Lupas (1020)
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Sobre os encontros e desencontros da vida, as marcas e o seguir em frente. Faz um bonito e singelo paralelo com "Vidas Passadas".
Augusto Barbosa | Em 05 de Fevereiro de 2024. -
Integrante da cota-lixo do Oscar deste ano. Difícil se engajar na tal história de superação como o filme almeja quando temos uma protagonista cuja característica elementar reiteradamente reforçada é o egocentrismo - até a questão da afronta ao etarismo se esvazia frente a isso e a potência dramática do filme vai junto. 4,0 porque se consegue criar alguma empatia com os membros da equipe (Rhys Ifans, o melhor em cena), mas, se a construção da personagem principal é falha, o todo desmorona.
Augusto Barbosa | Em 29 de Janeiro de 2024. -
Acertar o tom desse filme é quase um milagre, mas Haynes conseguiu, fazendo o texto de Burch brilhar com seu leve deboche, jamais desrespeitando os temas fortes abordados. Os toques de sensacionalismo folhetinesco da trilha e da fotografia pontuam constantemente a zoação com o modo como a indústria audiovisual lida com tragédias reais, ao tempo que a atuação de Melton carrega o peso dramático da trama. Portman tira sarro das estrelas autoindulgentes e Moore arregaça como a 'vilã' da vida real.
Augusto Barbosa | Em 25 de Janeiro de 2024. -
Bebe fortemente de outras fontes (O Talentoso Mr. Ripley e Parasita, por exemplo) sem conferir qualquer traço forte de personalidade a si mesmo. Desfile de arquétipos e discursos óbvios que se vendem como surpreendentes. O que mais funciona é o humor sardônico, o que justifica o destaque de Pike e Mulligan no elenco.
Augusto Barbosa | Em 03 de Janeiro de 2024. -
Sim, levei a rasteira ao final.
Augusto Barbosa | Em 29 de Dezembro de 2023. -
Koreeda, seu MONSTRO, que filmografia impressionante e consistente! Aqui, na rara ocasião de dirigir um roteiro assinado por terceiro (mas que poderia facilmente ser confundido como sendo do próprio Koreeda, dadas as similaridades), o cineasta entrega uma de suas obras máximas, cuja estrutura derivada (mas não idêntica) à de Rashomon confere uma série de camadas e nuances à singela rede de personagens e relações retratadas, sob o tom intimista e pungente típico do diretor. Que final avassalador
Augusto Barbosa | Em 11 de Dezembro de 2023. -
Um grande nada. Compilado de momentos esporádicos do começa de carreira da cantora sem qualquer linha ou interesse narrativo particular. Impressiona como a biografada simplesmente 'está ali', sem traço de personalidade além da timidez e da sexualidade - nem sobre o que torna a voz dela singular o filme fala. A relação com a mãe diz mais sobre a genitora do que sobre a cantora. O recurso de mesclar, nas canções, os áudios originais da Gal com os da Sophie é desastroso. Fiasco.
Augusto Barbosa | Em 02 de Novembro de 2023. -
Fincher... sobre ele mesmo.
Augusto Barbosa | Em 31 de Outubro de 2023. -
Scorsese repete o modelo dramatúrgico, visto em "O Irlandês", de análise da lealdade, com base numa triangulação de personagens capitaneada por um subalterno não muito inteligente dividido entre um velho, poderoso e aparentemente dócil gângster e uma pessoa com quem mantém algum vínculo afetivo. O contexto histórico, o cenário e os resultados mudam (estes, nem tanto), há experimentos diferentes (mais aqui do que no anterior), mas a força e e contundência dramática permanecem incólumes.
Augusto Barbosa | Em 20 de Outubro de 2023. -
Vou na contracorrente: acho a primeira parte a mais fraca. As atitudes da protagonista na sequência final do primeiro ato vão na contramão do que vinha sendo construído até ali, o que acabou me desconectando totalmente da tensão proposta. Já o segundo ato e o desfecho elucidam as propostas temáticas (e até justificam, até certo ponto, as mencionadas escolhas do primeiro ato) e trazem brincadeiras de estrutura e de tom que enriquecem sobremaneira o todo. Justin Long MVP.
Augusto Barbosa | Em 12 de Junho de 2023. -
Filme todo polvilhado de 'misery porn', através da mão pesada de Aronofsky (abuso de trilha sonora e animalização do protagonista), cujo interesse no material partiu, segundo o próprio diretor, do desejo de fazer as pessoas chorarem no cinema. Há vários aspectos fortes na trama, mas o roteiro, volta e meia, cai em frases de efeito e forçações de barra difíceis de engolir. Apesar de tudo, os atores conseguem realçar nuances que tornam a obra mais rica, especialmente Fraser e Chau, fantásticos.
Augusto Barbosa | Em 24 de Fevereiro de 2023. -
Ao final, fica a sensação de que o filme é bem sucedido ao mostrar o lado degradante à sombra do showbiz, deixando uma certa sensação de exaustão, mas uma série de escolhas estéticas e narrativas duvidosas trazem um gosto azedo ao material - o exemplo mais evidente é o da cena com Kennedy, de conteúdo bastante forte, em que Lowery associa o lançamento de um foguete sendo exibido na TV à ereção do então presidente. Cringe. Mas De Armas, herculeamente, consegue dar alguma coesão ao todo e brilha.
Augusto Barbosa | Em 22 de Fevereiro de 2023.