Mais que uma Comédia o filme traz um drama tão comum em muitos lares reais: o do orçamento familiar dando às cartas. Gastar em excesso? Manter um controle rígido dos gastos? Quantos são os que realmente ficam dentro dos limites dos próprios rendimentos? Em “Até que a $orte nos Separe” há eu diria que duas polaridades como exemplos clássicos. A Família do protagonista que vivem esbanjando, gastando em excesso sem a menor preocupação, como se a renda viesse de um poço sem fundo. Já a Família do antagonista vive estritamente dentro do orçamento, contando até as moedinhas desde o iniciar do mês.
Enquanto o dinheiro corria solto, tudo era felicidade para a primeira família. No passado viviam na maior dureza; o que ganhavam mal cobria os gastos com o essencial. Quando então ganham um grande prêmio de loteria. Fazendo então uma promessa: de que nada mais faltaria no novo lar. Assim o casal Tino (Leandro Hassum) e Jane (Danielle Winits) saem da pobreza jovens ainda, com uma filha pequena, e mergulham de cabeça no mundo da riqueza. Onde o céu é o limite, ou nem o é já que o dinheiro compra até o sonho de se sentir no espaço. Compraram o que a infância sonhou…
Mas eis que chega o dia em que o sonho termina. Tino se vê não apenas sem dinheiro, como também que está endividado. Por conta da esposa estar com uma gestação de risco decide não contar a ela, além de ter que ir cortando os gastos. Pior! Voltar a contar cada tostão. Para ajudá-lo nessa empreitada o gerente do Banco (Julio Braga) escolhe seu melhor economista, Amauri (Kiko Mascarenhas). O chefe da Família que vivia sob um rígido planejamento econômico. Que por coincidência moram num prédio vizinho a mansão de Tino. E que sem se dar conta, ele e a esposa invejavam a vida de Tino e Jane. Apimentando a consciência dos adultos, onde ambas as Famílias não chegam a ser Capuletos & Montecchios, tem os filhos adolescentes: Teté (Julia Dalavia) e Juninho (Henry Fiuka). Eles formarão um casal que de certa forma trarão tino, sensatez a guerra instalada.
Tino no fundo tem bom coração. Se no passado de dureza como professor de academia tinha que ralar, ao ficar rico comprou uma para si e seus dois amigos: Nelsinho (Marcelo Saback) e Rickson (Carlos Bonow). Embora um deles ache deplorável ter a presença dele na academia por ter engordado muito, o outro tentará ajudá-lo com as divídas. Se a compra da academia foi quase um ir as forras em passar de empregado a patrão, a compra de um outro estabelecimento uniu duas paixões: barzinho e o Botafogo. Onde um dia imperou um grande craque da bola: Adelson (Ailton Graça). Esse, ao retribuir a ajuda do amigo, se verá tendo que fazer algo nunca antes pensado. Ou teria sido descobrindo um novo talento em si?
O filme teve como inspiração o livro ‘Casais Inteligentes Enriquecem Juntos‘, de Gustavo Cerbasi. Não li o livro. Mas o mote do filme se baseia no casal, na cumplicidade que deveriam ter até nas questões financeiras. Pois se há discordâncias, e acumuladas, a cobrança no futuro poderá não ter mais volta. Bom quando ainda encontram um caminho para solucionar a crise, e não se chegar a separação de fato e de direito.
Com fortes doses de humor, o filme contou e bem o drama de ambas as Famílias! Gostei!
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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