Planeta dos Macacos: A Origem. Tecnologia demais às vezes atrapalha.
Um dos filmes que eu aguardava nesse ano de 2011. Até por estar na minha memória afetiva. A simples menção desse título – Planeta dos Macacos -, me vem à mente uma pequena estória. E é com os olhos de um ator. Foi a partir desse filme que eu passei a prestar mais atenção no nome dele. Debaixo de tanta maquiagem, seus olhos se destacavam num personagem carismático: o Cornelius. Mas foi assistindo um outro filme, e já de cara lavada, que em pensei: “Eu conheço esses olhinhos! Conheço, sim!” Numa rápida pesquisa, descobri que era o ator Roddy McDowall. Fica aqui um pequeno tributo a esse ator: seu Cornelius foi memorável.
Mas “Planeta dos Macacos – A Origem” não é um remake.
Como o título original – Rise of the Planet of the Apes – diz, ele veio para contar como tudo pode ter iniciado. Numa nova roupagem, se adequando ao mundo de agora. Por mais primitiva que possa ser a estória – ascensão dos símios ao comando do planeta -, a parte científica dos homens continua evoluindo ininterruptamente. Muito embora muitos dos humanos ainda vivam irracionalmente. E embora muita das pesquisas científicas possam ter um caráter humanitário, ela precisa de alguém que a banque. É aí que mora o perigo!
O filme também tem agora todo avanço da computação gráfica.
Assim, os atores se livraram do peso da maquiagem e da roupagem de antigamente, para atuarem cheio de filamentos pelo corpo diante de uma tela-verde (Chroma Key), ou até em externas, cujas performances ganham um “novo corpo” pelo computador. Mas essa tecnologia de agora não veio para tirar o glamour dos filmes de outrora. Pois esses já têm um lugar cativo na nossa memória cinéfila. Os filmes atuais estão vindo para que também os apreciemos. Desde que esses avanços venham como um novo coadjuvante. Até por conta disso que eu quis conferir “Planeta dos Macacos – A Origem“. Conferido! E…
Saudosismo à parte… como tudo começou!
O filme atual até para mostrar uma evolução dos símios traz como grande mote uma pesquisa no campo farmacológico. Descobrir, se não a cura, pelo menos um jeito de estacionar o “Mal de Alzheimer“. Basicamente, essa doença mexe com o sistema cognitivo dos idosos. A perda da memória é o fator inicial. Sem entrar muito nos méritos da doença, a pesquisa no filme era para se chegar a um fator que estimulasse o cérebro a produzir “novas células” numa autoregeneração. Sem nenhum Greenpeace, ou Ong de Proteção Animal por perto, o Laboratório Gen-Sys, usava livremente símios em suas pesquisas. Mais em específico: chimpanzés.
No meio do caminho tinha um (des)humano.
Há de se perguntar o porque de alguém tão jovem como Will (James Franco) se dedicar a pesquisar a cura para o campo geriátrico. A resposta está em querer ajudar o próprio pai, Charles (John Lithgow. Que roubou todo o filme. Foi brilhante a atuação de Lithgow!). Mas um funcionário do laboratório pos tudo a perder ao buscar a chimpanzé Olhos Brilhantes para a apresentação da droga ALZ-112 ao Conselho dos Acionistas. Já que são eles que iriam liberar verba maior para se chegar a virar um Medicamento legalizado. Em vez de docilidade, ele a incita. Então ela revida com fúria. Numa cadeia de tensões e medos por quase todos, um dos seguranças a mata. Pondo fim a pesquisa. E mais! Acreditando que essa fúria era um efeito colateral da droga, Jacobs (David Oyelowo), dono da empresa, manda Franklin (Tyler Labine) sacrificar todos os outros chimpanzés, cobaias do ALZ-112.
Mas Olhos Brilhantes deixara um filhote recém-nascido.
Franklin (Tyler Labine) que omitiu o fato, sem muitas opções deixa nas mãos de Will o filhote para que ele tome uma decisão: ou o mata, ou o leva para longe dali. Will então leva o pequeno símio para a sua casa. Mostrando ao seu pai. Já que precisava saber se ele reagiria bem a essa nnovidade. Charles não apenas gosta, como escolhe o nome: César. Com isso, Will leva sua pesquisa também para casa. Mas foi seu pai quem primeiro notou a super inteligência de Cesar.
Alguns poucos anos depois, num descuido, Will deixa a janela aberta. César que sempre acompanhou do seu quarto as crianças andarem de bicicleta, resolve experimentar. Uma das crianças se assusta, o pai dela machuca César. Will o leva a uma Veterinária do Zoo. Ela é Caroline (Freida Pinto), especialista em Chimpanzés.
Um lugar na mata…
Caroline acha que já estava na hora de César se exercitar também ao ar livre. Charles, já curado com o ALZ-112, os leva até um Parque de Sequóias. Passado mais uns anos, já com Will e Caroline juntos, numa saída do tal Parque, o cachorro de uma família, preso numa coleira, leva a César a questionar Will sobre sua existência. Que papel ele representava na vida de Will. Um bicho de estimação? Sem ainda saber que ele era parte de uma experiência. Uma cobaia. Que de certa forma, ajudou na recuperação de Charles. Mas se aquela revelação abala as estruturas de Caroline, que dirá de César, agora um jovem adulto de cinco anos de idade.
Somos todos cobaias?
Superficialmente, o filme traz à mesa de debate a questão da cobaia. Não apenas com animais, mas o lance dos portadores da doença. Se eles não mais têm condições de aceitarem ou não embarcarem numa possível cura, pesará para a família deixarem que sejam cobaias. Se um membro dessa família for um cientista, e com os meios para continuar tentando achar a cura, há de se ter algo ou alguém que o faça pensar, pesar o que está de fato querendo. Se ainda tem maior peso o caráter humanitário da pesquisa.
Se para os chimpanzés o sistema imunológico reagiu bem a tal droga, o mesmo não aconteceu com o de Charles, que fabricou anticorpos resistentes. Com isso a doença voltou. Sendo a vez de César de querer cuidar dele. Os papéis se inverteram, até numa breve escapada agora de Charles. Esse ao querer dirigir, entra num carro. Ao sair batendo, provoca a ira do proprietário do veículo. César sai em sua defesa. Acontece que sendo agora um chimpanzé adulto, estando brabo, intimida muito mais. Acabando sendo preso. Numa prisão com outros símios.
O início da revolta.
Os animais ficam lá até serem requisitados por Laboratórios. Se por conta de uma burocracia ou não, Will não se empenha muito em tirá-lo dali. Estando mais interessado numa fórmula mais agressiva que não deixe o sistema imunológico humano combatê-lo, mas que o aceite. Então convence Jacobs de partir para o ALZ-113. Enquanto se dedica a nova pesquisa, mais sentindo-se abandonado fica César. Com o tratamento recebido naquela prisão, a docilidade de César vai dando lugar a uma ferocidade.
Acontece que César quer controlar a todos, ciente de que em maior número terão mais chances de sobreviverem. Mas é contido por um orangotango que também entende a linguagem dos sinais. Com esse conselho, César dar prosseguimento ao seu plano. Com tempo. Tudo estudado. Enquanto isso, Will percebe que o ALZ-113 despertou a cobiça de Jacobs, a ponto de não mais cobrar por uma pesquisa mais criteriosa. Com César e Jacobs inflamados, cabe a Will contornar a situação que ele que iniciou.
“Planeta dos Macacos: A Origem” talvez só traga surpresa quanto ao final, para os bem mais jovens que desconhcem os filmes de outrora. Para mim, nem ficou uma pequena torcida para que ultrapassem a Golden Gate Bridge. Gostei sim de vê-los indo por cima e por baixo da ponte nessa fuga final. Aliás, desde a primeira cena, todas com os símios foram ótimos. E a emoção mesmo, nesse final, ficou com a despedida entre César e Will.
O desejo por uma continuação não ocorreu como em “Sherlock Holmes“, mas se vier, será bem-vinda! Foi um bom filme! Vale conferir! Mas não eletrizou, nem me empolgou. A Trilha Sonora é legal, mas fiquei pensando em Hans Zimmer, logo não me encantou de todo. E Andy Serkis que fez o César não o deixou memorável como o Cornelius de Roddy McDowall. Com isso, “Planeta dos Macacos – A Origem” não me deixou vontade de rever. Pelo conjunto da obra, dou nota 08. Talvez meu saudosismo teria me deixado com muita expectativa!
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