Com um tempinho chuvoso, ligo a tv e no Guia um título chamou a minha atenção. Curiosa, fui olhar mais informações sobre o filme. Ali mesmo, era só teclar mais um botão no controle remoto. Numa de curtir um momento preguiçoso, em vez de cair no sono, o filme me cativou. Dai trouxe-o para vocês, mas terá alguns spoilers. Foi inevitável. Mas nada que vá tirar o prazer em ver o filme. Em ver ‘Dizem por aí…‘
Foi o nome do Diretor me fez de imediato querer ver o filme. Ele é o Rob Reiner. Reiner tem um jeito todo especial de falar sobre relacionamentos entre pessoas que de certa forma passam por algum momento junto. Seus filmes podem não atrair milhões de espectadores, mas seu público meio que segue seus filmes com carinho. Sendo que alguns ficam em nossa memória cinéfila, nem que o mote maior tenha sido mais por uma cena em especial. Como exemplo: é dele a cena onde Meg Ryan simula um orgasmo em pleno restaurante, no filme ‘Hally & Sally‘. Mesmo com um certo glamour, mostrando pessoas de uma classe média dos Estados Unidos, suas estórias mostram situações comuns em todas as classes sociais, e em outros lugares. É em ‘Hally & Sally’ que temos uma das frases mais românticas que alguém pode ouvir daquele que muito ama, uma verdadeira declaração de amor:
“Eu vim aqui hoje porque quando você se toca que quer passar o resto de sua vida com alguém, você quer que o resto de sua vida comece o quanto antes.”
Claro que os nomes no elenco também eram um belo convite: Shirley MacLaine, Richard Jekins, Kevin Costner, Jennifer Aniston, Mark Ruffalo e a sempre maravilhosa mesmo em uma participação pequena Kathy Bates.
O filme faz uma brincadeira muito gostosa. Que acredito fazer parte do imaginário de muitos Diretores: contar o que aconteceria a mais num dos Clássicos. E Reiner escolheu ‘The Graduate‘. Ficamos sabendo disso logo no início do filme. Quem nos conta é Sarah, a personnagem da Jennifer Aniston. Ela vem a ser a neta daquela que inspirou e se tornou a Sra. Robinson, do Livro e depois do Filme. Quem faz a sua avó é Shirley MacLaine.
Sarah está indo com o recente noivo (Mark Ruffalo) assistir o casamento da irmã caçula. Ela não entende a calma da irmã às vésperas do matrimônio. Como também a sua própria reação no momento do pedido. Ficara muito aquém do que idealizara.
Será que só quem ouve os sinos tocando são as personagens dos filmes? Como saber se é mesmo com aquela pessoa que você quer para uma vida a dois? O que de fato fará o casamento não morrer com a rotina diária? Porque com o passar dos anos o convívio pode tirar a paixão ardente dos primeiros anos.
Não tendo a mãe enquanto crescia, Sarah se achava não pertencendo a sua própria família. Não se identificava com seu pai e com sua irmã. Achando que caíra de pára-quedas no seio daquela família. Dai, lhe veio a dúvida de ter um outro pai. Ainda como a somar nesses seus anseios, sua vida profissional não decolara. Jornalista em um grande jornal, mas escrevendo Obituários. Assim, tentando se achar, Sarah resolve investigar um mistério que ronda o passado de sua mãe. Tendo ela morrido quando Sarah era uma criança é com a sua avó que colhe as primeiras informações. Cruciais ou não, naquele momento era uma desculpa perfeita para se afastar também do noivo. Então ela parte…
Mulher pode tudo sim! Até em experimentar outros prazeres antes de tomar uma decisão tão séria: o “até que a morte os separe“. Mas desde que se desligue da relação atual. E isso vale para homens e mulheres.
Jennifer Aniston, a impagável Rachel em ‘Friends’, tem feito muitas Comédias Românticas ultimamente. Com altos e baixos nesses filmes. Em ‘Dizem Por Aí…‘ a performance dela me surpreendeu. Creio que o mérito é o Diretor, que tirou o melhor dela.
Os demais personagens estão bem, tanto em atuação como no contexto da estória. Assim, destacarei um deles, Richard Jenkins, que faz o pai de Sarah. Aquele que ela diz que não tem nada a ver com ela. Esse pai que criou as duas filhas praticamente sozinho. O filme também pode ser visto por esse ângulo: uma paternidade abraçada por amor e devoção as filhas. Uma única fala dele já traduziria tudo isso. Num dos questionamentos dela, ele responde:
“_Porque você estava dentro dele.”
A cena por si só, já emociona. Mas também faz uma bela homenagem a pais como ele.
Não é um filme que ficará memorável como ‘Harry & Sally’, mas deixo a sugestão. Mas mais precisamente para um público que dá valor a um relacionamento duradouro; as relações que queremos que se perpetuem. Um bom filme. Que vale a pena ver e rever.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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