero.
Zacha Andreas Lima | Em 06 de Abril de 2024. -
As fábulas de um povo. A mítica do espaço. A tradição e cultura da terra. O prosaico onde se extrai o mistério da poesia. O contador de histórias e sua carga de simbolismos. A exploração do homem. A religião como rito cotidiano e força dos poderes vigentes. O encantamento das coisas. A beleza pictórica das imagens. A suspensão do tempo para o apreciar do mundo. Esculpir o plano como verdade e ilusão. Difícil não ficar extasiado com essa realização poderosa de João César Monteiro.
Zacha Andreas Lima | Em 06 de Abril de 2024.