A evolução da geração prozac para a felicidade da indústria farmacêutica.
A dupla Steven Soderbergh e Scott Z. Burns, Diretor e Roteirista, conseguiram uma oitava maior em “Terapia de Risco“. Apararam as arestas após e com “Contágio“. Dando a esse outro um grau de excelência. É um Thriller Psicológico de querer rever tão logo o filme termina. O porém ficou com essa análise: se teria ou não spoiler. Optei por não trazer.
Num resumo, o filme conta a história de uma jovem, a Emily (Rooney Mara), que mesmo tendo o marido, o Martin (Channing Tatum), novamente ao seu lado vive numa fase depressiva e que após uma tentativa de suicídio se vê tendo que fazer terapia com o psiquiatra Jonathan Banks (Jude Law). Esse por sua vez receita um novo antidepressivo sem antes verificar os efeitos colaterais.
“Terapia de Risco” traz como pano de fundo a indústria farmacêutica no mercado dos Estados Unidos, e pelo título original “Side Effects” num detalhamento maior sobre o efeito colateral danoso de um medicamento em especial.
Quem como eu gostou, gosta da Série ‘House’ viu em alguns episódios ele confrontando com os fabricantes dessas drogas lícitas. Por ser ele um médico voltado ao diagnóstico – e numa fase bem crítica do paciente -, com isso para não deixá-lo morrer, Dr. House e sua equipe precisam entender e bem dos medicamentos que irão ministrar nesse paciente. Como também o conhecimento se faz necessário para que os efeitos secundários não prejudiquem o tratamento. Tal qual a vida real, uma grande parte dos médicos pensam no tratamento e cura do paciente.
Acontece que a indústria farmacêutica é poderosa por demais, e que por conta disso ganha por todos os lados. Mais ainda dentro dos Estados Unidos. Até com a disseminação do medo. Como também com o mercado de ações. Sem esquecer que culturalmente extrapolam no quesito competitividade com o binômio ‘loser x winner’. Por conta disso se apoderaram também de um grande filão que é a automedicação. Proliferando os calmantes e os estimulantes.
Um outro fator que a farmaco também conta é com a cobiça. Vence o mais ladino. Aqui entra em campo a Dra. Vitoria. Personagem da Catherine Zeta-Jones. Banks que além de um cargo público, possui uma pequena sala onde atende os pacientes particulares, se encanta com o consultório dela numa bela mansão.
Nessa guerra nem precisa estar realmente doente para virar joguetes para esses fabricantes. Mas focando na temática do filme que mostra depressão como primeiro plano, claro que a descoberta de novas drogas se faz necessário. O que leva pensar se fabricam sempre um novo? Em como chegam com essa nova droga no mercado e nos médicos? Em particular, na psiquiatria. Quanto maior pesarão o lucro, mas dinheiro lançarão em campo. Luxuosas “cortesias”. Já que não jogam para perder, se cercam de grandes escritórios de advocacia aptos a pular na jugular de quem sai do esquema. Pois é! O sistema que corrompe não se restringe apenas ao mundo da política.
Agora, alguém sairá perdendo. Nem causa estranheza que seria o lado mais fraco, ou menos esperto. Mas mais do que se descobrir quem seria, o impacto mesmo fica em torno de como banalizam toda essa teia. Essa sim assusta! De ao final do filme ter me deixado por alguns longos segundos sem fala, para logo em seguida sonorizar um “Uau!”. Mas também me deixou na dúvida se seria politicamente correto aplaudir com entusiasmo pelo teor da trama. Porque o filme como um todo merece sim muitos aplausos. Nota 10!
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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