Quando o andar de cima interfere no andar debaixo. Mas aqui a conotação para isso muda, já que a classe social mais alta mora no andar debaixo. Enquanto que as serviçais ocupam quartinhos no último andar do prédio. Elas são mulheres que migraram da Espanha de Franco para trabalharem em Paris. São elas: Concepción Ramirez (Carmen Maura), Carmen (Lola Dueñas), Dolores Carbalan (Berta Ojea), Teresa (Nuria Solé), Pilar (Concha Galán). Ficando um sonho de um dia retornarem à terra natal e lá viverem condignamente. Só uma delas que tem a certeza de não querer voltar, pela tragédia que vivenciou lá: a Carmen. Aliás, mesmo com um passado triste, Lola Dueñas faz da personagem uma mulher divertida.
Passados alguns anos, é na Paris dos anos 60 que começa essa história. Elas continuam levando a vida como domésticas. Até que com a chegada da sobrinha de uma delas, a rotina começa a mudar. Ela é Maria Gonzalez (Natalie Verbeke) que pega a vaga na casa da família do andar dos mais abastados.
Maria vai trabalhar para o casal Jean-Louis Joubert (Fabrice Luchini) e Suzanne (Sandrine Kiberlain). Jean tem uma Corretora de Valores. Suzanne leva uma vida de dondoca. Numa rotina entre salão de beleza, chás, exposições, carteado... Nem com os filhos tem preocupação, já que estudam em colégio interno. Jean também é bem metódico. A rotina se quebra quando a esposa lhe pede para ajudar Maria a levar umas coisas para um dos quartinhos do 6º andar.
É quando Jean toma conhecimento da precariedade daquele lugar. De pronto, já toma uma providência que acaba conquistando a admiração das dosméticas: manda alguém desentupir o único vaso sanitário daquele andar. E depois vieram outras, e mais outras ajudas. Se a princípio o que motivou mesmo Jean, fora estar se apaixonando por Maria, depois foi por se contagiar pela alegria que exalava de todas elas. Mesmo com alguma tristeza em seus íntimos, elas tinham tesão pela vida.
E em 'As Mulheres do 6º Andar' não temos uma luta de classes, mas sim uma interação entre elas. Indo mais além em se conhecer a cultura de um outro povo. Claro que se poderia comentar sobre a mão de obra advinda de outros países, mas elas estão tão bem resolvidas nesse propósito, que preferi focar nessa ligação de Jean com elas. Ele renasce!
Entao é isso! O filme é uma delícia de se ver! De acompanhar com brilhos nos olhos toda essa aventura nesse momento de vida de Jean. Por vezes, dando gostosas risadas. Uma Trilha Sonora que atua como coadjuvante. As atuações estão ótimas! Cenário, idem. Enfim, entrou para a minha lista de rever. Até porque eu sou fã do Fabrice Luchini, e ele continua ótimo!
Nota 10.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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