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Críticas

Procedimento Operacional Padrão

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Se você é cineasta e almeja um cobiçado prêmio cinematográfico importante e internacional, eis o roteiro, o "briefing" a ser seguido para a sua brincadeira se transmutar numa panacéia: pegue um punhado de gente oprimida, de preferência pelos EUA, mostre os opressores como o Diabo encarnado, e não importa que sejam minoria dentro de um contingente enorme de pessoas decentes e, finalmente, adicione muita truculência contra essa turba “inocente” excluída por suas convicções.

Pronto! Está a caminho o próximo Oscar, Cannes, Globo de Ouro ou...Grande Prêmio do Juri de Berlim. Prêmio que esta obra recebeu por supostamente mostrar de forma imparcial as atrocidades praticadas pelos soldados americanos durante a Guerra do Iraque. E estas atrocidades realmente ocorreram? Não resta dúvida. Porém, enquanto pouco caso foi feito das inúmeras vítimas dos iraquianos xiitas raivosos bombardeando e esquartejando jornalistas e militares, os pobres terroristas são mostrados como símbolo humanitário da "resistência pacífica". Quando matam as pencas, é "por defesa", quando os Americanos o fazem com apenas um deles, são monstros fascistas, sanguinários e reacionários comandados por um presidente não menos desalmado.

Aí reside o problema da obra de Errol Morris, cineasta por detrás da pérola. Ele reveste um documentário de imparcialidade, no entanto trata-se apenas de mais uma obra politicamente correta no melhor estilo "luta de classes hollywoodiana". Porém sobra um mérito, Enquanto o documentário não recebe uma narração firme e intromissão constante, como Michael Moore sempre fez nos seus manipulados trabalhos, tenta ser imparcial por permitir que os soldados narrem seus dramas de modo que o espectador seja transportado a verdade mais nua e crua impossível. É como se Morris dissesse: "Taí, eu não inventei nada, foram eles que disseram!". O que não deixa de ser de um cinismo delirante também, visto que recursos de edição podem arrancar quaisquer verdades de um contexto, mesmo as mais sórdidas. Mais chocante ainda é a forma como essas verdades sofrejam melodias suaves nos ouvidos de quem somente quer um pretexto pra mandar pedras nos EUA. Prova de que quando o cineasta finge não tomar partido da coisa, ela só tende a ficar mais abjeta na ânsia de enganar e trapacear.

Então o documentário é mentiroso? Não! de forma alguma. Essas torturas ocorreram e foram ultrajantes, porém quando comparamos as gulags russas, as grandes fomes ucranianas, os genocídios chineses de Mao Tsé-Tung, as atrocidades cometidas por Pol Pot, aos assassinatos de Cristãos no Oriente Médio e Extremo Oriente e, por fim, ao banho de sangue revolucionário propagado pelo ídolo das esquerdas histéricas, Che Guevara, a impressão que se tem é que a balança dos esquerdistas e comunistas é bastante desigual. Para eles, a direita matou e esquartejou, enquanto os mesmos são heróis libertadores do mundo moderno. Praticamente não existem documentários mostrando os atos genocidas dos maiores criminosos do planeta, (uma dica é o vergonhosamente desconhecido The Soviet Story de Edvins Snore ), todos pertencentes a esquerda, enquanto "monstros" de direita ganham forma todos os dias.

Mas porque isso acontece? Por que somos levados a achar que Guatánamo é um paraíso de monges oprimidos e não de terroristas assassinos? Por que

cremos que Abu Ghraib é uma desgraça, o maior crime cometido contra a humanidade desde o Holocausto? Por um motivo bem simples: Os EUA são o vilão da hora, e não importa que seja o país onde minorias formadas por árabes, judeus, negros, gays e latinos vivam melhor no Mundo, onde os presídios parecem hotéis, principalmente quando comparados aos nossos. A mídia, Hollywood e nossos professores de ciências humanas disseram que a América é ruim, então deve ser! E estes são os mesmos, que embora jurem não pertencer a nenhuma organização comunista, ocultaram e ocultam todas as atrocidades dos mesmos. Quando ,não raramente, fazem uma ode aos santarrões, em aberrações mentirosas como Diários de Motocicleta e Che, que são criticados pela esquerda por não serem suficientemente condescendentes.

A única pergunta que nos resta é: O que será do mundo quando a ONU e sua nova marionete, Barack Obama, estrangularem a América nesse processo de "diálogo" e "mudança"? Eu particularmente não sei, mas em breve teremos a delicada China, poluindo o mundo, e terroristas ditando as regras do admirável mundo novo.

Críticas

Fantasma da Ópera, O

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Uma obra extraordinária, cujas imagens aguçam nossos sentidos, um filme sedutor, atraente, misterioso e romântico.

O cenário está perfeito, o figurino impecável, ótimas vozes, só pecou na escolha dos atores que infelizmente são apenas cantores, pois deixam a desejar em suas performances, a obra é exigente, sentimos falta de boas atuações.

A história como eu presumo já é bastante conhecida, se não o é, lhes apresento agora: Paris, cenário perfeito para grandes apresentações musicais e teatrais da época. La Carlotta (Minnie Driver) era a soprano favorita de uma conceituada companhia teatral, temperamental e ‘mimada’ por seus produtores, decide abandonar os ensaios no mesmo dia da apresentação, devido a falta de um solo no espetáculo.

Mas isso é só ensejo para que seus produtores implorem por sua volta, o que não acontece pois, a partir daí, uma outra voz, mais bela e mais jovem a substituirá. Christine (Emmy Rossum) até então só fazia parte do coro, porém, ao ouvirem sua esplêndida voz, a jovem passa a ser a preferida nos palcos (certamente isso é um alívio para nós telespectadores, que não teremos mais o desprazer de ouvir a irritantemente aguda voz de La Carlotta pelo resto do filme). O Visconde de Chagny (Patrick Wilson), um ‘amigo’ de infância de Christine, que a reconhece quando a jovem se apresenta no teatro é um dos novos patrocinadores da companhia. Os dois se apaixonam um pelo outro, porém, o que ninguém sabia é que a talentosa Christine tinha como tutor, o misterioso fantasma da ópera, uma lenda daquele local.

Demorou bastante tempo, mas enfim saiu dos papéis, uma das mais famosas e marcantes obras da Broadway, adaptação do romance do inglês Gaston Leroux, dirigido por Joel Schumacher com músicas e roteiro adaptado de Andrew Loyd Webber.

As músicas estão ótimas, mais modernas, mais vívificas (pelo menos bem mais que nas versões de 1925 e 1998), a orquestração combina com os atos, os momentos eufóricos e os momentos melancólicos bem acompanhados ora por delicados violinos ora pela metaleira estridente de trompetes e trombones, tudo para dar o tom, a musicalidade e principalmente a poeticidade do filme, casando música, poesia e uma história repleta de suspense. Os momentos de suspense do filme também estão ótimos (por causa da sonoridade e iluminação), o Fantasma da ópera (Gerard Butler) é um verdadeiro Don Juan do inferno, pois consegue ser romântico, charmoso e sedutor, ao mesmo tempo em que deixa sair um monstro assassino e ciumento de dentro de si. Don Juan pois ofertava rosas envolvidas de fitas negras para sua amada ao mesmo tempo em que seduzia e encantava. O que admiro num filme como este é a relação entre realidade e fantasia, pois ambas se fundem e se misturam de uma tal forma que não conseguimos separá-las, ou ficar designando, por exemplo, esta ou aquela cena como real ou fictícia; real no sentido de coerente à realidade humana, não que seja verídica. É nesse aspecto que chamo a obra de lírica e poética.

