“E para falar a verdade, se fôssemos analisar as pessoas em todos os seus aspectos, não creio que sobraria depois muita gente boa.” (Crime e Castigo, de Dostoiévski).
Esse filme não deixará ninguém indiferente. Mesmo sendo uma história fictícia, acaba nos fazendo lembrar da violência urbana. De dar vontade de sair trocando impressões, mas deixarei para os comentários, caso apareça alguém. Por aqui, tentarei não lhes tirar a surpresa. E o que há nesse filme de tão impactante? Cujas certas cenas nos causa repugnância…
Local, Cidade do México, mas que poderia ser em qualquer outra metrópole, em qualquer país. Nela, um Residencial luxuoso. Que até me fez lembrar de uma entrevista com o empresário Ricardo Amaral. Ele falou que Condomínio ficou para padrão Classe Média. Que para a Classe A, chama-se Village. É, muda-se o nome, agrega-se mais valores materiais, assim como um aumento na extensão do terreno… Agora, e o material humano? Muito mais poder aquisitivo não deveria também gerar mais discernimento? Mais entendimento do que é ético ou não? Daquilo que é moralmente aceito como regra de conduta numa sociedade?
O Residencial mais parece um outro país. Tão grande é a diferença com o que se vê ao redor daquele muro alto, com cercas eletrificadas no topo, câmeras para todos os lados… Vista pelo lado de fora, parece mais ser um presídio. Eles também têm um certo tipo de amparo legal para manter todo aquele aparato de segurança. De uma exagerada segurança.
Se uma chamada polícia-mineira, ou milícia faz uma certa segurança para classes menos favorecidas… Qual seria a denominação para esses da Classe A? Força de Elite? No fim, a podridão é a mesma. E o que muda, é o valor do cheque. Valor esse, que sabemos que traz para esse tipo de gente: a impunidade.
É como viram ainda não contei o que aconteceu dentro desse residencial.
Três jovens, que estavam próximo ao muro, ao ver que um grande outdoor caiu sobre ele, que chegou a cortar a energia… talvez, acreditando que também teriam como ajudante, uma noite chuvosa… resolvem ir até lá para roubarem. Ingenuidade, talvez acreditaram que não haveria alarmes na casa, nem muito menos pessoas dispostas a reagir e matar. Dois foram mortos à queima-roupa. O mais jovem, Miguel (Alan Chávez), conseguiu escapar da cena do crime. Mas que ainda está dentro daqueles muros. Com o dia amanhecendo, procurou um esconderijo.
Os tiros, foram ouvidos do outro lado. Acionaram a polícia…
Nessa história há um outro jovem: Alejandro (Daniel Tovar). Mas esse é morador. Isso acontece no dia de seu aniversário. Como um presente do destino, acaba conhecendo Miguel. A princípio, sente ojeriza por conta do que o Miguel fez. Mas com o passar das horas… com o rumo dado por alguns dos moradores, não apenas para encobrir as evidências dos crimes cometidos naquela área, como também com uma caça insana ao terceiro ladrão… Alejandro tenta fazer a diferença dentro dos seus. E ele vai atrás de um ‘salvo-conduto’ para tirar Miguel dali de dentro.
Mesmo Miguel sendo um delinqüente… Ficou um desejo que o Alejandro o levasse a uma outra ‘jurisdição’. Agora, pelo filme… Qual?
Não percam esse filmaço! Nota máxima!
Por: Valéria Miguez (Lella).
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário