“Marginais… Vocês sugaram a vida de Gotham City, na alma! Essa festa durou tempo demais. Basta! De agora em diante farei parte de seus pesadelos. A lei ganhou um nome… O meu nome! Batman! Lembre-se dele quando cometer um crime…” (Dectetive Comics nº 27. 1939)
Uau! Essa é a expressão que veio ao término do filme e ainda com as faces úmidas das lágrimas que não retive quase no finalzinho. Logo em seguida, já refeita da emoção, exclamei um sonora e alegre: Sensacional! O Trio – Neil Jordan, Jodie Foster e Terrence Howard – merecem ser aplaudidos de pé!
Explicando o porque de eu ter trazido essa citação no início. Antes desse, o outro trabalho de Jodie Foster ficou a desejar – “O Plano Perfeito ” (Inside Man). Alguém que atuou brilhantemente em “Nell” e “O Silêncio dos Inocentes” (The Silence of the Lambs) merecia um outro papel a sua altura. Não que eu seja contra a pequenas participações de grandes atrizes (atores). Não é isso. Para mim, Spike Lee não soube usar o potencial dela como Neil Jordan fez agora. Então, quando soube desse novo papel, fiquei com muita vontade de ver. E enquanto aguardava, lendo uma sinopse me veio a lembrança do Batman. Mas do Cavaleiro das Trevas na essência. Alguém a qual o destino pregou uma peça terrível. Marginais estupidamente tiraram deles um bem maior. De Batman, os pais. De Eric, o seu amor. Aquele que queria junto de si, eternamente.
Eric Bain (Jodie Foster) tem um programa numa Rádio FM, “Andarilha das Ruas”: “Eu caminho pela cidade. Me queixo e lamento, mas caminho. Eu ando, observo e escuto. E sou testemunha de toda beleza e feiúra que está desaparecendo de nossa amada cidade.” Ela é alguém que ama Nova Iorque. Que não gostaria de que esquecessem as histórias dessa metrópole. Num saudosismo romântico. Mesmo ciente de que também existe um lado violento por essas ruas, até então caminha sem medo. Até o dia onde brutalmente assassinam seu noivo, e a deixam em coma por semanas.
O noivo, Dr. David Kirmani (Naveen Andrews) é o Sayid de “Lost”. Sua participação é curta, mas não fez feio. Embora em na Série de Tv ele dê um show!
Ressalto a duração do filme, ele é longo, mas para deixar registrado que é um dos pontos positivos dessa história. Por acompanharmos todo esse mergulho que Eric faz dentro de si mesma com brilho nos olhos sem nenhuma pressa. Até cita uma frase que tem pontuado em algumas personagens de outros filmes. Mas que ela não a banalizou, pelo contrário, tal qual em “Closer – Perto Demais” como também em “Elsa e Fred – Um Amor de Paixão“, emociona. Creio que pelo primeiro muitos já sabem qual é frase, mas quem ainda não viu o segundo, não perca o filme é lindo! Então, a frase que também emociona dita por Eric Bain é “Olá, Estranha!“. Alguns de nós após ultrapassar um momento em que parece que retiraram o nosso chão, nos pegamos a pensar de onde veio essa força interior que nos faz seguir adiante. E é diante do espelho que ficamos, ou melhor, que somos apresentado a essa outra pessoa que reside em nós e até então a desconhecíamos.
Por conta dessa tragédia, aos poucos, vai entrando em seu caminho o Detetive Mercer (Terrence Howard). Um policial íntegro. Alguém que se ressente um pouco por não fazer nada fora da lei. Mesmo sendo tão minucioso nas investigações sabe que com dinheiro os criminosos terão advogados que os livrem de serem punidos. Eu amei a participação desse ator em “O Som do Coração” (August Rush) e estou vibrando por terem dado a ele esse papel. Excelente atuação! Numa química perfeita com Jodie Foster. Outro que também se encara no espelho. E que descobre por conta dessa amizade que também tem um outro eu que desconhecia. Além de tudo, ele é um gato!
Como citei, em nenhum momento perdemos a atenção do filme. E confesso que no finalzinho me peguei querendo que ele, o Detetive Mercer, desacelerasse o carro. O final me fez pensar: “Isso é mesmo um filme americano?” Para alguém que nos brinda com um, por exemplo, “Café da Manhã em Plutão“, não poderia ser tão diferente trazendo essa brava e valente, e de muita sensibilidade, personagem feminina: Eric Blain. Grata, Neil Jordan! Por esse belo presente!
Além de toda uma NY noturna, destaco também a trilha sonora. Como também, a atuação dos demais personagens. Enfim, dou nota máxima em tudo!
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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