As músicas também estão bem adaptadas, apesar de uma Paris de épocas passadas, as músicas estão modernas, clássicas sim, ultrapassadas não (apesar que, a música clássica nunca envelhece). Os melhores atos ficam por conta do fantasma e Christine, porque a performance de Patrick Wilson no papel de Raoul (o Visconde) está muito forçada. A música “The phantom of the opera” cantada em dueto por Christine e o Fantasma é simplesmente fantástica, ele atravessa com ela o espelho e a convida para seu mundo na escuridão da noite, ela fica completamente fascinada pelo fantasma enquanto cantam perfeitamente a música em dueto, até que ela finalizando com um crescente de tons, subindo de meio a meio tom até chegar numa altura equivalente a um grito. Perfeito. Logo em seguida, o fantasma canta para ela “The music of the night”, belíssima também, envolvente, e ele a seduz com essa música, Christine se vê encantada por ele. Depois disso vêm outras cenas, algumas músicas, inclusive a romântica “Think of me” cantada em dueto também, só que por Christine e Raoul que apaixonados se declaram um ao outro, ele, prometendo protegê-la do fantasma e de suas artimanhas. Outro ato que pra mim ficou esplendido é a “Masquerede” com o fantasma invadindo o baile de máscaras no teatro, ameaçando a todos, instruindo-os para uma última ópera escrita por ele próprio e que deveria ser seguida à risca conforme suas exigências. As muitas vozes nesse ato cantando e as pessoas dançando, descendo por uma grande escada, descendo todos sincronizados, e logo depois interrompidos pelo fantasma. E por fim, a cena da ópera do fantasma que assume o papel principal ao lado de Christine, em termos de atuação, é o melhor ato do musical, “The point of no return”, os dois se envolvem com uma sensualidade, numa dança excêntrica e bela, envolvente ao ponto de se desejarem ardentemente.

Enfim, era pra ter sido uma grande obra, porque é um espetáculo inesquecível, mas as falhas são muitas, apesar do cuidado com a fotografia, o figurino, trilha sonora, os efeitos especiais e o roteiro, os atores são muito fracos, ou melhor, não foram bem trabalhados, acredito que deu-se importância demais às vozes e esqueceu-se das performances, há momentos ridículos e falas desnecessárias. Tudo bem, convenhamos que um musical não é como um filme comum, pois além de atuar, deve-se cantar, dançar e encantar, atrair mesmo, é preciso muito preparo e capacidade para tal. Não é uma obra ruim, mas poderia ter sido melhor, isso é evidente.

Contudo, O fantasma da ópera recebeu três indicações ao Oscar, melhor Direção de Arte, Melhor Canção Original e Melhor Fotografia. Destaque para a canção original, composta exclusivamente para esta nova versão da obra, “Learn to be Lonely”, linda a música e cantada apenas na apresentação dos creditos finais e rapidamente tocada em algumas cenas como fundo, aliás cantada no final do filme por ninguém menos que Minnie Driver, lembram da Carlota do começo do filme, com aquele agudo irritante? Pois é, cantando essa música nem parece ela, pois a voz é perfeita.

O Fantasma da ópera é uma obra eterna, e que se eterniza ainda mais a cada nova versão, aos interessados eu recomendo o livro de Gaston Leroux, ou seja, a obra original, certamente vai encantar muito mais.

Críticas

[REC]

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REC revitaliza o terror, porém, sem proporcionar uma experiência nova. Não há inovação, e sim, aperfeiçoamento de elementos básicos e necessários que o gênero precisa. É nisso que REC justamente brilha. Não cair em clichês, mas não ser original. E para isso, a produção espanhola, uma das maiores surpresas estrangeiras da década, prefere desenvolver de forma satisfatória os aspectos imprescindíveis para a criação de um bom filme de horror, e usar e abusar de técnicas “agradáveis” e não clichês, como o estilo de filmagem herdado de “A Bruxa de Blair” e do recente “Cloverfield” (lembrando, entretanto, que este último surgiu depois de REC). O segredo, portanto, é desenvolver o existente, não criar o inexistente.

O fator mais estranho é que REC não é um filme lotado de sustos previsíveis. Isso, porque os sustos não existem. Não sei se é algo feito de propósito, ou não, mas se foi, pontos a favor dos diretores e roteiristas Jaume Balagueró e Paco Plaza. Como o ambiente é fechado, e há poucas pessoas dentro, dificilmente, se você entrasse na pele deles, levaria um susto. Afinal, não há como os infectados (recuso-me a chamá-los de zumbis, mesmo porque não são) se esconderem (e, eu espero, eles nem têm como pensarem nisso). No máximo, você levará três sustos. E os três, previsíveis. E isso dá um charme ao filme: ser real.

Mesmo sem sustos, pavor e aflição são o que não faltam na produção. Do começo ao fim, da primeira morte à última morte, do primeiro grito ao último grito, e da primeira gota de sangue até a última gota de sangue (e haja gotas de sangue...!), você ficará sem fôlego, tanto por causa do desespero dos personagens, do que pela quantidade exagerada de cenas violentíssimas e brutais. Legal? Aí, depende do seu gosto.

Agora, corrigindo o equívoco de contar detalhes da produção sem antes descrever sua história... Tudo começa quando Ângela Vidal, uma repórter do programa “Enquanto Você Dorme” (se é ao vivo, eu não sei...), e seu cinegrafista, Pablo (que não curiosamente, é o diretor de fotografia do filme) irão cobrir a vida dos bombeiros à noite. Nos primeiros minutos, é só alegria: cenas e diálogos descontraídos, risadas, basquete, e a identificação do público com a carismática e aparentemente desastrada e inexperiente protagonista. Mas depois...

Surge a primeira emergência da noite. Engana-se aquele que pensa ser um resgate de gatinhos, ou um incêndio. O verdadeiro problema? Uma velha está presa em um apartamento. Quando a equipe de bombeiros e Ângela chegam ao local, encontram a coitada louca, enfurecida e ensangüentada. E, para desespero dos presentes, ataca brutalmente um dos policiais. É a partir daí que se inicia uma série de problemas: o prédio é trancado pela vigilância sanitária e pelos policiais, e os que estão dentro terão que se unir para viverem no meio de uma infecção que se propaga a cada erro cometido pelos sobreviventes.

A história é simples, mas o jeito como ela se desenvolve é diferente. REC se afasta de alguns clichês do gênero ao apresentar personagens mais inteligentes e humanos, que não se sacrificam pela vida dos outros, e só têm piedade e dó deles mesmos. O estilo de fotografia também auxilia, e muito: tudo é observado pelo ponto de vista da câmera de Pablo, e dela, surgem planos excelentes. É incrível como o “quase ator” e diretor de fotografia consegue filmar cenas cruas, não confusas, sem efeitos especiais, impressionantes, fortes, e milimetricamente planejadas. Muitas delas são longas, sem cortes, e dão o ótimo tom de tempo real ao filme. O grande problema é em relação aos excessos: a câmera, por vezes, se preocupa mais em mostrar litros de sangue, mordidas e cadáveres, do que na reação dos personagens. Seria mais tenso exibir o sofrimento, do que a violência.

O roteiro é construído corretamente, começando com comédia e descontração, alcançando o traumático e o suspense, até terminar no drama e na tragédia. Os diálogos, ponto forte do filme, afastam-se dos clichês, e prezam pelo realismo. A quantidade de palavrões, gritos e discussões atenuam a situação real pelo qual os personagens estão passando. Tudo, feito para assustar, ou melhor, traumatizar o espectador. E o fato dos roteiristas também serem os diretores deram a Jaume Balagueró e Paco Plaza maior segurança, afinal, puderam colocar na produção o que eles pretendiam desde o começo.

Ainda sobre a história, outro defeito do longa é visivelmente perceptível, principalmente, na segunda metade: a complexidade do enredo confunde o espectador, deixando dezenas de perguntas no ar, que só serão respondidas na continuação. Esse gancho para um “REC 2” (infelizmente, já confirmado) tira boa parte da diversão e da originalidade não criativa (se é que isso existe) da produção. E aproveitando o “momento crítica”, a curta duração, 85 minutos, não satisfaz o mais exigente amante do gênero.

Sobre a violência, ela é excessiva demais, como comentei nos parágrafos anteriores. O sangue, muito vermelho, fica presente em todos os lugares, em todos os minutos. Já a maquiagem é excepcional: os infectados deixam de serem zumbis, para serem basicamente apenas infectados. Os ferimentos são os mais reais possíveis, e impressionam pelo nível de detalhes. E, por isso, a crueldade e brutalidade das cenas.

O filme ganha ainda mais força quando simpatizamos pelos personagens que são carismáticos, reais e longe de estereótipos. Manuela Velasco dá vida a Ângela, e com seu carisma, interpreta uma personagem surpreendente. É incrível a habilidade da atriz em se transformar. No início, uma alegre e desajeitada repórter, e depois, uma apavorada sobrevivente. Como nos simpatizamos por ela, quando Ângela se encontra numa situação de risco, também sentimos desespero. É como se ela estivesse compartilhando tudo o que sente com nós, aflitos espectadores. O mesmo ocorre com os coadjuvantes (que são muitos, diga-se de passagem). É um soco na cara de Hollywood, que considera que elenco bom, só aqueles que contam com atores e atrizes famosos.

REC é, portando, uma das maiores novidades dos últimos anos nesse gênero tão saturado e explorado. Não causa sustos, mas causa um nível de tensão e pânico que extrapola o limite. Com bom enredo, ótimas atuações, e uma fotografia excepcional, o filme se torna obrigatório para aqueles que buscam uma experiência assustadora. Mas, se você sair traumatizado do cinema e não conseguir dormir, não diga que eu não avisei...!

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Poderoso Chefão: Parte II, O

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Segunda parte de uma das trilogias mais bem sucedidas da história do cinema. 'O Poderoso Chefão: Parte II' é inclusive melhor que o primeiro filme.

O impacto que 'O Poderoso Chefão' de 1972 causou foi tanto, arrecadou tanto dinheiro nas bilheterias que esta segunda parte da trilogia de Francis Ford Coppola é reflexo do sucesso que o primeiro fez em todo o mundo, conquistando prêmios e prestígio. 'O Poderoso Chefão: Parte II' é complexo, dirigido com excelência, escrito brilhantemente, interpretado como poucos filmes e belíssimo em quesitos de arte. Reclamações? Nem a extremamente extensa duração atrapalha o andamento do filme, deixando a sensação de que cada minuto é precioso para um espectador atento, que não desgrudou os olhos da tela um minuto sequer. As chances desta continuação dar errado eram enormes, mas a classe de Coppola contornou todas as desconfianças e produziu e dirigiu, assim como ajudou a escrever mais um belo e maravilhoso filme, melhor que o primeiro (algo que parecia completamente improvável) e fez desta, a primeria sequência a gnhar o Oscar de Melhor Filme.

Agora já nos anos 50, e depois da morte de Don Vito Corleone no final do primeiro episódio, é a vez de Michael Corleone, o terceiro e único herdeiro do pai que deve comandar os negócios das "família" de mafiosos que contornam a sua. Mas desta vez, as coisas não seriam tão fáceis como foram há 10 anos. Depois da guerra que se estabeleceu entre as famílias quando seu pai era vivo, agora ele vê o império que Vito construiu começar a cair. Tentando expandir os negócios da família a Las Vegas e Cuba, ele descobre que um antigo amigo de seu pai está tentando matá-lo. Atentados contra a sua família levam Michael a ficar cada vez mais paranóico, levando-o à problemas no casamento e traição de alguém perto, muito perto dele. Ao mesmo tempo, de volta ao início do século XX, conhecemos a trajetória de vida do ainda jovem (e vivo, por sinal) Vito Corleone, interpretado pelo talentoso Robert De Niro, vê seus pais serem mortos quando criança e parte para Nova York em um navio de imigrantes italianos. Lá, ele constroi sua família, adotando desde cedo o hábito de matar e negociar com as pessoas, sabendo agradecer os seus favores.

Aumentando o clima de suspense do primeiro filme, esta segunda parte abusa da tensão que se estabelece com mais intensidade devido a uma evidência de traição e tentativas frustrantes de morte ao principal líder da família Corleone. O roteiro, mais uma vez brilhante, é mais longo que o do primeiro, pelo menos 25 minutos a mais fazem muita diferença e são extremamente importantes para que duas histórias paralelas se sustentem equilibradamente. 200 minutos parecem ser exagerados até demais, mas sem eles, a história não seria tão bem sacada.

O elenco mais uma vez extrapola nas atuações. O destaque de agora fica por conta do jovem mais muito competente ator Robert De Niro que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por este personagem. Para se preparar para o papel de Vito Corleone ainda jovem, De Niro viveu uns tempos na Secília, a fim de aprender bem o italiano, já que boas partes de suas falas no filme não são em inglês. Al Pacino brilha ainda mais desta vez. Se já estava ótimo no primeiro filme, ele se superou desta vez. Com um tom muito mais ameaçador e imponente do que costumava usar quando ainda era o caçula da família, seu personagem Michael Corleone demonstra em Pacino como o ator é talentoso. Capaz de ter segurança e verosemelhança com um verdadeiro mafioso, que não possuia na "parte um" da trilogia, por não estar à frente dos negócios ainda. Sua transformação para dez anos mais velho é espantosa. O ator até possui um tom de voz mais grave e rouco e uma aparência mais antiga, apesar das filmagens terem sido feitas dois anos após o lançamento do primeiro filme nos cinemas. O restante do elenco também está ótimo, abusando de uma experiência nova, sentiram-se seguros para desempenhar seus papéis da forma mais convincente possível, principalmente sabendo que tem mãos de ouro dirigindo-os.

