TED - Um Calvin and Hobbes Às Avessas.
Senhores Pais, não levem seus filhos de 11 anos de idade para assistir um Filme Não Recomendado Para Menores de 16. Principalmente este, "TED". Porque o Ursinho de Pelúcia em questão ganha maioridade, logo fazendo coisas impróprias para menores. Mais ainda! Agindo como um bad boy. E é aí que mora o perigo! Porque é muito divertido! Mesmo tendo ele e "seu dono" levando uma vida politicamente incorreta. Mas uma dupla de amigos inseparáveis!
Quando não se tem amigos reais, está dentro da normalidade de na infância ter um amiguinho invisível. Ou mesmo que ele se "materialize" num bichinho de pelúcia onde o tête-à-tête fique dentro da mente da própria criança. Agora, quando há de fato um diálogo entre dois, mesmo sendo um deles um boneco com vida própria, perdurando até a fase adulta, há o que pensar! Mas não é como em "Uma Mente Brilhante", pois aí todas as demais pessoas também seriam esquizofrênicas. Eu creio que a mensagem do filme não seria essa. Ou seria!? Já que atualmente há um mundo em outra dimensão tão hipnótico, que mesmo metaforicamente, é como se existisse vida num mundo invisível. Um mundo meio imaginário onde cada um pode ser o que quiser. Seja pela internet, ou até pelos inúmeros e variadíssimos reality shows na televisão. Logo, o ursinho de pelúcia "Ted" ter uma vida real não é tão surreal assim. Mesmo ele ganhando o aval de ser um milagre do Natal, podemos pensar que os ipods, netbook não deixam de ser o bicho de pelúcia da infância.
O solitário e pequeno John (Bretton Manley) amou tanto esse novo amigo, que juntos fizeram um pacto de nunca se separarem. Ted dava asas a imaginação dele, só que extrapolando. Perto de Ted, John era um eterno menino, num mundo de heróis e vilões, como também dos que se consideravam "amigos" de Celebridades. O que para John era o combustível para continuar levando a vida sem muitas responsabilidades. Acontece que John cresceu e... Pode-se também pensar que John - vivido na fase adulta por Mark Wahlberg -, tenha a síndrome de Peter Pan. Mas por um olhar mais romãntico eu diria que ele seria um fã de "Calvin and Hobbes" e quis ter, levar uma vida parecida. Mas Ted não é o Haroldo. Ted foi picado pela mosquinha da fama. Virou uma Celebridade. Mas num mundo onde a novidade é bem efêmera. Onde alguém de "personagem única" acaba não chamando mais a atenção da grande maioria.
Ou a pessoa se adequa a essa nova realidade, ou cairá no esquecimento geral, isso se realmente quer continuar nesse mundo do faz de conta. Um filme que aborda o se projetar num mundo de fama, mas num viés dramático é "Réquiem Para Um Sonho". Mostrar ao mundo uma falsa realidade. E as fantasias de cada um pode levar alguém a querer e muito a fama do outro. Onde mais do que ter algo dessa celebridade, vai no desejo de tê-lo por inteiro. O que o leva a chamar a atenção desse alguém muito frustado por não ter conseguido nem os "15 minutos de Fama" por méritos próprios. O que leva Ted a correr o risco de ser pego por esse sociapata da era midiática. Um personagem que caiu como luva para Giovanni Ribisi. Ele está ótimo!
Acontece que nesse pequeno Clube do Bolinha de John e Ted tem uma Luzinha querendo entrar, ou se encaixar. Ela é Lori (Mila Kunis), que vai tentar com que John amadureça. Mesmo que para isso a única opção seja tirar Ted da vida de John. Mas aí não seria ela a nova "dona" do John? Querendo ter uma vida previsível. Não vendo que algo absurdo pode ser o começo de uma vida sem script.
Ponto negativo: Confesso que algumas vezes eu pensei em Jason Bateman para fazer o John. Pois Mark Wahlberg ficou meio travado nessa comédia escrachada. Sendo ele salvo pela atuação da Mila Kunis, de Ted e do filme por um todo.
No mais, o filme surpreende até por nos levar atentos até o final. Muito divertido! Onde Ted quase no finalzinho nos leva a uma gargalhada que deixa o sorriso na face muito depois do término do filme. E bem do jeito dele, ou seja: politicamente incorreto. Trilha Sonora ótima! Com algumas participações especiais, como Norah Jones. Um filme que deixou vontade de rever!
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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