Começo com um convite em especial. Para todos aqueles que torcem o nariz para filmes brasileiros. Com a desculpa que mostram: pobreza, violência urbana, favelas, corrupção… Enfim, na visão deles porque mostram as mazelas de um mundo atual, eles excluem os filmes brasileiros da lista. Assim, fica um convite para assistirem “Reino Animal” (Animal Kingdom), porque esse filme australiano tem todos esses itens, e em dose cavalar! Um outro convite, ficaria para os da área psico. Pois terão numa avó, um interessante perfil para estudos.
Melbourne está chamas!
Sigo, convidando aos que não ficam intimidados com cenas de um mundo cão. Onde a Lei é ditada por um jogo de interesses, numa teia tão invísivel que não se vê quem de fato é que manda. Talvez melhor seria em dizer, em o que, em vez de quem domina o sistema. E é em seguir essa trilha que temos o forte desse Roteiro. De se seguir atentos, quase sem respirar. Mais! Sendo baseado em fatos reais, a mim, deixou uma vontade de saber o que houve depois. Porque o final é impactante. Volto a ele mais adiante.
Não temos aqui um Capitão Nascimento tentando encontrar alguém que fique com o seu cargo, por querer sair do Sistema… Em “Reino Animal” temos sim um Detetive, Leckie (Guy Pearce) que antes de sair do Sistema, resolve tirar um jovem, recém chegado a cidade. Alguém que caiu meio de para-quedas dentro de um esquema com o qual os policiais se veriam livres de toda a sujeira de anos. Era um jogo de cartas marcadas: com sentenças de morte. A queima-de-arquivos era com os criminosos de rua; e não com os do departamento. O Sistema lá já estava tão deteriorado, que acharam melhor transferir o máximo de membros que pudessem. Deixando para os novos que chegassem começassem do zero.
A Família na linha do tiro!
O jovem “J”Cody (James Frecheville) se vê sozinho no mundo, de repente. Sua mãe morrera de overdose. Como ainda não tem a maioridade, decide ligar para a avó materna, Janine “Smurf” Cody (Jacki Weaver). Ela o leva para a sua casa. Ou melhor dizendo, para o seu covil. Lá ele conhece os seus tios: Pope Cody (Ben Mendelsohn), Craig (Sullivan Stapleto) e Darren (Luke Ford). Quando “J” chega, Pope já está jurado de morte. É quando ele se dá conta do antro onde veio parar, e que piora a cada dia. “J” então entende o porque de sua mãe o tê-lo afastado de sua própria família. Mesmo assim, ela falhou em se deixar levar pelo vício. Da avó, “J” viu que não ganharia afeto. Não se não entrasse para a carreira dos tios. E com uma avó como essa, teria sido melhor vagar pelas ruas.
Quem protegia quem, ou o que!
Leckie se compadece de “J”. O quer ver livre dali. Mas como o cerco se fecha oferece uma proteção – que não poderá dar de fato -, se “J” contar o que sabe no pouco tempo de convivência com os Cody. Se não fosse por algo que seu tio fizera, ele até conseguiria ir levando a vida até completar 18 anos de idade. Com 17 completos, restaria pouco tempo. Mas aquilo que fizeram não era fácil de aceitar.
O ser mais fraco buscando uma saída!
Se a proteção policial se mostrou ineficaz, se para a sua própria famíliia virara carta fora do baralho, só restava a “J” uma saída: também fazer uso do Sistema para sair vivo daquilo tudo. E teria sido preciso mesmo chegar até a fazer aquilo? Sendo baseado em fatos reais, fiquei curiosa em saber o desdobramento do seu ato.
O filme é excelente! E por um todo: sem pontos negativos. Até por ter saído logo em Dvd no Brasil, pois assim muito mais terão como assistir, do que quando fica restrito a algumas Salas de Cinema.
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