Falando em diretor, Francis Ford Coppola é único e genial mais uma vez. Perdendo (injustamente) o Oscar de Melhor Diretor por 'O Poderoso Chefão' para Bob Fosse de 'Cabaret', ele ganhou desta vez, ainda mais merecido ainda. Seu trabalho se não é melhor que o primeiro, é tão bom quanto. Sentindo-se livre para fazer algumas extravagâncias, agora com um orçamento mais folgado, Coppola aproveitou para fazer algumas filmagens na República Dominicana, onde passaria a ser Cuba no filme. Já que não pôde fazer o que queria com os aspectos técnicos no primeiro filme, também por problemas de orçamento, agora ele abusou da criatividade do trabalho do mesmo desenhista de produção Dean Tavoularis, mas agora com um outro diretor de arte, o ainda mais competente Angelo P. Graham, vencedor do Oscar por este trabalho. A trilha de Nino Rota e Carmine Coppola foi vencedora do Oscar, depois da derrota injusta na cerimônia de 1973. E mais uma vez a fotografia brilhante de Gordon Willis brilhou nas telas, apesar de usar um tom mais sombrio e tenso que o seu trabalho anterior.

'O Poderoso Chefão: Parte II' é melhor que o primeiro episódio, por incrível que pareça e é responsável por mais um marco na história do cinema. Francis Ford Coppola mais uma vez surpreende com um filme sensacional e adquire mais e mais fama por ser diretor de filmes tão bem feitos. Perfeito em cada detalhe, cada letra do roteiro é bem aproveitada e as atuações se tornam mais uma vez memoráveis. Se você viu o primeiro filme, não deixe de ver esse. É tão obrigatório quanto e é sem dúvida, um prazer, um gosto.

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Poderoso Chefão, O

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Um poderoso e inesquecível filme de Francis Ford Coppola.

'O Poderoso Chefão' é considerado por muitos um dos melhores filmes, senão o melhor já feito na história do cinema. Dono da segunda posição da lista dos 100 melhores filmes do AFI, a mais importante instituição do cinema norte-americano, o primeiro trabalho de Francis Ford Coppola no cinema rendeu vários prêmios ao redor do mundo, entre eles o Oscar de Melhor Filme, e mais as estatuetas de Melhor Ator para o genial Marlon Brando e Melhor Roteiro Adaptado, além de cinco Globos de Ouro, incluindo Melhor Diretor. 'O Poderoso Chefão' retrata fielmente o crime organizado, espalhado entre os Estados Unidos e a Itália durante os anos 40.

Don Vito Corleone é um italiano que veio para os Estados Unidos quando ainda era muito jovem. Construindo uma família ao lado de sua esposa e de seus quatro filhos legítimos e um adotivo, Vito se tornou um homem de respeito por liderar uma família de mafiosos, que costuma ser muito prestativa às outras pessoas, exigindo favores futuros. Quando as drogas começam a chegar na cidade de Nova York, onde a família reside, um "amigo" da família Corleone, Virgil Sollozzo pede a Vito que dê permissão e apoio político para a entrada de narcóticos no país. Vito se recusa a oferecer ajuda e sua família passa a ser vítima de uma série de atentados mortais, que têm como objetivo faze-lo mudar de lado. Esses inúmeros crimes contra os entes de Vito acaba gerando uma guerra entre as famílias.

Em quesito de direção, não há reclamações palusíveis contra Francis Ford Coppola. Em seu primeiro trabalho como diretor de longametragens, Coppola brilha tão intensimente por trás das câmeras que chega a ser até mesmo clichê elogiar o seu trabalho como diretor no filme. Realizando o feito de transformar uma reles adaptação do livro de Mario Puzo sobre o modo de agir da máfia na primeira metade do século XX em um filme absolutamente genial, com sacadas fantásticas de uma obra-prima de tamanhos inalcansáveis, Coppola se tornou na época uma das revelações mais especiais do cinema, capaz de dirigir verdadeiras obras-de-arte em forma de cinema. Comando com unhas e dentes um roteiro complexo de quase três horas de duração, o diretor, apesar de não poder ter certa folga e segurança para trabalhar como queria devido ao não tão extenso orçamento, conseguiu transformar este em um dos mais importantes trabalhos da história do cinema, com um elenco afiadíssimo que vai desde Marlon Brando até o ainda jovem Al Pacino, um roteiro realista e uma arte esplêndida de detalhes e classe.

Devo dedicar um parágrafo inteiro à interpretações do fabuloso ator Marlon Brando. O intérprete, que faleceu em 2004, fez um trabalho nada a mais nada a menos que s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l na pele do caridoso Don Vito Corleone. Em talvez a mais inesquecível atuação da história do cinema, com aquela cara triste e abatida, com uma voz amargurada e ressentida, Brando tem sacadas de um verdadeiro gênio. A cena em que ele está na cama de hospital, quando recebe a visista de seu filho Michael e a cena de sua morte são absolutamente chocantes, não por serem deliberadamente fortes e povoadas por violência explícita, que tem muito no filme, mas por sua delicadeza e capacidade do ator de interpretar tantas faces de um mesmo personagem em um mesmo filme. Enfim, coisa de gênio.

Não podemos ignorar o restante do elenco. Os destaques ficam por conta dos intérpretes masculinos, como o já brilhante Al Pacino em uma atuação memorável, James Caan como o filho mais velho, o cheio de classe Robert Duvall, todos possuem excelentes diálogos e cenas vibrantes. Entre os destaques do elenco feminino podemos dizer que Diane Keaton está linda como mulher e ótima como atriz. Talia Shire, que interpreta Connie Corleone também está divina. O elenco por um todo é brilhante e muito bem comandado pelas competentes orientações de Francis Ford Coppola.

O roteiro do filme, que por ser muito complexo, possui a sua genialidade camuflada. Talvez um dos maiores trunfos do filme, neste 'O Poderoso Chefão' fica-se provado como um roteiro é importância suprema para o sucesso de um determinado filme. Se o roteiro é bom, pode-se ter certeza que, se tiver um diretor talentoso por trás, algo de bom sairá. Neste caso não é diferente, acho que nunca foi tão possível identificar a beleza da realidade em um filme como nesta primeira parte da trilogia de Coppola. Choca, critica, mostra a mais dura e sombria realidade de como a máfia "fria" dos anos 40 resolvia os seus problemas. Embora tratassem desse "tema", Coppola e Mario Puzo, autor do livro que inspirou o filme, evitaram ao máximo citar a palavra "máfia" durante os 175 minutos de duração.

