Muito bom quando um filme me surpreende! Pois foi o que aconteceu com esse aqui, "Amizade Colorida". Confesso que mesmo achando que seria mais do mesmo, eu queria muito assistir um novo trabalho com a Mila Kunis. Amei seu trabalho anterior em "Cisne Negro". E o filme foi me conquistando logo no início. A partir dai, assisti atenta até o final. Mais! Com brilhos nos olhos, que em algumas cenas se encheram de lágrimas. Mas também houve cenas em que eu ri muito.
"Amizade Colorida" é uma Comédia Romântica, logo com todos os ingredientes comuns a todas. O diferencial nesse viria em se espelhar nos relacionamentos familiares. Tenha sido uma união perfeita ou não, às vezes ao fugir com receio de não virar meras cópias, termina sendo. E acaba se desiludindo. Ou o que é pior, sufocando o querer ter, vivenciar uma relação duradoura. A relação dos próprios pais, invariavelmente pesa na avaliação das que os filhos querem para si próprios. Além disso o filme brinca com outros desse gênero, mas mais como uma homenagem a eles, como também a nós fãs de Comédias Românticas.
O título dado no Brasil descaracteriza o que os dois jovens queriam de fato. Já que amizade colorida denota ser meio pueril, sem identificação entre o casal. Eu traduziria o título original assim: Amizade com Praticidade. Sem os eufemismo que tantos amam, o lado prático de uma relação a dois acaba sendo ignorado. Mas seria o ideal com a tal da ponte que comentei em "Comer Rezar Amar". Uma relação sem cobranças, sem querer anular o outro, saboreando com prazer o momento a dois, respeitando a individualidade um do outro. A responsabilidade com essa união viria de um comum acordo. E o romantismo, por exemplo, na hora da transa, seria nas preliminares, como também no depois. Porque na hora mesmo do sexo é puro prazer da carne. Um satisfazendo o corpo do outro. Claro que não estou falando de sexo doentio.
Vale lembrar também que complica racionalizar um sentimento. Quando a emoção aflora, se tentar pelo controle total, periga perder o vivenciar momentos que poderiam marcar como um capítulo importante na vida de uma pessoa. Então, bom quando alguém ou algo vem com o "Acorda! A vida é curta!". Por ai que será a caminhada do casal protagonista em "Amizade Colorida". Eles se conheceram num encontro não por acaso. Dois jovens com talento na profissão que abraçaram, mas desiludidos no lado amoroso. Ambos, levaram um fora de seus respectivos parceiros.
Um perfil desse casal principal. São eles:
- Ela é Jamie, personagem de Mila Kunis. Uma caça-talentos, não só de Artistas, mas também de profissionais de outras áreas. Se de um lado é alguém super extrovertida, de outro, é alguém super romântica, de sonhar por um príncipe encantado. Por conta da mãe ainda viver nos tempos de Woodstock, ela não sabe quem foi seu pai. E no fundo, gostaria mesmo de um relacionamento "careta".
- Ele é Dylan, personagem de Justin Timberlake. Um WebDesigner. Que aceita o trabalho em NY, mas mais por estar meio fugindo de uma barra maior: a doença do pai. Para Dylan que teve que superar tantas limitações, ver o pai com Alzsheimer, algo irreversível, o deixa sem ação. Dylan é o oposto de Jamie, um cara travado fora do ambiente de trabalho. Além dela, terá mais um a lhe apoquentar a sua timidez: um novo companheiro de trabalho.
A princípio, Jamie e Dylan, vão descobrindo que gostam da companhia um do outro. Com a afinidade em alta, combinam transarem sem envolvimento emocional. Tudo parecia ir bem, até passarem um feriado juntos com a família de Dylan. Onde as emoções afloraram e o que era doce, salgou...
Agora, um pouco de outros personagens que, ora nos diverte, noutras emociona:
- Mr. Harper, o pai de Dylan, personagem de Richard Jenkins. Em uma cena faz um solo lindo ao mesmo tempo que machuca na alma. Num momento de lucidez mostra o quanto é cruel o Mal de Alzsheimer, e para alguém que ainda teria muito a contribuir com a sociedade, com os familiares, e até consigo próprio. Essa cena me fez lembrar de uma em "Longe Dela". Richard Jenkins nesse filme aqui, continua mostrando que ele pertence ao topo dos atores. E que quer continuar atuando. Bravo!
- Lorna, a mãe de Jamie, personagem de Patricia Clarkson. Uma porra-loka que encontra na filha um porto-seguro. Meio que irrita Jamie, mas que no fundo entende que ela não conseguiria levar uma vida "certinha" demais. Meu único porém nesse filme, foi que pareceu que travaram a Patricia Clarkson. Para alguém bem cuca-fresca, sua personagem estava um tanto quanto intimidada. Espero que não tenha sido por recear ofuscar Mila Kunis. Seria infantilidade da Direção.
- Tommy, personagem de Woody Harrelson. Ele faz um Editor de Esportes onde Dylan foi trabalhar. Um homossexual assumido, divertidíssimo, que não apenas encabulará Dylan, mas que depois se tornarão bons amigos. Tommy proporcionará um belo momento de vida numa hora de lucidez para o pai de Dylan. Que me fez lembrar de uma cena do filme argentino "O Filho da Noiva". E ver Woody Harrelson como um desportivo, me fez querer revê-lo em "Homens Brancos Não Sabem Enterrar" (White Men Can't Jump. 1992).
Ainda vale destacar as presenças de: Annie (Jenna Elfman) e Sam (Nolan Gould). Irmã e sobrinho de Dylan.
Contar mais, é cair em spoiler, embora não seja um Thriller, essa estória é para ser saboreada aos poucos. Até o desfecho. Estória, Atuações, um convite a visitar Nova Iorque, participar de Flash Mob, a Trilha Sonora... fazem de "Amizade Colorida" um filme Nota 10!
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