Ainda vendo o filme – Querido John -, fiquei pensando se teria que me posicionar como uma estadunidense para entender melhor o que ia pela cabeça do casal de protagonistas. Para pelo menos não ser tão crítica com eles, vendo-os como superficiais demais. Até o engajamento de ambos, não pareceu vir de dentro. Talvez por uma fuga, ou mesmo por não ter uma perspectiva maior para si mesmos. Claro que nem todos precisam nadar contra a correnteza. Nem todos precisam ter ambições profissionais. Até entenderia que a personagem aqui, tivesse “saído” da Escola do filme ‘O Sorriso da Monalisa’. Que a estória deles até possa ter dado certo no Livro. Mas no filme, a estória de ambos se perdeu. Eu não sabia se abandonava a sessão, ou se ansiava que chegasse logo ao final. Por fim, terminei de assistir. E… Tudo por conta de John (Channing Tatum) e Savannah (Amanda Seyfried).
Começando por John, e por algo positivo do personagem. Algo que costumo ressaltar em meus textos. O de canalizar um aspecto próprio que pode até destruir a vida de uma pessoa. Pois já que é nato, o melhor a fazer é encontrar um outro caminho, num fim benéfico, ou menos destruidor. John era extremamente forte. Mais! Reagia muito rápido, e com violência, a até a uma agressão verbal. Muito embora, fosse uma pessoa pacata. Por conta de uma briga… se alistou. Para mim, foi para ter como descarregar essa força, e sob um comando. Criado pelo pai (Richard Jenkins) desde a infância. A mãe abandonara os dois. Seu pai colecionava moedas. Um hobby passado pelo filho, após de se encantado com uma visita na Casa da Moeda, quando criança. Ambos, de pouca fala. Seu pai era uma pessoa extremamente metódica. E tendo boa índole também.
John estava de férias – duas semanas -, do serviço militar. Em seu primeiro dia, uma jovem chama a sua atenção. Ela nem o notara. Chegara com um grupo no pier onde John olhava o horizonte após surfar. O rapaz que acompanhava a jovem, ao brincar com a bolsa dela, acaba deixando cair no mar. Enquanto ele corre, para sair do pier, e pela praia ir buscar a bolsa, John pula lá de cima mesmo. Um gesto imprudente, que poderia até ser fatal. Era um macho chamando a atenção da fêmea. E conseguiu. Ela é Savannah. Que se sente na obrigação em retribuir o favor. Já que ele lhe trouxera sua bolsa. Aos poucos, o gelo foi se quebrando, e eles começaram a namorar. Cientes, que ele voltaria para o Quartel, e ela iria para a Faculdade.
Às vésperas dele embarcar, eles se desentendem. Tudo porque Savannah comenta do problema do pai do John. Ele fica indignado. Na cabeça dele, era como se ela chamasse seu pai de maluco. Savannah tinha percebido que o pai dele era autista. Ela tinha um pouco de experiência nisso, por conta do filho, Alan (Braeden Reed), de um grande amigo, Tim (Henry Thomas), de seus pais.
Refeito, já mais calmo, John vai procurá-la, até para se desculpar. Não a encontrando, deixa um bilhete com um vizinho. O tal pai do menino, e que já sentira físicamente uma das explosões de John. Mais tarde, Savannah vai ao seu encontro, e com uma carta. Selando de vez, o compromisso de sempre escreverem cartas contando tudo o que faziam, enquanto estivessem longe.
A princípio, John daria baixa dali a alguns meses. Mas um grande incidente o fez mudar de ideia, e seguir carreira militar. Fora o 11 de Setembro. E é por conta disso, um dos motivos que citei no início do texto. Logo de início, até dá para entender a causa que o Bush levantou: combater os terroristas. Mas com o passar do tempo, caberia uma reflexão maior. Mas é o que falei: eu não sou uma cidadã americana. Como já deixei meu ponto de vista sobre o que veio com o 11 de Setembro, em alguns textos de filmes como em ‘Soldado Anônimo‘ e ‘No Vale da Sombras‘, para citar dois exemplos.
Com isso, o tempo longe um do outro foi aumentando.
Savannah, até pelo carinho com o pequeno autista, investe seu tempo e dinheiro num Haras para uma ajuda terapêutica, ou até reabilitação de Crianças com algum tipo de sequela. Mas sem nenhum planejamento, não soube levar o espaço adiante. Era algo caro demais para se manter. A bem da verdade, ela estaria melhor como uma dona de casa, que ocupasse seu tempo vago como voluntária em causas humanitárias. Os bastidores, era muito trabalhoso para ela. E sem John por perto, a sua realidade como pessoa a levava a tomar uma decisão, e logo. Para ela, a receita da felicidade era ter sonhos realizáveis.
A distância consegue matar um grande amor?
Quando se está de fora, é até fácil dizer: ‘Isso eu não faria!’. Até aqui, eu aceito. Mesmo assim, o que esses dois fizeram, fora um desperdício de vida. Eles se “engajaram” em causa alheia, esquecendo deles mesmos. No que ela fez, pode até ter um que de humanitário, mas fora precipitado.
Enfim, Se enxugassem um pouco o filme, ficaria como um bom sessão da tarde. Mas do jeito que está, ficou um tédio. Não recomendo.
Por: Valéria Miguez (LELLA)
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