Por ser tão conhecido, é interessante saber a respeito dos bastidores de 'O Poderoso Chefão'. Al Pacino, por exemplo, quase não fez o papel de Michael Corleone. Atores de alto escalão como Warren Beatty, Jack Nicholson e Dustin Hoffman estiveram cotados para interpretar o personagem, mas todos recusaram. Somente depois Pacino foi escolhido para fazer um dos mais importantes personagens do cinema. Robert De Niro também esteve cotado para fazer o papel, mas não passou nos testes. Já para interpretar Vito Corleone, o ator Laurence Olivier era uma opção, mas também recusou.

Entre os problemas enfrentados pela produção do filme, o mais grave foi na cena em que o personagem de James Caan, Sonny Corleone espanca Carlo, interpretado por Gianni Russo. No filme, Caan joga Russo pra dentro de uma cerca, dá socos e ainda chuta as costas do outro ator. Segundo a produção, Caan realmente quebrou algumas costelas de Russo.

Na arte deste primeiro episódio de uma das trilogias mais conhecidas do cinema, a fotografia é o que mais impressiona. Optando por dar um tom mais escuro que o habitual nas cenas noturnas, o diretor de fotografia Gordon Willis foi extremamente eficiente, pois assim, já que algumas das várias cenas de tensão ocorrem à noite, a sensacional de apreensão e suspense aumenta. A direção de arte de Warren Clymer e do desenhista de produção Dean Tavoularis, pode-se perceber o retrato mais do que fiel aos cenários dos anos 40, principalmente a decoração escura e a presença de laranjas em algumas cenas, que indicavam que logo em seguida algum atentado aconteceria ou alguma morte seria provocada.

'O Poderoso Chefão' de Francis Ford Coppola é um primor de realismo e um filme excelente de diretor competente, elenco tão eficiente quanto e um roteiro esplêndido misturado a uma arte complexa e inteligente, cujo único defeito é demorar um pouco até onde quer chegar, deixando algumas cenas extensas demais ou até mesmo cansativas devido à ausência de diálogos, que seria um fator genial caso essas passagens não durassem tanto. Nada que atrapalhe o gigantismo que essa obra, uma das mais importantes da história, adquiriu com o passar dos anos e foi o impulso para a produção de mais duas partes. Imperdível e obrigatório, principalmente para quem é fã de cinema.

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Planeta Terror

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Não se engane se você estiver assistindo PLANETA TERROR e achar que ele é um filme antigão de mortos-vivos, daqueles bem putaria, que só o cinema dos anos 70 e 80 valorizavam. A explicação pra isso é que ele foi feito por nada mais, nada menos que o americano nascido no Texas, Robert Rodriguez (UM DRINQUE NO INFERNO), que é conhecido por esse seu conceito que consiste em usar práticas antigas de filmes-B com muita nudez, violência e sexo; daqueles tipos que eram acostumados a serem exibidos em seções de drive-ins. E sem falar do seu baixíssimo orçamento. A fotografia do filme é tão antiga, mas tão antiga, que parece que você está vendo um filme do tipo daqueles feitos em rolos de fita cassete. O resultado foi um filme de muita ação, divertido, animador, nojento e extremamente violento.

Durante uma operação militar há alguns quilômetros de uma pequena cidadezinha, uma espécie de gás radioativo é liberado no ar, espalhando-se rapidamente por todos os lados, transformando quem entrar em contato com o gás, em verdadeiros monstros (que mais parecem os mortos-vivos de George A. Homero) sedentos por carne, sangue e cérebro (clichê já esperado, né?!). E à medida que o caos se espalha pelo lugar, um grupo de sobreviventes, de todos os tipos e camadas sociais, se junta para vencer esse grande mau.

Como todo humor negro, nada faz sentido. Porém se por um lado nada faz sentido, pelo outro muita coisa anima a quem está assistindo. PLANETA TERROR tem mortes exageradas, diálogos sem lógica alguma e situações hilárias e inacreditáveis. Uma ex-dançarina de stripper com uma perna arrancada, e no lugar dela uma metralhadora capaz de dar tiros bastante potentes; um policial que após perder seu dedo se preocupa em procurar sua aliança e ver se ela ainda servia no que é agora o resto de seu dedo; e um ex-fora da lei que usa como locomoção para escapar dos zumbis uma motocicleta que só é capaz de suportar uma criança de 5 anos pilotando; são exemplos das diversas situações de fazer rir que o filme apresenta.

O que causa surpresa é o elenco do filme; grandes e conhecidos nomes do cinema americano: Rose McGowan (PÂNICO), Marley Shelton (NUNCA FUI BEIJADA), Josh Brolin (O HOMEM SEM SOMBRA), o próprio Quentin Tarantino (KILL BILL – direção) e até Bruce Willis (DURO DE MATAR). Mostrando que Rodriguez realmente é um diretor respeitável, por conseguir dispor de um elenco tão de porte. Sem falar da cantora Fergie (ex ‘The Black Eyed Peas’), que antes de ter seu cérebro arrancado de seu crânio, tem seus dotes (seios e bumbum especificamente) bem focados pela descarada câmera.

Um filme que não dá pra se levar a sério. E que agora sei o porquê dele ser considerado por muitos internautas como um dos filmes mais divertidos de 2007.

Críticas

Escafandro e a Borboleta, O

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Imagine-se dentro de uma prisão, onde por mais que você grite ou se debata contra as grades ninguém o ouve. Agora, mesmo que pareça surreal, imagine que essa prisão é o seu próprio corpo – uma fortaleza hermética e impenetrável – e sua mente está presa nela. Presa em termos, pois enquanto o corpo vegeta em nosso mundo material, a mente galga as paisagens mais incríveis e os pontos mais bucólicos da Terra.

Literalmente é isso que acontece com Jean-Dominique Bauby, o diretor chefe de redação da revista Elle, que em dezembro de 1995 tem sua liberdade de fala e de locomoção tolhidas por um A.V.C. ( Acidente Vascular Cerebral ). Essa fatalidade o confina a um estado letárgico chamado de Síndrome Locked-in ( Trancado por dentro ). O filme retrata muito bem o desespero do protagonista frente a tal mazela que o priva do contato social, e as cenas paralelas que mostram um mergulhador em desespero dentro de um pesado escafandro em meio a águas turvas complementam e metaforizam a idéia da síndrome.

Inicialmente, o personagem mantém uma postura de inconformação e pessimismo em relação a seu estado físico e a deterioração de suas funções motoras, já que ele perdera todo o glamour de outrora e só lhe restara encarar o mundo com apenas um olho e sem nenhum movimento. Psicologicamente, o ego de Jean-Do fora brutalmente machucado pela brutal fatalidade.

Porém esse empecilho não foi o bastante para assolar a obstinação de Jean-Do, pois com o auxílio de sua família, de amigos e principalmente com um fantástico método de comunicação desenvolvido pela simpática logopeda do hospital, literalmente, pontes e elos são estabelecidos entre o paciente e o mundo exterior. Alicerçado nessa simples, porém enfadonha técnica, ele parte para a difícil tarefa de escrever um livro que traduza seus sentimentos e pesares.

