Embora desponte com uma abertura incrível e bem construída este filme de Indiana é só mais um filme para levar fãs e jovens para o cinema (ou locadora). Devo admitir que não sou fã dos filmes do Indiana (embora seja de seus criadores), mas gostei de vários dos longas dele (principalmente do último... mas já está na hora de revê-lo). Talvez seja esta distância temporal entre seus filmes que tenha um efeito menos instigante ao final deste longa.
Harrison Ford encara novamente seu eterno personagem e não desaponta e corresponde as características que o tornaram um ícone “semi-mundial” e herói americano. A apresentação dos personagens é ótima e cheia de glamour, como com Cate Blanchett a vilã-mor do filme ou com o jovem Shia LaBeouf . Mas todas as qualidades visuais e narrativas mostradas no inicio do longa vão aos poucos se deteriorando ao longo da projeção. É justamente com o final da “aventura” nos Estados Unidos que o filme começa a ter atitudes clichistas ao extremo. Infelizmente George Lucas e Steven Spilberg não conseguiram transformar uma estória simplista em um bom filme para se assistir (o que conseguem na maior parte das vezes). Parece que a vontade de produzir mais uma aventura para o herói Indiana se sobrepôs a muitas qualidades destes dois mestres do cinema. Situações totalmente previsíveis acompanham as “tramas” do filme. Quem acha que vai se surpreender com grandes reviravoltas é algo bem distante e que passa bem longe deste longa, o que resume tudo a diversão e pipoca.
Além destas situações que são pequenos detalhes (ou falta de criatividade do roteirista), como por exemplo a “ajuda” do personagem de John Hurt, que em alguns momentos demonstra uma “loucura verdadeira” em outras um “retardamento extremo” e depois “uma sabedoria questionável”. Entediante como disse Silvio Pilau, a vilã do filme nada mais é do que uma peça necessária a trama simplesmente para conduzir nosso herói até a questão principal do filme. Ela embora como disse no início muito bem interpretada (pela excelente Cate) se torna ao longo da trama um clichê assumido de uma caricatura socialista ao extremo. Situações de brigas e lutas gratuitas, como quando estão em carros, e personagens se digladiam montados em dois veículos em movimento, o que muito bem poderia ser resolvido com uma pequena freada do veiculo dos “vilões”. Estas cenas têm suas qualidades de criatividade, resultam em risadas sadias mas nada mais do que isso. E sim os russos são vis, cruéis e apenas estão no filme para sofrerem nas mãos de Indiana e exemplificarem quão vilões eram. Existem cenas que beiram atitudes de desenho animado, caretas e piadinhas rasas. O filme parece perder de muito de sua grandiosidade, pois temos de engolir várias cenas e ações que soam um tanto forçadas. Para nós brasileiros, então. A cena das formigas beira o ridículo e o que dizer dos macacos-pregos, que dão uma de Tarzan em plena floresta e ajudam os moçinhos contra os russos. Outro ponto é a própria floresta. Em um momento necessitam de “caminhões de poda” e depois estão em alta velocidade perseguindo-se em plena floresta fechada. Além de vários errinhos de estrutura, como: quem são os mortos dentro do templo. O final como já comentado é caótico, não temos nenhuma idéia do que está acontecendo, nem porque razão esta acontecendo e quando vemos já acabou.
Suportando todos estes tropeços, temos um filme mediano que é ao menos bem interpretado e visualmente belo. Quem é fã que assista com um pé atrás, quem não é, não comece por este filme, e quem já tentou e nunca conseguiu ser, deixe este filme na prateleira da locadora.
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