Uma santa paciência é o que se tem que ter para quem escolhe os títulos nos filmes no Brasil. O título original desse, além de pontuar em quase todo o filme, a cena onde de fato ele é dito – o infiel -, é ótima!
O que me leva a adrentar na análise citando que temos no Roteiro um dos pontos positivos. Um misto de Sacha Baron Cohen com Monty Python. O que já dá para imaginar que sobrará críticas para todos os lados. Além de garantir ótimas risadas. Em destaque: judeus x muçulmanos. Mas não fica apenas nessa guerra santa, vai além das etnias, das nacionalidades. Porque mostra que tudo isso pode afastar pessoas.
Um amigo que o entenda!
No filme, uma amizade começa por conta dessa guerra dos tempos modernos. Um não tão pacato cidadão inglês. Um muçulmano nenhum um pouco ortodoxo. Vê sua casa cair ao descobrir que sua origem é judia. Ele é Mahmud (Omid Djalili). Ótimo, por sinal! Sem ter com quem desabafar, recorre a um judeu, vizinho de sua falecida mãe, a quem nos últimos dias travou intensos impropérios: o taxista de origem americana, Lenny Goldberg (Richard Schiff). Para mim, que costumo dizer que não busco por amigos como saídos de uma montadora, todos em séries, vi nessa amizade outro ponto alto desse filme. Pois chega de guetos no planeta!
Pai e Filho! E não versus, por conta de Religião.
Podemos até lembrar de um outro filme, o “A Gaiola das Loucas”. Por ambos mostrar a pré-ocupação de um filho pelo comportamento do pai. Num, pelo pai ser homossexual. Nesse, pelo pai não seguir todos os ritos do Islã. Em ambos também porque os filhos estando para casar, precisam reunir as famílias, as deles com as das futuras esposas. Mas essa semelhança em nada diminui esse filme. Pelo contrário! É mais um a reforçar que muitos dos preconceitos são impostos pela sociedade, e alimentado por grande parte da imprensa. Rashid (Amit Shah) também terá que rever seus conceitos.
A Família!
Mahmud por recear contar a esposa essa nova descoberta, termina por levar a mulher a pensar que ele tem uma amante. Mas Saamiya (Archie Panjabi) talvez preferisse isso, ao real motivo do comportamento estranho do marido. E novamente teremos a religião separando uma união feliz.
As Religiões.
Na própria, não encontra um apoio. Pelo contrário! Por parecer que falam línguas diferentes, é tido por um gay. Descobre que o provável pai biológico, é um rabino. Ou foi, por já estar à beira da morte. Um religioso que colocou o próprio filho para ser adotado!? E para completar, o padastro da noiva do filho, prega um islã mais conservador pelo mundo.
Cenas em destaque:
- a descoberta do nome judeu.
- a que mostra o título.
- o amigo judeu o recolhendo da calçada.
- aprendendo a ser judeu.
Ponto negativo.
O ritmo cai um pouco na metade do filme. Um pequeno enxugamento o deixaria redondinho. Como também por não ser exibibo no circuito comercial. Pois isso fará com que muitos nem saibam da existência dele. Afinal, um humor britânico é algo imperdível.
“The Infidel” não é uma comédia ao longo de todo o filme, afinal temos um homem passando por uma crise de identidade. Seu drama não virará uma tragédia, porque já está ocidentalizado demais. E é por ai que abrirá seus olhos na tentativa de resgatar a sua família, como também em mostrar que mesmo por diferentes credos, todos podem viver em paz. Ou não!
Um ótimo filme. De querer rever.
Por: Valéria Miguesz (LELLA).
Uma curiosidade: Ao citarem brazilian, é por conta da depilação que extrai todos os pelos pubianos.
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