A utilização da câmera é um espetáculo à parte, pois ao invés de focalizar o paciente apenas exteriormente, a produção tenta nos mostrar a vida do mesmo sob um prisma quase desprezado pela medicina : O modo de ver o problema pelos olhos do enfermo. O espectador é levado a ver e sentir-se como o paciente que acorda do coma e está espantado frente à movimentação em seu quarto. Durante os primeiros minutos, a utilização desse recurso nos causa uma certa agonia, principalmente no momento em que o olho esquerdo de Bauby é suturado, pois há a sensação de que o nosso próprio olho está sofrendo tal procedimento. A câmera é posicionada para vermos o que o paciente vê em seu diminuto campo visual.

Sinceramente não consigo enxergar a possibilidade de outro ator ( como Johnny Depp que foi cotado para o papel, mas recusou-o devido o começo das gravações de “Piratas do Caribe – No fim do mundo” ) assumir a interpretação além de Mathieu Amalric, que está impecável ao reconstruir tanto a personalidade criativa quanto a fisionomia estática de Jean Dominique. Sua atuação é grandiosa e repleta de sentimentos, vimos como o ator se entrega à construção do personagem.

Um dos principais motivos para o sucesso da produção chama-se Junusz Kaminski, um experiente fotógrafo polonês que foi capaz de retratar lindamente o mundo interior do protagonista – repleto de questionamentos existenciais referentes aos pequenos erros de sua vida. Com um trabalho baseado em closes e utilizando cores fortes, vivas e brilhantes para representar as locações, o resultado só poderia ser esplendoroso, pois confere uma certa subjetividade à câmera.

Com toda essa gama de profissionais trabalhando e se esmerando ao máximo, “O Escafandro e a Borboleta” arrebatou prêmios em diversos festivais de cinema ao redor do mundo ( como Cannes – Melhor diretor; 2 Globos de Ouro – Melhor filme e melhor diretor ), além de 4 indicações ao Oscar.

Jean-Do nos dá uma lição de vida com o modo como lida com seu grave quadro clínico, ele é capaz de nos fazer refletir e repensar nossos valores. E depois de assistir toda a sofrida peleja de Bauby, uma frase de Sherlock Holmes me vem a mente : “Os caminhos do destino realmente são difíceis de compreender. Se não houver recompensa depois da vida, então o mundo é apenas uma brincadeira cruel.”

Críticas

Zodíaco

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Uma obra-prima de um dos melhores diretores que o cinema tem disponível nesses anos.

David Fincher merece um oscar desde sua obra-prima CLUBE DA LUTA,mas mesmo assim foi injustiçado e até hoje não obteve a tão sonhada por muitos estatueta de ouro.Muito competente no que faz,Fincher sempre nos brinda com direções criativas e com discussões sempre maravilhosas.

E para ZODÍACO não foi diferente.O filme conta a história verídica de um assassino serial killer que aterrorizou os EUA por uma época,mas que nunca foi pego nem descoberto o verdadeiro assassino.Mas como fazer um filme em que o vilão não é pego nem descoberto pelos detetives?Se é justamente o que o público gosta de ver nas telas?O mocinho vencendo o vilão,e esse sendo descoberto antes de matar mais uma vítima.

Foi simples,reune-se uma grande equipe seguida por ótimos atores e um ótimo diretor,e,está aí,uma obra-prima de classe.E tudo está perfeito.Da direção de arte maravilhosa,à atuação de cada ator.

O filme tem uma premissa simples,se for contar a cronologia dos fatos ,eles acontecem realmente na ordem em que ocorreram de fato,tornando o filme um pouco mais simples dai.Começa quando um assassno misterioso mata um casal de jovens no 4 de julho e depois telefona contando o ocorrido.Só que na verdade ele só tenta matar pois do casal o jovem sobrevive,morrendo só a mulher que o acompanhava.Depois uma série de cartas começa a chegar em todos os jornais do país,a priomeira delas em código,onde ele delata seguredos e toda a cena do crime,do lugar até o calibre da bala usada.Em um desses jornais ,um cartunista,Robert Graysmith ,toma curiosidade pelo assassino e começa a investiga-lo.Dois detetives estão no caso oficialmente,e um deles,o Inspetor David Toschi,também assume uma espécie de obssessão pelo serial e de certa forma,começa a "conviver"! com ele dia-a-dia.

Todos os personagen ão bem construídos,e almejam muita força,não só física,o que quase nenhum tem,mas sim força cerebral,pois um dos gêneros do próprio filme é o NOIR,pois ao decorrer dele percebemos que não tem como definí-lo por apenas um gênero.E o jovem cartunista é um dos melhores personagens do filme,ele não só é interessante como tem manias e situações que são ótimas.Outro bom personagem é o Inspetor David Toschi,que,além de ser engraçado em certos momentos tem uma mania meio curiosa,adora comer biscoito de cachorro.Mas o melhor de todos fica por conta do jornalista Paul Avery.engraçado,popular,polêmico,doido.ele acaba se tornando o centroa das atenções do filme por alguns minutos.

E sendo assim,fica fácil para os atores interpretarem personagens que,por si só,já são carismáticos.Robert Downey Jr que o diga.Possuindo o melhor personagem de toda a trama,ele o conduz tão bem ,que ás vezes o carisma dfo personagem se diminui e acaba sendo encobrido pelo do ator.Mas Jake Gyllenhaal também está perfeito e cobre muito bem seu papel de protagonista na história.

O roteiro é maravilhoso,e tem vários detalhes que ele não deicha escaper em momento algum.Os lugares são tão bem retratados que parece até que estamos assistindo à um documentário em alguns momentos.Muito bem escrito,é nele que está o maior erra do filme,a mudança de uma cidade para a outra constantemente ,obrigando o diretor a sempre colocar legendas em baixo da tela.

A direção nem vou comentar muito.Está divina,e merecia ,pelo menos uma indicação ao oscar ,que não teve.Fincher está sempre competente,e neste aqui ele se supera.Em umas das cenas ele a conduz tão bem,que cheguei a me arrepiar a primeira vez que a vi.Quando Graysmith está sozinho no porão de um desenhista de cartazes de filmes que acaba virando suspeito,a cena é tão bem conduzia que de fato,arrepia.A muito tempo que eu não sentia medo em um filme.

A direção de arte,talvez seja o ponto mais forte do filme.Trazendo para as telas uma San francisco maravilhosamente bela e muito expressiva.A ponte é recriada com sussesso e cada cômodo de cada cena retratado está impecavelmente como na época,e muito bonitos.

A fotografia é outro dos tantos trunfos que o filme possui.Cria um toma amarelado para as cenas ,e sempre que pode,colabora na tensão que todos os personagens passa.Quando está fora de um edifícil ou casa,ela se torna azulada,e quando está em um lugar feito para dar "medo" cumpre muito bem seu papel.Ela em si,cria um clima maravilhoso e ganha personalidade no decorrer do filme.

Os figurinos estão perfeitos,cada roupa usada nos leva de volta aquela época e acaba por nos fazer reviver momentos em que aquelas roupas estavam na moda.

