Seguindo a máxima popular que diz que por trás de um grande homem há uma mulher excepcional… Mesmo sendo esse homem um gênio da Cosmologia e um consagrado cientista do nosso século… Mesmo assim eu ouso dizer que ele só chegou a mostrar ao mundo tudo que ele é, por conta de uma mulher: o seu primeiro e talvez único amor. Como estamos falando de um gênio no campo da lógica, mesmo não parecendo ser lógico em dizer que ela teria sido a sua musa inspiradora. Talvez pela religiosidade dela, ela era o contraponto que o levava a se desafiar sempre. Sendo assim, além do amor, da dedicação incansável, ela foi sim sua musa. E é pelos olhos dessa mulher que conhecemos de perto a trajetória de vida de Stephen Hawking em “A Teoria de Tudo“.
“_ Você não falou por que não crê em Deus.
_ Um físico não pode deixar que a crença num criador sobrenatural atrapalhe seus cálculos.
_ É um argumento contra físicos, não contra Deus.“
O filme começa um pouco antes da doença se manifestar por ser o período em que ela o conhecera. Ela é Jane, interpretada Felicity Jones. Digna de aplausos pela performance! Muito embora no futuro talvez essa atuação possa vir a se apagar da memória, mas por conta da figura de Hawking, pelo carisma que passou ao longo da história numa performance incrível de Eddie Redmayne. Se muitos já admiram o cientista até pela superação, conhecendo-o mais de perto por esse filme… A admiração chegará aos Cosmos! Assim pode-se dizer também que temos em “A Teoria de Tudo” o começo de sua limitação motora, em contrapartida juntamente com a ascensão de sua genialidade. Onde por mais que ele tenha sido um estudante medíocre anteriormente, quando ele então se desvencilhou de outras disciplinas, pode enfim focar naquelas que realmente lhe interessava. Onde também o talento que ainda despontava, caiu nas graças do Professor Sciama (David Thewlis), na Universidade de Cambridge. Sciama até poderia ser severo durante as aulas, mas foi um verdadeiro Mestre ao dar as chaves para as ferramentas necessárias para Hawking embarcar em suas teorias. E Sciama o acompanhou de perto por anos.
“Eu vivi com uma perspectiva de uma morte próxima pelos últimos 49 anos. Em não tenho medo da morte, mas eu não tenho pressa em morrer. Eu tenho muita coisa para fazer antes.” (Stephen Hawking)
Claro que ao se receber um diagnóstico como o dele – ELA (esclerose lateral amiotrófica), uma doença degenerativa motora, baqueia qualquer um. Para ele com um futuro promissor e além de estar apaixonado, não foi diferente. Ainda mais quando o médico lhe dera como expectativa de vida de no máximo três anos. Vale lembrar também que isso se deu na década de 60… Com o diagnóstico Hawking se entrega de vez a doença… Fora Jane que o tirou da letargia… Levando-o a ver que ele não teria tempo para ficar sentindo pena de si próprio. Quanto mais a doença tomava conta do corpo dele, mais a incansável Jane dava a ele garra para mais do que superar – já que estamos falando de uma doença castradora -, de ir se adequando à ela. E numa tentativa dele aprender a se comunicar por ter perdido a fala… a cena em si com Jane… me fez lembrar de uma outra em “O Escafandro e a Borboleta“… e que mesmo retratando em ambos os filmes um drama real vivido… me fez sorrir porque se de um lado a própria doença diminui até uma qualidade de vida… é muito bom quando se encontra pessoas, ferramental… para se continuar vivo, e até produtivo!
“Eu considero o cérebro como um computador que vai parar de trabalhar quando seus componentes falharem. Não há céu nem vida após a morte para computadores quebrados, isto é um conto de fadas para as pessoas com medo do escuro“. (Stephen Hawking)
Talvez Hawking teria tido o mesmo sucesso na carreira estando sozinho. Mas nada se comparado ao empenho dessa jovem grande mulher ao seu lado. Até porque fora ela que o havia tirado de uma possível desistência pela vida que ainda teria pela frente. Lhe dando o amor que lhe era a injeção diária para que não perdesse a batalha contra a doença. Para que viesse a se tornar esse pequeno grande herói do nosso tempo: exemplo também de superação para todos nós. E ele rendeu a ela sua gratidão. Onde numa delas fora como uma bela homenagem ao levá-la a a certa visita, e mesmo já estando divorciados: o que então fora a segunda gratidão a sua inestimável Jane. Bravo Jane!
Bem, como contei no início o filme veio do olhar de Jane porque o roteiro foi inspirado num livro dela, o “Travelling to Infinity: My Life with Stephen“. Não o li ainda, dai não sei tudo o que ela conta por ele. Mas com certeza do Roteiro de Anthony McCarten, o Diretor James Marsh fez um ode ao homem aprisionado pelo próprio corpo. Até porque toda a carga da limitação motora ficou mesmo na cena da escada. Até porque a cena em pegar uma certa caneta, é um sentimento comum a muitos de nós limitados pelo próprio corpo. Até porque “A Teoria de Tudo” é um filme que em vez de fazer um drama mostrou que com ajuda certa, a pessoa poderá sentir com propriedade: “Yes! I can!”. Bravo! Nota 10!
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