“O maravilhoso nesta história é a lição sobre pegar atalhos, fazer as coisas do jeito mais fácil, tentar realizar o desejo, que todos temos, de crescer um pouco rápido demais”, Jon Turteltaub.
Um antes…
Uma ideia, que leva a outra, e mais outra…
Onde tudo começou a ganhar forma…
Ano: 1797. Johann Wolfgang von Goethe escreve o ‘Der Zauberlehrling’: “Narrado pelo próprio aprendiz, que, após ser deixado sozinho pelo feiticeiro, decide experimentar sua própria magia. Ele ordena a uma velha vassoura que prepare um banho para ele. A vassoura viva enche não só a banheira, mas tudo mais. Ele esquece a palavra mágica para fazê-la parar. O aprendiz ataca a pobre vassoura com um machado, partindo-a ao meio, mas que resulta em mais vassouras vivas. Por fim, ele é salvo, literalmente, com o retorno do velho feiticeiro, que rapidamente manda a vassoura de volta para o armário de onde ela saiu.” (Uma tradução para ‘Der Zauberlehrling‘: http://cinemaeaminhapraia.wordpress.com/2010/09/29/uma-traducao-para-der-zauberlehrling/ ).
Décadas depois, o poema foi adaptado em uma obra sinfônica de 10 minutos intitulada “L’apprenti sorcier”, pelo compositor Paul Dukas. Sucesso imediato. Uma composição alegre, e memorável. Em 1940, Walt Disney une as duas obras num dos segmentos do seu grandioso longa de Animação: ‘Fantasia“. Com Mickey Mouse fazendo o papel de Aprendiz. Quem teve a oportunidade de ver na Telona, e num Cinema com som e acústica de primeira, não esquece, principalmente a marcha das vassouras. Eu mesma fui assistir várias vezes. Para quem não viu, um vídeo com ‘The Sorcerer’s Apprentice – em Fantasia’: http://www.youtube.com/watch?v=t2Rfriax4DY
O agora… Ou seria: ‘Era uma vez…’ Porque o filme é como um livro de estória que ganhou vida.
Da ideia inicial, chegamos nessa nova versão de Jon Turteltaub, para ‘O Aprendiz de Feiticeiro‘. O próprio Turteltaub nos dá a ideia da qual ele partiu, na frase que inicia o texto. Ele não apenas cresceu o Aprendiz, como preferiu que tivesse chance de chegar a ser um Mestre. Assim, há uma passagem de 10 anos na vida desse Aprendiz. Nessa jornada temos como pano de fundo a luta do bem contra o mal. Mas também temos o amor, como as suas consequências por aqueles que não aceitaram terem sido preteridos. Tudo isso, num ritmo muito mais de Ação.
O personagem de Nicolas Cage, Balthazar Blake, é um homem triste e solitário. No passado, seu grande amor, Veronica (Monica Bellucci), sacrifica-se para salvar a vida de Merlin. Veronica engole, literalmente, Morgana (Alice Krige). Porque essa queria para si, o poder supremo. Tem como ajudante mor, Maxim Horvath (Alfred Molina). Mas Merlin não resiste, e antes de morrer, entrega a Balthazar o anel que terá como identificar o seu sucessor. E antes que Morgana pudesse matar Veronica, são aprisionadas numa urna.
Com o passar do tempo, Balthazar vai aprisionando os discípulos de Morgana em Bonequinhas Garimbold: a mais recente engole literalmente a anterior. Ele após percorrer vários continentes, se estabelece em Nova Iorque, com uma Loja de Antiguidades. Até então, ainda sem achar o sucessor de Merlin. E esse surge, como um menino ainda: Dave (Jake Cherry). Dave, curioso, derruba a bonequinha russa, deixando escapar Horvath.
Sabem aquele filme esquecívil? Pois é, esse é mais um. Eu confesso que não lembro mais como Balthazar e Horvath ficaram presos até Dave crescer. E nem como saíram depois. Foi algo providencial para a estória, esse sumiço dos dois. Um dia, quem sabe, ao passar na tv, eu o reveja, e tentarei ficar menos dispersa.
Dave, ainda menino, se mostra alegre. Bom desenhista. Com um olhar já voltado para a matemática. Como poderão ver num desenho que faz na janela do ônibus. Um momento muito rápido no tempo, que além dele, só uma outra pessoa que capta. Ela é Becky. É amor à primeira vista. Mas seu destino já estava traçado. E as circunstâncias não apenas o leva a afastar-se do seu primeiro amor, como também leva a alegria de Dave embora. Para fugir da pressão com as zombarias, ele se devota aos estudos: da matemática para a Física. Talvez numa de provar que aquilo que vivenciou na loja de Balthazar, tenha uma explicação científica.
Quando Balthazar volta na vida de Dave, ele, a princípio, declina do poder que lhe é oferecido. Mas como também Becky volta ao cenário, Dave decide experimentar um pouco dos tais poderes. É quando entra em cena a vassoura ajudante. Sim, tal qual como Mickey, em “Fantasia”, Dave usa de magia para arrumar seu laboratório para receber Becky. Tal como o outro, é salvo pela chegada do Mestre. Balthazar quer urgência em fazer de Dave um Mestre. Até para cumprir de vez a sua missão. Mas também, porque só o sucessor de Merlin, é que conseguirá destruir em definitivo Morgana.
Acreditando que Dave sabe onde está a bonequinha russa onde Morgana está, Horvath persegue Dave. O que o leva a duelar com Balthazar. Bem, duelo entre Magos, para mim, um memorável, foi entre o Merlin e a Madame Min em “A Espadada era a lei”. Com isso, mesmo nas cenas de ambos pelas ruas de Nova Iorque, me peguei a rir lembrando do outro duelo. O que me levou novamente perder a atenção do filme.
E para salvar o mundo de um mal maior, Dave irá usar da magia que ainda desconhece aliada com seus conhecimentos em Física. Mas não mais estará preocupado em provar a todos que não estava louco. Querendo sim recuperar o tempo perdido ao lado da mulher amada. Onde me levou a lembrar de outro filme, sendo que esse mais recente, o “Como treinar o seu dragão“.
Esse é daqueles filmes que já poderiam ir direto para uma sessão da tarde na tv. Para mim, o que valeu foi o fato de me transportar para dois Clássicos da Disney: “Fantasia” e “A Espada era a Lei”. Além claro da música de Paul Dukas. Como também da pesquisa que me levou ao poema de Goethe. Algo que pode motivar aos Professores, em introduzir esse autor no currículo escolar. Contar aos seus alunos, o real motivo da inundação: um teor político. E é só por ai, que eu recomendaria esse filme. Já que mesmo partindo de uma bela ideia, nesse filme, ela se perdeu.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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