Com belos e grandes momentos de tensão,o filme que acaba por não possuir gênero,é perfeito em todos os gêneros que se propôe,e acaba se tornando uma obra-prima.Só não chega a ser perfeito por causa de alguns momentos que o deicha mais lendo e depreciativo para o grande público,mas mesmo assim,acaba sendo um filme para toda a família.

"i'm Zodiac."

Críticas

Não Estou Lá

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Um filme extremamente poético que beira a perfeição,com cenas mais que marcantes e atuações perfeitas.

Quando fiquei sabendo deste filme,mal conhecia a obra de Bob Dylan,mas depois de assistí-lo,não consigo mais ficar sem ouví-lo.

Bob Dyla foi um cantor muito famoso,que desde pequeno já compunha suas músicas e que em determinada época fez muito sussesso marcando a vida de muitas pessoas.Ele também teve muitas faces diferntes,e nunca se contentou em sempre ser uma criatura "monótona".Por essas e mais outras acabou se tornando ícone não só da música Folk em que foi seu alge,mas também em diversos outros gêneros como o rock.Suas letras continham um profundidade nas discussões que propúnham maravilhosamente belas.Digamos que de certa forma ele pensava À frente de seu tempo,tanto que nem foi compreendido ao certo o que ele propunha em suas músicas,e isso é mostrado muito bem no filme.

Todd Haynes,um diretor ainda "novo" na índústria resolvel pegar mais uma história de um cantor que teve vários rostos,já havia feito isso em seu primeiro filme,Velvet Goldmine ,mas nesse ele resolvel pegar um ícone maior do uqe o de seu filme anterior,Bob Dylan.Ele acertou em cheio ao fazer isso,pois conhecer a jornada e avida conturbada de um cantor maravilhosamente encantador foi uma experiência magnífica.

O filme não é simples e muito menos é feito para o grande público,pois tem uma ´linguagem mais complexa do que o normal,e uma narrativa diferenciada.O cantor em si,teve uma época em que não era aceito pelo grande público ,e acabou sendo meio que expurgado por eles.Mas o filme ,mesmo não sendo uma simples diversão pipoca é maravilhoso(mas deve ser por isso msm não?).Cada ângulo de câmera,cada imagem,cada discussão é simplesmente maravilhosa.

A história,ou narrativa não segue nenhuma cronologia certa,e nem uma verdadeira história da vida do cantor:Nenhum personagem se chama Bob ou Dylan.Todos tem nomes diferentes,mas todos são Dylan.Pra começar,não foi escolhido só um ator para fazer o papel.Seis entraram na pele do cantor, e seis histórias diferentes foram contadas a partir de cada momento imporante da vida de Dylan.A única cronologia que podemos perceber.é que o filme praticamente começa com uma criança e em seu decorrer vai para personagens mais maduros e meio irresponsávei ao mesmo tempo.Os personagens possuem muitas nuances,e com muito êxito o diretor consegue fazê-las transparecer na tela.

Outra opção que o diretor decidiu escolher,e muito bem,foi não se preucupar em contar uma história convencional em si,começo,meio e fim,mas sim várias histórias que não tem meio, começo e nem fim.Todos os personagem,por mais estranhos quee pareçam nos atraem.São muito bem interpretados ,e isso ajuda muito na hora de cativar o público.

A abertura do filme em si já é cativante e atrativa,e meio bizarra,pois em certo momento chega a ser surreal,mas isso não prejudica o filme,pelo contrário,essa bizarrice faz com que quem tem,pelo menos um pouco de curiosidade queira saber mais sobre o que aquelas seis pessoas tem em comum,ou se todas podem ,de fato,ser só uma.Nela são mostrados todos os personagens em uma espécie de flash que faz com que prestemos mais atenção ao que está sendo mostrado.

o primeiro personagem a ser focado é um garoto negro de 10 anos,que não tem lugar onde ficar,e por isso,sai em uma jornada para o nada,apenas para se conhecer.E é o jovem, mas competente Marcus Carl Franklin que interpreta o garoto sem rumo Woody Guthrie .Esse é o momento da vida de Dylan que ele teve muitas incertezas e começou a se formar musicalmente.O diretor decidiu colocar um menino negro,em uma época em que eles sofriam para ,além de mostrar um lado de Bob Dylan mais jovem,também discutir assusntos que o próprio Dylan discutia em suas músicas,assuntos de desigualdades raciais e sacanagens que a vida pode fazer a você só por ser diferente.

O segundo momento mais focado é a história de Jack Rollins,interpretado perfeitamente por Christian Bale.Esse momento é um dos mais importantes da vida do cantor,quando é tido como um ícone da música Folk,e endeusado por muitas pessoas.Suas músicas na época retratada tem um teor musical maravilhoso e é retratado com muito carinho pelo diretor,quando esse decide fazê-lo em formato documental.E tudo é retratado fielmente À essa época do cantor,quando ainda era "calmo" e com sua gaita fazia acordes e letras inesquecíveis para o momento em que vivia.Foi aí que se iniciou sua legião de fãs,que foram criados pelo seu imaginário e que não pensavam mais por si mesmos.Ele já dava indícius de sua personalidade quando acontecia eventos e ele não aguentava a "falsidade" de pessoas ricas que ,em meio a guerra do Vietnã sá queria beber e ouvirr música,sem se preocupar com a veradeira causa.O formato documental está perfeito,como Julianne Moore está no papel de Alice Fabian ,que foi parceira de palco do cantor por uns tempos.Ela está ótima no papel,e faz parecer que era ela que cantava com ele mesmo,isso,e a direção de arte inspirada nos fazem acreditar que aquele não era Dylan,mas sim Jack Rollins .

O terceiro momento foi quando Dylan teve seu mais longo casamento de nove anos,e que foi um de seus peródos mais difíceis.No filme um ator revive esse momento,Robbie Clark ,interpretad fielmente pelo competente Heath Ledger.Bom, atuar Ledger sabia e muito,então o papel ficou um pouco fácil,mas é nos momentos de tençaõ com a mulher e suas duas filhas que ele brilha.É o momento com um pouco menos de discussões internas e extarnas do filme,mas é muito bom,e bem filmado.

O quarto momento é um dos mais brilhantes do filme:A fase rock do cantor.Nele um cantor foi escolhido para vivenciar o momento,Jude Quinn,interpretad fielmente por Cate Blanchett,que teve uma das melhores atuações vistas nesse ano.Ela é Dylan,sua voz ,aparência,trajeitos,tudo está perfeitamente igual À dylan,e em quase todo momento,agente esquece que é uma mulher que está interpretando ali.É o momento com as melhores discussões.Religião,política,imprensa,tudo é discutido na fase mais complicada do cantor.Tem um ótimo momento em que ele e um poeta que ele admira questionam-se junto com Jesus diante de um cruz lindo.É também nesse momento,que as cenas mais psicodélicas do filme surgem.Belíssimo momento do filme,é uma parte marcante,e nos faz perceber porque o cinema é tão bom.

O quinto momento é meio ´pequeno,mas é muito importante.É quando Dylan ja esta mais velho e ainda não se contenta com as desigualdades,Belo momento também,é levado com uma poesia maravilhosa,e bem interpretado por Richard Gere que faz o fugitivo Billy the Kid.

O último momento está p´resente desde o começo do filme e é o meu preferido.É onde é mostrado uma e´spécie de pensamento de Dylan,seus desejos,seu arrenpendimentos.E é de longe,o momento mais surreal.E é o que tem a mais bela passagem do filme:cinco mandamentos paar se viver de uma fuga.Perfeito um dos mandamentos é:"nunca crie nada,pois serámal interpretado",

É isso,um filme que nunca será interpretado do jeito certo,pois é impossível você saber o que se passa dentra da cabeça de uma pessoa,ainda mais de Bob Dylan.

Com uma direção exemplar de dar inveja em muitos "marmanjos' da indústria,NÃO ESTOU LÁ se destaca por ser original e muito diferente dos produtos que somos forçados a ver.O diretor quer que a gente pense junto aos atores,que nós decifremos a cabeça de Dylan junto com a equipe.Maravilhoso(quantas vezes já disse isso?).

Os aspectos técnicos estão perfeitos(e isso?),da fotografia,passando pela direção de arte,até os figurinos nada está errado.Tudo grandioso.

O grande roteiro ficou por conta do diretor que nos brinda com diálogos perfeitos e cheio de nuances.

o filme só não é perfeito por uma coisnha aqui otra ali,que prefiro não lembrar,mas ele é maravilhoso em si.

"NUNCA CRIE NADA,POIS SERÁ MAL INTERPRETADO."

Críticas

Depois do Casamento

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Quando assisti esse filme fiquei de revê-lo novamente para melhor compreender sua feitura, o alcance de sua proposta. Eis que a oportunidade surgiu (de tempo, já que o DVD descansava em minha estante). Eis que cumpre agora tentar dissecá-lo através da palavra escrita, algo a princípio fácil, mas que me dá sempre a sensação que o resultado fica aquém do imaginado.

Trata-se de um filme dinamarquês que ganhou o mundo e um raro produto daquelas plagas que ganha o mercado nacional. Felizmente o filme possui qualidades, a sua chegada até nós não foi fruto de um modismo passageiro. É um filme que pede muito de seu telespectador, mas que nos recompensa generosamente. Do elenco maravilhosamente dirigido, só reconhecemos Mads Mikkelsen que já trabalhou em Cassino Royale como vilão. Ele faz o papel de Jacob, homem que vive faz anos na India e se dedica a obras sociais. O começo do filme nos encaminha a imaginar que o que será discutido na tela é a questão da responsabilidade social, e isso não é todo errado. Susane Bier (a diretora) trabalha tal tema de uma forma inusitada. Ela coloca seus personagens em ambientes fechados, se vale de pequenos dramas periféricos, sem deixar um só momento a questão universal da responsabilidade social. Jacob é um homem que nos surge como alguém político corretamente. Mas trata-se também de um ser com suas fraquezas, seus acertos e erros. Em suma, não existe ali, o interesse de deificar ninguém. Não existe o super-homem, mas todos podem querer encarna-lo. Jacob se vê obrigado a ir até sua terra natal, única esperança de conseguir verba para o seu pequeno projeto social que ameaça ruir. Ao chegar na Dinamarca ele se depara com o Mecenas que pode salvá-lo : Jørgen (Rolf Lassgård em interpretação fantástica).

O que percebemos pelo primeiro encontro é que Jørgen não parece transmitir nenhum interesse em abraçar a causa trazida por Jacob. A única preocupação que move Jørgen é a de dar a sua filha uma festa de casamento perfeita (ainda que ele não esteja seguro do passo dado pela filha, ainda que ela não seja sua filha verdadeira). Jørgen é assim um pai de família exemplar, um homem que se dedica a família e aos que o rodeiam. Em suma: Um ser que não tem preocupação nenhuma com que ocorre longe dos seus olhos, ainda mais tão distante de sua própria terra.

Anna a filha de Jørgen logo após o casório se sente duplamente traída (pelo fato de descobrir que Jacob é seu pai, também pela atitude indigna de seu marido que ousa traí-la em sua própria residência e que encaminha quem vê o filme a supor que seu marido apenas a queria como forma de galgar uma posição maior dentro da empresa do sogro – Jørgen mostra-se receoso quanto ao casório no que foi acalmado pela mulher que diz “é o primeiro casamento dela” – estranho país esse em que o casamento já é um produto descartável).

Helene, a mulher de Jørgen teve um relacionamento no passado, cujo fruto materializado é Anna. Ela no entanto é realmente fiel e apaixonada por Jørgen, e procura compreender a razão com que fez com que ele trouxesse novamente a sua presença o antigo namorado.

Jacob é um ser sonhador. Ficamos sabendo de seu passado leviano, de que foi um indivíduo nefelibata, mas que nos últimos tempos, fincou os pés na realidade. Ele acredita que está sendo manipulado por Jørgen, mas não tem certeza sobre qual motivação: vingança ou soberba.

Jørgen é um ser que nos é vendido como alguém acima do bem e do mal. Quase um semideus, devido a sua invejável condição financeira. Ele passeia por sua residência e nela nos deparamos com animais empalhados, oriundo de várias partes do orbe. Símbolo do poder de seus habitantes. Símbolo também do crime perpetrado por essa sociedade ao meio-ambiente. Quão humano ele surge, sobretudo após sabermos que ele está morrendo. Nem todo o seu poder, pode privá-lo da condição humana. E quão frágil ele surge a partir de então, como fazemos uma nova análise sobre tudo o que assistimos até então. Futuramente ele será apenas como os que jazem empalhados em sua parede. A diferença é que sua imagem desaparecerá tridimensionalmente. Viverá apenas nas lembranças dos seus, em fotografias e filmagens. Por baixo da etiqueta social, do pai exemplar, surge um irmão compartilhando sua dor, que encontra eco em todo esse pequeno globo, simples poeira perdida na imensidão do Universo.

Susane Bier consegue perpassar por todo o filme a cena que o abriu. A nuvem de crianças que esticavam a mão em busca de um naco de alimento. Nuvem essa que se agigantava a medida que a câmera abria e o tempo passava. Todos os seres desse planeta, em certo instante perceberão que estão interligados. Não existe uma ilha onde se isolar. O final do filme com o retorno de Jacob e o convite que ele endereça a uma das crianças é exemplar: Ele não quer ir morar com Jacob na Europa(Jacob devido a uma cláusula do contrato assinado com Jørgen, teria a obrigatoriedade de ficar residência na Dinamarca). Ele gravara em seu coração o que Jacob lhe dissera: Ele não gosta da Dinamarca. Jacob se cansara de se esconder da realidade. O garoto nascera nela e não queria fugir.

A diretora faz uso de vários planos detalhes, não raras vezes a lente se fixa em um olho, nos lábios dos personagens. Não é preciso mostrar o todo para nos encontrarmos. Filme exemplar que nos coloca em permanente meditação.

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